Review iPhone 14: um filme em versão estendida

Tela, desempenho, câmeras: tudo funciona bem no iPhone 14, mas pouca coisa muda em relação à geração anterior

Emerson Alecrim
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• Atualizado há 10 meses
iPhone 14 (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)
iPhone 14 (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)

Toda nova versão do iPhone chega acompanhada de algumas perguntas. Vale a pena trocar meu iPhone antigo? Compro o modelo recém-lançado ou um de geração anterior? Será que o novo é tudo isso mesmo? Com o iPhone 14 não é diferente, por isso, o Tecnoblog tratou de testar o aparelho.

Eu sou Emerson Alecrim e, nos próximos instantes, vou contar tudo o que descobri sobre a novidade da Apple.

Análise em vídeo

Aviso de ética

Este iPhone 14 foi cedido pela Apple por empréstimo. Os reviews do Tecnoblog não têm intenção publicitária. Para conhecer nossa política editorial, acesse tecnoblog.net/etica.

Parece o iPhone 13 que parece o iPhone 14

Se você colocar o iPhone 13 ao lado do iPhone 14, vai ser difícil descobrir qual é qual. No visual, os dois modelos são praticamente iguais. O vidro na traseira está lá, bem como a estrutura em alumínio aeroespacial e as câmeras com alinhamento na diagonal.

iPhone 14 azul claro (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)
iPhone 14 azul claro (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)

Para não dizer que não há diferenças, o iPhone 14 tem uma espessura de 7,8 mm contra os 7,65 mm do iPhone 13. Por causa disso e também porque os botões laterais mudaram discretamente de altura na nova geração, as capas do iPhone 13 não servem no iPhone 14 e vice-versa, pelo menos os modelos oficiais.

Falando nisso, é válido ressaltar que o iPhone 14 é compatível com capas, carregadores e outros acessórios com tecnologia MagSafe. O aparelho também continua trazendo resistência a água em profundidades de 6 m por até 30 minutos.

Lateral esquerda do iPhone 14 (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)
Lateral esquerda do iPhone 14 (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)

Ah, sim, há diferenças nas opções de cores. A unidade que o Tecnoblog testou é de um azul claro que não existe na geração anterior. Essa é uma cor bem legal para quem prefere tons sóbrios.

Porta Lightning e saída de áudio à direita (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)
Porta Lightning e saída de áudio à direita (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)

A tela também é a mesma, mas não reclamo

A tela do iPhone 14 tem 6,1 polegadas, um painel OLED que a Apple chama de Super Retina XDR e tecnologia Ceramic Shield — um tipo de vidro resistente.

A resolução é de 2532×1170 pixels. O nível de brilho chega a 1.200 nits em HDR ou, em condições de uso normal, 800 nits. São números tão interessantes que eu não fiquei chateado em saber que esse é o mesmo painel que equipa o iPhone 13.

Mas o que esses números significam no dia a dia? Vamos lá. Para começar, assistir a vídeos ou visualizar fotos é uma experiência bem legal aqui porque as cores são realistas, o nível de detalhamento é alto e o preto é profundo. Não é aqui que uma tela OLED vai decepcionar.

A tela Super Retina do iPhone 14 (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)
A tela Super Retina do iPhone 14 (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)

Se você for para a rua em um dia ensolarado, não vai ter dificuldade para enxergar o conteúdo da tela porque o brilho é realmente intenso. Além disso, a visualização sob ângulos variados é notável. Olhe para a tela de qualquer ponto lateral e você vai enxergar bem o que aparece ali.

Recursos como HDR10+, Dolby Vision e True Tone também fazem parte do conjunto. Este último ajusta o brilho da tela de acordo com a luz ambiente e, sem nenhuma surpresa, funciona bem.

A minha ressalva com relação à tela é o fato de ela manter a taxa de atualização em 60 Hz. Pelo menos nesse aspecto, a tela do iPhone 14 poderia ter evoluído em relação ao iPhone 13, né? Mas, se você quiser mais hertz, vai ter que ir para a linha iPhone 14 Pro.

Só para evitar confusão, a Apple também reservou somente aos iPhones 14 Pro o entalhe com tecnologia Dynamic Island. O iPhone 14 mantém o notch anterior, reduzido somente em relação ao iPhone 12.

A tela do iPhone 14 com seus 800 nits de brilho (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)
A tela do iPhone 14 com seus 800 nits de brilho (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)

Vem com o iOS 16

O iPhone 14 vem de fábrica com o iOS 16, que também está disponível para os modelos lançados desde 2017. Essa versão traz recursos interessantes, mas nenhum deles irá mudar a sua vida.

Um exemplo vem da tela de bloqueio, que foi redesenhada para permitir escolha de fonte e cor para o relógio, uma diversidade maior de widgets e exibição de notificações na área inferior da tela.

Existe também um novo modo Foco, que permite selecionar não só momentos para o recebimento de notificações, mas também quais aplicativos podem exibi-las.

