Review Samsung Galaxy A70: baita tela, baita bateria
Com tela de 6,7 polegadas e 6 GB de RAM, Samsung Galaxy A70 é um dos modelos mais equilibrados da linha Galaxy A 2019
Com tela de 6,7 polegadas e 6 GB de RAM, Samsung Galaxy A70 é um dos modelos mais equilibrados da linha Galaxy A 2019
A Samsung lançou tantos celulares em 2019 que convém que cada modelo tenha ao menos uma característica marcante para se diferenciar dos demais. No caso do Galaxy A70, o diferencial está na tela: estamos falando de um intermediário premium com painel Super AMOLED de 6,7 polegadas.
Mas a tela gigante não é a única característica que atrai os olhares para o Samsung Galaxy A70. A marca coreana também destaca a câmera tripla na traseira (o sensor principal tem 32 megapixels), os 6 GB de RAM e os 128 GB de armazenamento interno, além da bateria de 4.500 mAh.
Será que essa configuração faz o Galaxy A70 valer a pena? Eu passei alguns dias testando o aparelho para descobrir. As minhas conclusões você confere nas próximas linhas.
Se você já teve contato com algum Galaxy A lançado em 2019 (como o Galaxy A50), vai perceber que, a não ser por um detalhe aqui, outro ali, o Galaxy A70 não foge do padrão atual de design da linha. Mas, mesmo não havendo novidades nesse aspecto, o aparelho consegue ser bem apresentável.
Há versões com traseira em branco, preto ou azul claro. Em todas elas, existe uma camada reflexiva com aquele “efeito arco-íris” que está na moda. O revestimento externo parece vidro, mas é um plástico que adere bem às mãos para prevenir quedas. Apesar disso, eu não usaria o Galaxy A70 sem capinha.
Para quem faz questão de usar fones de ouvido com a tradicional conexão de 3,5 mm, boa notícia: ela está lá, na parte inferior, ao lado da porta USB-C.
Falando em conexões, vale dizer que o smartphone vem com uma gaveta para três chips: o microSD (de até 512 GB) e os dois SIM cards (nano-SIM). Ela foi posicionada no topo da lateral esquerda.
O aproveitamento da área frontal não é tão avançado quanto no Galaxy Note 10+, por exemplo, mas esse aspecto foi trabalhado o suficiente para permitir que o Galaxy A70 venha com uma das maiores telas da sua categoria: temos aqui um painel Super AMOLED com 6,7 polegadas de tamanho e formato 20:9.
A resolução é de 2400×1080 pixels (full HD+). Poderia ser maior? Em um painel esticadão como esse, poderia, mas essa resolução é mais do que suficiente para permitir que a experiência de jogar ou assistir a filmes no Galaxy A70 seja bastante positiva.
Contribui para isso o brilho da tela, que garante visualização satisfatória do conteúdo até sob luz solar — o ajuste automático é rápido e preciso —, e a vivacidade de cores típica de painéis Super AMOLED. Nem preciso dizer que a visualização sob ângulos diversos também agrada.
As dimensões generosas e a boa qualidade do painel fazem mesmo a tela ser o componente de maior destaque no Galaxy A70. Só que ela também tem um ponto “mais ou menos fraco”. Se bem que, para ser justo, esse ponto não corresponde à função primária da tela: estou falando do leitor de impressões digitais integrado.
Quando eu peguei o Galaxy A70, notei que a leitura das digitais na tela era demorada ou falhava com frequência, fazendo do reconhecimento facial uma opção de desbloqueio mais interessante.
Porém, no mesmo dia, atualizei o software do Galaxy A70. Coincidência ou não, o leitor de digitais ficou mais preciso após o procedimento. Ele ainda erra leituras, mas com uma frequência bem menor.
A Samsung anunciou o Galaxy A70 em abril de 2019, por essa razão, ele vem com o Android 9.0 Pie, não com o Android 10. Mas essa não chega a ser uma característica negativa: o software como um todo roda com fluidez e a interface One UI (na versão 1.1) está bem otimizada e funcional.
Os atributos habituais dessa interface marcam presença: os menus bem organizados, os traços harmônicos, os apps próprios da Samsung (como o Samsung Health e o Galeria) e funções já clássicas, como o Pasta Segura (protege arquivos e aplicativos com criptografia) e o Dual Messenger (para duas contas do WhatsApp ou semelhantes).
Não há novidades aqui, afinal, esses recursos também fazem parte dos outros aparelhos recentes da linha Galaxy A. O que acaba chamando mais atenção no software do Galaxy A70 é o quão bem a interface One UI se adapta a telas grandes.
Só para dar um exemplo: é visível que existe uma preocupação em fazer botões ou ícones importantes aparecerem no meio da tela para facilitar o uso do sistema operacional com apenas uma mão.
Comecemos de cima baixo para baixo: na traseira, a câmera mais ao topo tem sensor de 5 megapixels para profundidade, a do meio é a câmera principal, com 32 megapixels e abertura f/1,7, e a última traz sensor de 8 megapixels e lente grande angular (ultra wide) de 123 graus.
