Review Realme C25: um tanque de guerra acessível
Com bateria de 6.000 mAh e design resistente, Realme C25 se mostra uma opção de entrada interessante para o dia a dia
Com bateria de 6.000 mAh e design resistente, Realme C25 se mostra uma opção de entrada interessante para o dia a dia
Depois de apostar fortemente nos intermediários, a Realme finalmente olhou para o consumidor mais simples e trouxe o Realme C25 ao Brasil. Estamos falando do primeiro smartphone de entrada da chinesa a desembarcar no mercado nacional. Mesmo básico, o telefone tem ficha técnica interessante para a categoria, com três câmeras, bateria de 6.000 mAh e processador MediaTek Helio G70.
Em 2021, ano de seu lançamento, o aparelho tem a missão de encarar o Motorola Moto G20 e o Galaxy M12. Será que o C25 é um bom negócio? Eu testei o aparelho da Realme e conto a minha experiência de uso neste review.
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O Realme C25 foi fornecido pela Realme por empréstimo e será devolvido à empresa após os testes. Para mais informações, acesse tecnoblog.net/etica.
Depois de analisar o Realme 7, 7 Pro, 7 5G e 8 Pro, chega a ser até estranho revisar um aparelho da chinesa com um acabamento mais simples. Todo em plástico, o Realme C25 é o oposto dos intermediários e foca na resistência e robustez, tanto que a fabricante faz questão de ressaltar que o produto passou pelos testes de resistência da TüV Rheinland, o que me fez lembrar da tradicional certificação militar dos aparelhos da LG. Mesmo resistente, ele não tem proteção contra água.
O que mais chama a nossa atenção é a espessura de 9,6 milímetros, responsável por deixar o modelo com laterais grossas. Além disso, os 209 gramas de peso assustam num primeiro momento; o C25 é um dispositivo pesado e a bateria de 6.000 mAh pode ter influenciado aqui. Eu testei a versão cinza sem nenhum detalhe a mais, porém a empresa lançou o C25 na cor azul que deixou o celular mais bonito por ter um aspecto brilhante.
A lateral direita abriga os botões de liga/desliga e de volume, enquanto a esquerda traz a gaveta de chip e cartão de memória com slots para dois cartões nano-SIM e um microSD. O sensor de impressões digitais na traseira está bem posicionado e o desbloqueio é muito rápido. Para completar as caixinhas de pontos positivos, o telefone tem entrada padrão para fones de ouvido e conexão USB-C.
A tela é do tipo IPS LCD de 6,5 polegadas. A resolução é só HD+ (1600 x 720 pixels) com taxa de atualização de 60 Hz. As bordas são ressaltadas, principalmente a inferior, e há um notch em forma de gota para esconder a câmera. Mesmo com uma configuração simples, o painel deve atender usuários básicos.
O brilho da tela é forte, a visualização sob a luz solar é satisfatória e a definição dos ícones é apenas ok, assim como os ângulos de visão. Comparado a um AMOLED, o LCD do C25 sofre um pouco no contraste e o preto não é tão profundo.
No som, este telefone tem alto-falante mono que deve ser suficiente para ligações rápidas no viva-voz e para ouvir áudios de mensageiros. Para músicas, vídeos do YouTube e streaming, é melhor usar um fone de ouvido, pois o falante principal não apresentou uma intensidade satisfatória durante os testes. O som é baixo e não preenche um ambiente pequeno, por exemplo.
O Realme C25 vem com o Android 11 acompanhado da Realme UI 2.0, que me agrada bastante por entregar uma usabilidade simples e pelas possibilidades de customização. Se você é do tipo de pessoa que gosta de mudar com frequência a interface, saiba que é possível alterar os ícones, as transições de tela, o layout de cada página e até colocar wallpapers dinâmicos. Uma coisa que eu não gostei são os aplicativos de terceiros em excesso que vieram pré-instalados na minha unidade de teste: tem e-commerce chinês, redes sociais e alguns joguinhos.
E a Realme também tem o seu “Moto Ações”. Ao desenhar um “V” na tela bloqueada, a lanterna é ativada ou desativada imediatamente. Se fizer um “O”, o C25, então, passa a abrigar o app de câmera. Além desses, é viável configurar outros gestos de comando, como abrir o app do Google Chrome ao desenhar a letra “M”.
Nas câmeras, o aparelho tem uma configuração básica, mas acompanha a tendência da categoria de entrada. Da mesma forma que o Moto G10 e o Moto G20, o C25 foi equipado com uma câmera principal de 48 megapixels que está acompanhada de uma lente macro de 2 megapixels e um sensor de profundidade, também de 2 megapixels, para auxiliar no modo retrato. A frontal tem 8 megapixels de resolução.