Outras funções inéditas incluem a opção de extrair objetos de fotos para usá-los como figuras em mensagens instantâneas ou redes sociais, e o compartilhamento facilitado de abas do Safari.

Personalização do iOS 16 (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)
Personalização do iOS 16 (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)

E essas câmeras aí?

O iPhone 14 continua com duas câmeras de 12 megapixels na traseira. Mas há uma pequena evolução aqui. A câmera principal tem abertura f/1,5 e um tamanho de pixel maior, combinação que tende a gerar fotos com mais qualidade em ambientes com pouca luz.

Câmeras traseiras do iPhone 14 (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)
Câmeras traseiras do iPhone 14 (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)

Além disso, a tecnologia Photonic Engine está aqui. Ela tira fotos com diferentes ajustes e compara todas elas para gerar uma imagem tão nítida e fiel nas cores quanto possível.

Funciona bem. Em ambientes claros, o nível de definição é altíssimo e é difícil encontrar ruídos. A exposição é equilibrada, o alcance dinâmico é ótimo e as cores são realistas. Mas, para quem prefere tons mais vibrantes, a coloração pode parecer um pouco “lavada”.

Se você se preocupa com isso, é só escolher o modo “vibrante” no app de câmera para as cores ficarem mais intensas. Também dá para escolher modos para tons quentes, tons frios e contraste aprimorado.

Câmera principal (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)
Câmera principal (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)
Câmera principal (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)
Câmera principal (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)
Câmera principal (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)
Câmera principal (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)
Câmera principal (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)
Câmera principal (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)

A câmera grande angular, com a sua lente de 120 graus, também faz um trabalho notável em todos esses parâmetros. Mas é possível notar uma ligeira queda de nitidez em relação à câmera principal. Em compensação, as distorções nas extremidades das fotos me pareceram mais bem controladas.

Grande angular (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)
Grande angular (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)
Grande angular (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)
Grande angular (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)
Grande angular (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)
Grande angular (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)

O modo noturno, que é ativado automaticamente, faz o iPhone 14 gerar fotos à noite com bom controle de ruído e detalhamento decente. Decente, não excelente. Em alguns pontos, aquele efeito de textura lavada é perceptível, principalmente nas fotos feitas com a grande angular.

Principal em cena noturna (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)
Principal em cena noturna (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)
Grande angular em cena noturna (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)
Grande angular em cena noturna (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)

Nas gravações, o iPhone 14 continua permitindo vídeos em 4K e até 60 fps. Mas há pequenas diferenças em relação ao iPhone 13. Agora, o modo Cinema, que funciona como um modo retrato para filmagens, suporta 4K (e não só 1080p). Além disso, a nova geração vem como o modo Ação, que melhora a estabilidade em cenas muito movimentadas.

O modo Cinema em 4K também aparece na câmera frontal, que mantém o sensor em 12 megapixels, mas agora traz uma abertura f/1,9.

Nas fotos frontais, os resultados são tão ou mais interessantes. As imagens têm ótimo nível de nitidez, cores equilibradas e contornos muito precisos no modo retrato. Esta continua sendo uma ótima câmera para selfies. Só que, na prática, é difícil perceber diferenças em relação ao iPhone 13.

Selfie com modo retrato (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)
Selfie com modo retrato (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)

Desempenho: fazendo o iPhone 14 trabalhar

O iPhone 14 tem praticamente o mesmo processador A15 Bionic que comanda o iPhone 13. A única diferença é que encontramos cinco núcleos de GPU aqui, contra quatro na geração anterior. Falamos de um chip bastante poderoso, que dá conta de todas as tarefas com fluidez.

Se o núcleo adicional de GPU faz diferença ou não, o fato é que jogos como Asphalt 9 e Genshin Impact rodaram sem nenhum travamento. Sequer houve aquecimento excessivo. O celular até esquenta durante as tarefas mais pesadas, mas sem exageros.

Também coloquei o aparelho para rodar o Geekbench 5 e o 3D Mark. No primeiro, foram 1.743 pontos em single-core (núcleo único) e 4.818 em multi-core. No segundo, foram 2.899 pontos. Em ambas as ferramentas, são números de respeito.

Desempenho do iPhone 14 no Geekbench 5 e 3D Mark (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)
Desempenho do iPhone 14 no Geekbench 5 e 3D Mark (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)

Com base nisso, não acho que a Apple errou ao manter o chip do ano passado aqui. O A15 continua dando conta do recado, com sobra.

Se existe diferença de desempenho em relação ao iPhone 13, ela é pequena, pelo menos com os aplicativos mais rotineiros. De todo modo, o iPhone 14 traz mais RAM. A Apple não revela a quantidade exata, mas descobrimos com o Geekbench 5 que o modelo tem 6 GB de memória contra 4 GB na geração anterior.

Só para complementar, a unidade testada pelo Tecnoblog tem 512 GB de armazenamento, mas o modelo também pode ser encontrado nas versões com 128 GB e 256 GB.