Você já deve ter entendido qual a proposta aqui: a primeira câmera vai trabalhar com a principal para gerar fotos com fundo desfocado (modo retrato); a terceira entra em ação para registrar imagens que cobrem áreas maiores no enquadramento.
Que fique claro desde já que nenhuma dessas câmeras faz fotos impressionantes. Por outro lado, os resultados não chegam a ser ruins. De modo geral, a definição é caprichada e os ruídos aparecem muito discretamente. Esses parâmetros só decaem um pouco em fotos noturnas, mas isso é esperado.
O único problema é que, em uma aparente tentativa de melhorar a nitidez da foto em áreas de sombra, o HDR (ativado como automático por padrão) pode deixar a imagem com um aspecto ligeiramente desbotado.
Nessas circunstâncias, a dica é tocar em qualquer ponto da área de focagem no app de câmera para o controle de iluminação aparecer, aí você pode corrigir esse tipo de imperfeição.
Já a câmera secundária cumpre bem o seu papel no moto retrato. Não notei erros de focagem aqui e os resultados, de modo geral, são interessantes — dá até para notar um pouco mais de intensidade nas cores da imagem. A focagem costuma ser rápida, mesmo em ambientes com luz reduzida.
Curti bastante a terceira câmera. Às vezes, a definição das fotos feitas com ela é um pouco mais reduzida na comparação com a principal, mas as imagens têm mais vivacidade e, obviamente, cobrem uma área maior da cena.
Temos, por fim, a câmera frontal. Com seu sensor de 32 megapixels e abertura f/2,0, ela é rápida nas selfies e regula bem a definição em primeiro plano. Porém, o pós-processamento pode gerar resultados muito artificiais na tentativa de corrigir imperfeições da pele, como é frequente na linha Galaxy.
Para quem não quiser sair com o rosto “aveludado” demais, a dica é desativar o modo de embelezamento.
O Galaxy A70 é um intermediário premium, não um celular topo de linha. A gente lembra disso ao olhar para o hardware: o aparelho conta com 6 GB de RAM e 128 GB de armazenamento, mas o processador é o octa-core Snapdragon 675 (com GPU Adreno 612).
Essa é uma configuração bem competente. Não notei nenhum problema em multitarefa, os aplicativos abriram e responderam rapidamente, e não houve fechamentos inesperados.
São os aplicativos exigentes que mostram as limitações do Snapdragon 675. Jogos como Breakneck e Asphalt 9: Legends rodaram com desenvoltura, mas não todo o tempo: não foi difícil notar quedas na taxa de frames durante cenas movimentadas, ainda que discretas o suficiente para não afetar a jogatina.
Você vai conseguir ter uma experiência decente com jogos aqui, desde que siga a regrinha de manter as configurações gráficas em médio ou automático.
Grandalhona que é, achei que a tela iria drenar a bateria do Galaxy A70. Mas os 4.500 mAh do componente fazem o smartphone se garantir na autonomia.
Para testar a bateria, reproduzi vídeos via Netflix e brilho máximo na tela por três horas, rodei Asphalt 9 por cerca de meia hora, usei Chrome e apps de redes sociais por uma hora e meia, executei o Spotify via alto-falante por uma hora e concluí com uma chamada de 10 minutos.
Comecei pela manhã com 100% de carga. À noite, por volta das 22:00, a bateria do Galaxy A70 ainda tinha 55% de capacidade. Melhora: a recarga é bem rápida. O aparelho precisou de apenas uma hora e 15 minutos para fazer a bateria ir de 30% a 100% de carga com o carregador de 25 W que acompanha o produto, um resultado muito convincente para uma bateria de 4.500 mAh.
Para um smartphone com tantos atributos, achei que ficou faltando um pouco mais de cuidado com o alto-falante. Ele não chega a ser ruim, mas não impressiona em nada: o volume máximo está dentro da média e o som não é necessariamente claro.
O Galaxy A70 tem tudo para terminar o ano como o aparelho mais equilibrado de toda a linha Galaxy A 2019. Ele entrega um conjunto interessante de recursos e, ao mesmo tempo, possui pontos negativos que não são tão… negativos.
A tela é um deleite para quem assiste a vídeos com frequência no smartphone, a bateria consegue passar o dia todo longe da tomada com relativa facilidade e os 6 GB de RAM ajudam e muito a evitar gargalos.
Só que o valor de R$ 2.499 que a Samsung sugere pelo Galaxy A70 é exagerado. Por esse preço, o aparelho deveria trazer algum tipo de proteção contra água, áudio incrementado e câmeras mais otimizadas — não que elas sejam ruins, mas o aparelho deixa a sensação de que poderia registrar fotos mais caprichadas.
Felizmente, o varejo já pratica preços mais realistas, digamos assim. Já é possível encontrar o aparelho por cerca de R$ 1.600, R$ 1.700. O Samsung Galaxy A70 vale a pena, sim, desde que você não pague mais do que isso por ele.
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