Review Samsung Galaxy A52: quando o preço estiver certo
Sucessor do Galaxy A51 sobe o nível dos intermediários com tela excelente de 90 Hz, design com IP67 e câmeras melhores
Sucessor do Galaxy A51 sobe o nível dos intermediários com tela excelente de 90 Hz, design com IP67 e câmeras melhores
O Galaxy A51, lançado no começo de 2020 em um Brasil sem pandemia, ainda é muito lembrado como um bom celular para quem não quer gastar muito dinheiro. A Samsung conseguiu oferecer um smartphone equilibrado com um preço que não impressionava no lançamento, mas que se tornou muito atraente com o passar do tempo. Então, é claro que lançar um sucessor de um modelo tão conhecido não seria tarefa fácil.
Um ano depois, o Galaxy A52 chega com a proposta de trazer recursos antes exclusivos para faixas de preço mais altas: ele tem tela AMOLED de 90 Hz, câmera quádrupla na traseira e até resistência contra água, com certificação IP67. Será que deu certo? Eu testei o novo intermediário premium da Samsung nas últimas semanas em sua versão 4G e conto minhas impressões a seguir.
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O Galaxy A52 foi fornecido pela Samsung por empréstimo e será devolvido à empresa após os testes. Para mais informações, acesse tecnoblog.net/etica
O design do Galaxy A52 me remete a uma versão simplificada do Galaxy Note 20, com ângulos retos, câmeras dispostas em um retângulo vertical e traseira de plástico, sem nenhuma sofisticação nos materiais. A cor azul-céu não é das minhas favoritas, mas pelo menos o aparelho é fino, confortável de usar e traz os bons resquícios de um celular intermediário, como a entrada de fone de ouvido e o leitor de cartão de memória. (Sim, tem até rádio FM.)
A certificação IP67, que carimba a resistência contra água e poeira no Galaxy A52, é um dos grandes trunfos do produto. Além de garantir uma paz de espírito para o dono quando o aparelho molhar por acidente, esse é o tipo de proteção que costuma ser exclusiva de smartphones premium, sendo que alguns concorrentes diretos não incluem essa característica nem em modelos mais caros. É muito bom ver a tecnologia chegando a aparelhos um pouco mais acessíveis.
A tela AMOLED de 6,5 polegadas do Galaxy A52 dá um passo além em relação ao Galaxy A51, que já tinha um painel excelente. A resolução foi mantida em Full HD+, o que é mais que suficiente para sustentar a ótima definição, mas a taxa de atualização subiu para 90 Hz, sendo que a variante 5G tem 120 Hz. A fluidez do display se soma ao brilho forte, contraste infinito e cores acertadas para trazer uma ótima experiência.
O Galaxy A52 roda Android 11 de fábrica com a interface One UI 3.1, que me agrada bastante pela uniformidade visual e por ser projetada para ser usada com uma mão só. Alguns recursos de modelos premium da Samsung, como o DeX, não estão aqui, mas o software é, em sua maior parte, idêntico ao resto da linha Galaxy. Isso significa telas limpas, Samsung Pay e ferramentas nativas que funcionam bem, como o Meus Arquivos e o Calendário.
A política excelente de atualizações da Samsung conta muito pontos a favor do Galaxy A52, que é mais um smartphone da marca a ter garantia de três novas versões de Android (ou seja, até o Android 14) e quatro anos de correções de segurança a partir do lançamento (ou seja, até o começo de 2026). É ótimo que isso esteja acontecendo em um celular intermediário quando certas empresas não oferecem tanto tempo de suporte nem nos topos de linha.
Claro que o software não é perfeito, já que a Bixby está longe de ser uma unanimidade, mas a Samsung é hoje a fabricante de Android que chega mais perto da perfeição nesse quesito.
As câmeras tiveram um upgrade em relação ao Galaxy A51 e ficaram muito próximas do Galaxy A71, com um conjunto quádruplo formado pela câmera principal de 64 megapixels, ultrawide de 12 megapixels, macro de 5 megapixels e um sensor de profundidade para fotografar retratos com fundo desfocado. A câmera de selfie continua com resolução de 32 megapixels.
Com bastante iluminação, o Galaxy A52 entrega fotos com amplo alcance dinâmico, exposição equilibrada e ótima definição. As cores são bastante saturadas e impressionam os olhos, mas sem chegar ao ponto de incomodar. Com a ultrawide, a definição é ligeiramente prejudicada fora do centro da imagem, mas o resto das qualidades se mantém.