A qualidade da câmera de 48 MP me surpreendeu bastante levando em conta a posição na qual o modelo se encontra. A definição é boa, a exposição, na maioria das vezes, sai controlada, e as cores estão sempre vibrantes, em especial com o sistema HDR, que fica ativado por padrão (mas você consegue desativá-lo, se desejar). A única deficiência que eu percebi ao trabalhar com a principal é a aberração cromática que surgiu sutilmente e não chegou a estragar a foto. O sensor de profundidade tenta criar desfoques naturais, mas, durante os testes, apresentou muita dificuldade para recortar o sujeito/objeto em primeiro plano.
Em ambientes com pouca luminosidade, o modo noite se dedica a melhorar a qualidade da fotografia, mas não tem como fazer milagres. A configuração faz alguns ajustes, elevando o brilho, contudo os ruídos prejudicam o registro e os pontos escurecidos na cena permanecem carentes de luminosidade e nitidez.
A macro do Realme C25 também não convence e não faz sentido ela estar aqui. A fotografia tem uma saturação exagerada, ela carece de nitidez e em muitos momentos você encontrará problemas para lidar com a exposição e com o foco. Uma lente ultrawide seria muito bem-vinda no lugar dessa macro.
A câmera de selfie até que agrada pela boa definição, mas a Realme não conseguiu equilibrar a saturação. O rosto do sujeito sai vibrante e as sombras ficam ainda mais escurecidas, mesmo desativando o HDR e o modo de embelezamento.
O Realme C25 tem um hardware que lida muito bem com as tarefas simples e ainda tem um bônus para quem gosta de jogar no celular. Tudo isso graças ao processador MediaTek Helio G70, projetado para smartphones gamer de entrada. O chip tem como aliado 4 GB de RAM e, para armazenar dados, você tem 128 GB de memória interna. Eu não tive problemas com travamentos e fechamentos inesperados no decorrer dos testes e os principais aplicativos, redes sociais em sua maioria, foram executados sem sinais de dificuldade. Apesar disso, a inicialização de Instagram, Facebook, Twitter e TikTok é um pouco lenta, mas é algo que já esperávamos por aqui.
E, quanto ao desempenho em jogos, o C25 vai rodar a maioria dos títulos leves da Play Store. Sonic Dash, Subway Surf e Temple Run 2 operaram tranquilamente, mas aqueles que existem mais da GPU vão apresentar limitações. É o caso de Asphalt 9 que, mesmo com os detalhes reduzidos, rodou com pouca fluidez nos meus testes, já que os travamentos eram constantes.
Para longas horas (ou dias) de uso, a Realme equipou este aparelho com uma bateria de 6.000 mAh. E a autotomia, na prática, me surpreendeu bastante. Depois de 2 horas na Netflix, 1 hora no YouTube, 1 hora navegando pelas redes sociais e 15 minutos de Asphalt 9, com o brilho da tela no máximo e conectado ao Wi-Fi, a bateria saiu dos 100% e ficou em 65%. Isto é, sobrou carga para ao menos dois dias de uso, muito bom. Para alimentar essa célula gigante, a empresa envia um carregador de 18 watts que faz o dispositivo sair dos 2% e chegar em sua carga total em 2h51min, tempo ok.
Custando cerca de R$ 1 mil, o Realme C25 é um celular de baixo custo que pode fazer sentido para muita gente. A empresa acertou na escolha do processador, na célula de 6.000 mAh que concorrentes diretos não entregam e a robustez é outra característica que faz o C25 ganhar pontos. É um aparelho que eu vejo atuando muito bem no cotidiano, especialmente para quem trabalha na rua e precisa de um telefone básico para essa finalidade.
Na parte das câmeras, dava para a Realme aproveitar melhor a configuração para fazer frente ao Galaxy M12. A chinesa resolveu colocar uma lente macro que gera fotos pequenas e sem definição — um consumidor básico não vai usar essa câmera. Se fosse uma ultrawide, mais útil, ele com certeza usaria essa lente para fazer aquele registro pegando a família toda. Ainda na parte dos contras, mesmo eu gostando da robustez e resistência, o peso de 209 gramas incomoda em alguns momentos, principalmente quando você está jogando ou assistindo a um vídeo.
Em conclusão, o Realme C25 é um bom dispositivo para quem quer economizar e pode ser uma alternativa ao Moto G10 e ao Moto G20. Se você busca um aparelho mais completo, mas ainda nessa categoria, o Galaxy A32 4G acaba sendo a melhor opção, pois ganha na tela (Super AMOLED), tem o MediaTek Helio G80 e câmeras melhores.