Quantum Go: uma aposta promissora da Positivo, sem a marca da Positivo

Paulo Higa
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• Atualizado há 1 mês
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Uma nova marca de smartphones está nascendo no Brasil: a Quantum, criada por funcionários da Positivo. O primeiro dispositivo da fabricante será o Quantum Go, um aparelho intermediário que conta com atrativos bem interessantes: processador octa-core, tela AMOLED de 5 polegadas, até 32 GB de espaço e a versão mais recente do Android, 5.1 Lollipop, sem custar tão caro.

O modelo de negócios lembra muito a estratégia da Xiaomi: em vez de apostar no varejo e outros canais físicos, a Quantum venderá o Go diretamente ao consumidor, pela internet. Isso permite cortar as comissões das lojas e diminuir os custos. O Quantum Go tem preço inicial agressivo, de R$ 699 para o modelo 3G com 16 GB de armazenamento, chegando a R$ 799 (3G e 32 GB) e R$ 899 (4G e 32 GB).

Mas, diferente da Xiaomi, a Quantum montará alguns quiosques para que os consumidores tenham contato físico com os aparelhos, porque a “compra cega” nem sempre funciona muito bem no Brasil. Serão três quiosques em São Paulo (nos shopping Eldorado, Ibirapuera e Santa Cruz) e outros 20 no país, espalhados nas principais cidades brasileiras.

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A primeira impressão ao pegar o smartphone é bastante positiva. Diferente do Positivo Octa X800, que tinha um design mais quadradão, sem muitos caprichos, o Quantum Go tem um corpo mais refinado, que lembra muito a linha Xperia Z da Sony, inclusive com direito a uma traseira revestida de vidro e proteção Gorilla Glass 3. Com 115 gramas, 6,5 mm de espessura e uma tela não absurdamente grande, a ergonomia é boa.

Por dentro, o Quantum Go tem processador octa-core da MediaTek com clock de 1,3 GHz (MT6592M no 3G e MT6753 no 4G), 2 GB de RAM, bateria de 2.300 mAh e sensores de 13 megapixels (traseira) e 5 megapixels (frontal). Há suporte para dois SIM cards, rádio FM e sintonização de TV digital (infelizmente, apenas 1-Seg, com resolução de 320×240 pixels).

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A tela de 5 polegadas com resolução de 1280×720 pixels chama a atenção por ser AMOLED, uma característica pouco comum nessa faixa de preço (de cabeça, lembro apenas do Lumia 730). O preto real está presente, mas o painel me lembra os antigos PenTile: mesmo com definição boa na teoria (294 ppi), as letras menores não ficam muito boas, e há uma leve sensação de embaçamento nas imagens.

A bateria de 2.300 mAh também me preocupa um pouco: o Positivo Octa X800, que tinha capacidade semelhante e processador octa-core da MediaTek, decepcionou muito na autonomia. Mas o pessoal da Quantum garante que a duração do Go é boa — segundo eles, a tela AMOLED é mais econômica, e um modo de economia de energia (que deixa tudo em escala de cinza) pode ajudar na autonomia.

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Já no software, a boa surpresa é que, apesar dos ícones modificados, o Android 5.1 Lollipop é basicamente o padrão do Google, sem muita invencionice. Há alguns adicionais, como o DashCam (gravador de vídeo para ser usado no carro), um gerenciador de arquivos e um gravador de voz, mas nenhum aplicativo indesejável ou joguinho de demonstração. Além disso, a Quantum diz que desenvolveu o aparelho pensando no futuro, então é provável que haja uma atualização para o Marshmallow, embora isso não tenha sido “garantido” com todas as letras.

Custando a partir de R$ 699, o Quantum Go briga forte entre os intermediários, como Moto G e Zenfone 5. O modelo com 32 GB de armazenamento por R$ 799 (3G) ou R$ 899 (4G) tem capacidade de sobra e faz a Quantum competir com empresas que, até o momento, só oferecem 16 GB. Se é a melhor opção na faixa de preço, ainda não sei, mas é um concorrente fortíssimo. E sem o peso negativo da marca Positivo.

Estou com uma unidade do Quantum Go em mãos e o review completo sai nas próximas semanas. O que vocês querem saber sobre ele?

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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