No escuro, o modo noturno consegue manter uma boa definição e saturação de cores sem aumentar tanto o ruído, tanto na câmera principal quanto na ultrawide. O equilíbrio na exposição me agrada muito, ainda mais em um smartphone que não é um topo de linha. Só o filtro de sharpening, para aumentar a impressão de nitidez, fica um pouco além da conta, criando bordas duras em torno de objetos.
A câmera macro de 5 megapixels até que funciona bem, apesar de ser inferior à câmera ultrawide híbrida de 16 megapixels do Moto G100. Embora não tenha um alcance dinâmico tão bom, é uma funcionalidade bacana para registrar detalhes que não seriam possíveis com uma lente convencional com distância mínima de foco maior.
As selfies são capturadas pela câmera de 32 megapixels e têm boa qualidade. A definição é ótima, as cores agradam e o recurso de desfoque de fundo é razoável, só esquecendo alguns fios de cabelo no meio do caminho, o que é esperado em um conjunto óptico mais simples. Para um celular intermediário, a câmera frontal é boa e tem o bônus de filmar em 4K, característica que parece ter sido esquecida pelas concorrentes.
No hardware, o Galaxy A52 não foge muito do padrão da categoria. Quem tinha alergia ao chip Samsung Exynos 9611 do Galaxy A51 pode ficar mais feliz com o novo Snapdragon 720G, da Qualcomm, agora trabalhando em conjunto com 6 GB de RAM e 128 GB de armazenamento, com possibilidade de expansão por microSD.
No dia a dia, o processador trabalha com folga, alternando rapidamente entre os aplicativos e exibindo as animações do sistema com fluidez, também graças à taxa de atualização de 90 Hz. O chip gráfico Adreno 618 dá conta da maioria dos jogos e só não é suficiente se você quiser colocar os gráficos no máximo: quando todas as sombras, reflexos e filtros de Asphalt 9 estão ativados, o hardware mostra sinais de engasgo e taxa de quadros inconstante em algumas cenas.
A bateria de 4.500 mAh é uma evolução em relação aos 4.000 mAh do antecessor e dá conta do recado. No teste padrão de quarentena, com três horas de streaming na Netflix, uma hora de navegação na web e meia hora de Asphalt 9, sempre com brilho no máximo, em 90 Hz e conectado ao Wi-Fi, a bateria do Galaxy A52 passou de 100% para 64%. É o mesmo resultado excelente do Galaxy S21 Ultra, mostrando que o Snapdragon 720G de 8 nanômetros é econômico e a tela cuida bem da energia.
Comecemos pelo começo: o Galaxy A52 tem preço sugerido de R$ 3.299, o que é extremamente alto e o torna uma opção inviável. Quem tem essa grana deveria economizar uns trocados e comprar o Galaxy S20 no varejo, que é um aparelho superior e mais barato. Assim como o Galaxy A51, o Galaxy A52 tem um preço de etiqueta inflado que não faz sentido, a não ser que haja uma bela oferta — e o Galaxy Buds+ como brinde de lançamento da Samsung não convence.
Como já sabemos que esse preço é insustentável por mais do que algumas semanas no varejo online, isso nos obriga a aplicar o fator de desvalorização do Android e imaginar cenários futuros. O antecessor, Galaxy A51, pode ser encontrado sem dificuldade por R$ 1.800 no momento em que este review é publicado. Eu pagaria até uns 20% a mais pelas novidades do Galaxy A52 — se o preço estiver por volta dos R$ 2.100, logo abaixo do Galaxy S20 FE, o intermediário da Samsung é interessante.
O Galaxy A52 tem um conjunto bastante equilibrado ao mesmo tempo em que adiciona novidades ao segmento de celulares intermediários, o que foi uma das chaves do sucesso do Galaxy A51. O desempenho pode não ser o melhor para jogos e a bateria não tem os 7.000 mAh do Galaxy M51, mas ele é mais que suficiente para basicamente qualquer outro tipo de usuário: o design é robusto, a câmera tira fotos boas e a tela é excelente (e excelente considerando todo o mercado, não só a categoria).
A política de atualizações de longo prazo da Samsung dá uma segurança maior ao usuário e deveria servir de exemplo para outras fabricantes de celulares, ainda mais em um momento no qual o dinheiro está mais escasso e as pessoas estão demorando mais para trocar de aparelho. Desde que pelo preço certo, o Galaxy A52 é o celular intermediário que eu compraria.