A bateria melhorou?

Se o fator bateria pesa na sua decisão de compra, anime-se: o iPhone 14 não decepciona nesse quesito. Bom, não muito.

A Apple fala em até 16 horas de duração em streaming de vídeo. Não é exagero. Após dez horas de reprodução de vídeo na Netflix, com Wi-Fi e brilho máximo na tela, vi a carga da bateria cair de 100% para 58%. Isso significa que a bateria pode superar as 16 horas estimadas pela Apple e ainda ter bastante carga.

O que importa é saber que o iPhone 14 consegue passar um dia inteiro longe da tomada, que é o mínimo que a gente espera de um celular. Em um dia típico, que incluiu acesso ao Gmail, uso do WhatsApp, uma hora de YouTube, duas horas de Spotify e pouco mais de trinta minutos de redes sociais, vi a bateria terminar o dia com 42% de carga.

Mas é tudo muito relativo. Para exemplificar, deixei o aparelho gravando um vídeo durante dez minutos. Essa atividade fez a carga cair de 45% para 40%. Jogando Genshin Impact por 20 minutos, a carga caiu na mesma proporção.

Só não posso afirmar que a autonomia melhorou em relação ao iPhone 13. Até porque o MacRumors descobriu que o iPhone 14 tem uma bateria de 3.279 mAh, número pouca coisa maior que os 3.227 mAh de seu antecessor.

Desempenho da bateria do iPhone 14 (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)
Desempenho da bateria do iPhone 14 (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)

Então, vale a pena ou não?

O iPhone 14 tem muitas qualidades. A tela é uma das melhores que eu já vi em um celular, o desempenho é consistente, as câmeras geram fotos ou vídeos excelentes e a bateria tem autonomia aceitável.

Só que pouca coisa mudou de uma geração para a outra. A Apple só melhorou um detalhe aqui, outro ali. Daria até para chamar o iPhone 14 de “iPhone 13s”.

Então, se você já tem um iPhone 13, continue com ele. O iPhone 14 até pode oferecer uma experiência um pouco melhor com fotos, mas, para a maioria das pessoas, esse incremento é pouco relevante.

Botão de liga/desliga do iPhone 14 (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)
Botão de liga/desliga do iPhone 14 (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)

Se você tem um iPhone 12 ou um modelo mais antigo que está bem usado, partir para o iPhone 14 pode valer a pena, desde que você consiga um bom desconto ou uma promoção. Digo o mesmo para quem está vindo do Android.

Isso porque, no site da Apple, o iPhone 14 custava a partir de R$ 7.599 quando esta análise foi publicada. Já o iPhone 13 começava em R$ 6.499. Como ambos os modelos são muito parecidos entre si, o iPhone 13 acaba levando vantagem na relação custo-benefício.

Uma tela com 90 Hz ou mais e um incremento maior de bateria somariam pontos importantes para o iPhone 14. Mas, ao não ter nenhuma grande inovação em relação à geração anterior, o modelo chega como um filme em versão estendida: é legal, mas você já sabe o final.

iPhone 14 — ficha técnica

  • Tela: Super Retina XDR (OLED), 6,1 polegadas, 2532×1170 pixels, 460 ppi, brilho de 800 nits (pico de 1.200 nits com HDR), 60 Hz, True Tone, HDR, Ceramic Shield
  • Processador: hexa-core Apple A15 Bionic com GPU de 5 núcleos
  • RAM: 6 GB
  • Armazenamento: 128 GB, 256 GB ou 512 GB
  • Bateria: 3.279 mAh com recarga sem fio de 15 W (sem carregador na caixa)
  • Câmeras traseiras:
    • Principal: 12 megapixels, f/1,5, estabilização óptica, lente de sete elementos
    • Grande angular: 12 megapixels, f/2,4, 120 graus, lente de cinco elementos
  • Câmera frontal: 12 megapixels, f/1,9
  • Conectividade: Wi-Fi 6, Bluetooth 5.3, 3G, 4G, 5G, Lightning, NFC, GPS, Glonass, Galileo, QZSS, dual SIM (nano-SIM e eSIM)
  • Sistema operacional: iOS 16
  • Sensores: reconhecimento facial (Face ID), luz ambiente, proximidade, acelerômetro, giroscópio, barômetro
  • Dimensões: 146,7 x 71,5 x 7,8 mm
  • Peso: 172 g
  • Cores: preto, roxo, branco, vermelho, azul claro

Review iPhone 14

Prós

  • Tela com cores vívidas e brilho forte
  • Desempenho consistente
  • Ótima experiência com as câmeras
  • O iOS 16 está mais esperto
  • A bateria não é excelente, mas convence

Contras

  • Poucas mudanças frente ao iPhone 13
  • A tela continua com 60 Hz
Nota Final 9.1
Bateria
8
Câmera
9
Conectividade
10
Desempenho
10
Design
8
Software
10
Tela
9

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Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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