Uma olhada de perto no Samsung Galaxy Note 9

Bateria maior, S Pen mais inteligente e capacidade absurda de armazenamento são os destaques do flagship da Samsung

Paulo Higa
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• Atualizado há 1 mês
Samsung Galaxy Note 9

Direto de Nova York — Faz tempo que o Galaxy Note é um incremento em relação ao Galaxy S do mesmo ano. A Samsung aproveita seu celular flagship como ponto de partida, traz novos recursos de software, adiciona a caneta S Pen e muda algum componente de hardware. Não é diferente desta vez, mas o Galaxy Note 9 chega com novidades importantes que devem fazer os usuários da linha atualizarem para a nova geração.

A caneta do Galaxy Note 9 ficou mais inteligente e pode ser utilizada mesmo à distância. O modo que transforma o smartphone em desktop não precisa mais de um acessório com ventoinha para funcionar. E, quem diria: a capacidade da bateria aumentou significativamente. Vamos conhecer?

Em vídeo

Design refinado e modo DeX mais prático

O Galaxy Note 9 é basicamente um Galaxy S9+ mais sério. Ele tem linhas de design mais angulares, os cantos da tela são menos arredondados e a paleta de cores é mais sóbria, com exceção da versão azul, a única que possui uma caneta S Pen mais chamativa, de cor amarela.

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O leitor de impressões digitais foi parar embaixo das lentes da câmera traseira e agora pode ser alcançado com maior facilidade. A tela Super AMOLED continua com as laterais curvadas, mas cresceu para 6,4 polegadas, mantendo a resolução de 2960×1440 pixels. E o design também mudou por dentro, já que a Samsung instalou um novo sistema de resfriamento térmico que promete dissipar até três vezes mais calor em relação à geração anterior.

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Uma das vantagens da nova tecnologia de resfriamento térmico é que ela dispensa a necessidade de um dock para utilizar o modo DeX, que transforma o smartphone em um desktop. Segundo a Samsung, a base era necessária no Galaxy Note 8 porque esse modo faz o aparelho esquentar mais e exigia uma ventoinha externa para evitar superaquecimento ou perda de desempenho.

Agora, o modo DeX só precisa de um adaptador de USB-C para HDMI para ser ativado. Basta conectar o mouse e o teclado por Bluetooth, plugar o pequeno acessório ao monitor e pronto, você tem uma área de trabalho completa. Eu ainda não consegui testar o DeX a fundo, mas ele está visivelmente mais rápido para iniciar e dá acesso a mais apps que na versão anterior — é um recurso que amadureceu bastante.

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Caneta S Pen que funciona como controle remoto

A principal característica da linha Note, a S Pen, também melhorou. Ela já era bastante precisa, suportando milhares de níveis de pressão e tendo um pequeno botão lateral que acionava recursos de escrita e marcação quando você aproximava a caneta da tela. Agora, a S Pen tem conexão Bluetooth, o que significa que ela pode funcionar mesmo a dez metros de distância do Galaxy Note 9.

E para que serve uma caneta S Pen tão longe do celular? Basicamente, como controle remoto: dá para passar os slides de uma apresentação no PowerPoint, tirar selfies ou fotos em grupo (com todo mundo aparecendo), controlar a reprodução de um vídeo no YouTube, apresentar suas fotos na uma galeria de imagem e mais.

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Você pode escolher via software o que o aparelho deve fazer quando você der um pressionamento longo no botão (abrir a câmera, o PowerPoint ou qualquer outro aplicativo instalado no celular) e também as ações que serão realizadas com um clique simples ou duplo (passar para o próximo slide, voltar para foto anterior, etc.). A API é aberta, então os desenvolvedores podem trazer novos recursos com o tempo.

Como a S Pen gasta pouquíssima energia, você não precisa se preocupar em ficar recarregando a bateria — só de deixar a caneta por 40 segundos dentro do Galaxy Note 9, dá para garantir centenas de pressionamentos à distância. Só é bom tomar cuidado para não perder a caneta.

Quem precisa de 512 GB no celular?

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Até por ser o smartphone mais caro da Samsung, o Galaxy Note 9 tem o melhor conjunto de hardware dentro da empresa: o processador da versão brasileira será o Snapdragon 845 (em vez do Exynos, que será utilizado na maioria dos países), a RAM pode ser de 6 ou 8 GB (!) e a capacidade de armazenamento já começa em 128 GB, mas você também pode optar por comprar a versão de 512 GB.

Sim: é meio terabyte de memória flash. E, se isso ainda não for o suficiente, você pode colocar um cartão de memória de 512 GB, para somar 1 TB de dados no bolso. Eu confesso que já consegui lotar um celular de 256 GB, mas porque gravava muitos vídeos em 4K a 60 quadros por segundo para o trabalho, enviava tudo para a nuvem e não deletava os arquivos; sem essas filmagens, acho que nunca passei de 50 GB.

Então, é claro que falta de espaço não deve ser mais um problema no celular (se você tiver bastante dinheiro), mas a Samsung promete que outro componente também vai deixar de ser um problema: a bateria. A empresa finalmente perdeu o medo de aumentar a capacidade da bateria e colocou 4.000 mAh no Galaxy Note 9 — 21% a mais que os 3.300 mAh do Galaxy Note 8. Já era hora!

Com o aumento na bateria, o Galaxy Note 9 também ficou mais gordinho, com 8,8 mm de espessura e 201 gramas. Quem usa um celular menor deve sentir algum incômodo no bolso nos primeiros dias, mas quem já tinha um Galaxy Note provavelmente não vai notar nenhuma diferença.

Câmera igual, só que diferente

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O hardware da câmera do Galaxy Note 9 é exatamente o mesmo do Galaxy S9+. Para quem não se lembra, temos uma câmera frontal com sensor de 8 MP e abertura f/1,7; e uma câmera traseira dupla, com uma lente grande angular de abertura variável (que pode ser f/1,5 ou f/2,4, dependendo das condições de luz) e uma lente telefoto (f/2,4), para dar zoom óptico e ajudar no recurso de foco dinâmico, que desfoca o fundo. Ambas as câmeras traseiras têm estabilização óptica de imagem e 12 MP.

Só que a Samsung adicionou algumas novidades no software para melhorar a experiência. Como o hardware já é muito bom, parece que agora o foco é fazer com que qualquer pessoa consiga tirar uma foto excelente sem precisar entrar no modo manual, ajustar a saturação ou editar a imagem depois.

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A Samsung tentou destacar bastante um recurso que identifica 20 tipos de cenas, como flores, comida ou paisagem, para capturar a melhor foto possível, mas isso não é exatamente uma novidade — já existia até na época das câmeras compactas. O que é legal é um recurso de detecção de falhas: se alguém piscou, se existe uma contraluz atrapalhando a cena, se a imagem ficou borrada ou se a lente está suja, o aparelho te avisa para tirar uma nova foto.

Além disso, a Samsung promete ter melhorado o HDR e o recurso de foco dinâmico, que agora funciona mesmo em condições de baixa iluminação, em contraste com o Galaxy Note 8, que sofria bastante para desfocar o fundo e capturar detalhes com a lente telefoto, que tem uma abertura menor, de f/2,4.

E aí?

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Eu preciso de mais tempo para tirar algumas conclusões, já que só usei o aparelho em ambientes controlados, mas as primeiras impressões do Galaxy Note 9 são positivas, assim como foram as do Galaxy S9 e Galaxy S9+. Considerando que este é um ano de mudanças incrementais na Samsung, até que houve boas novidades.

O aumento na capacidade da bateria me surpreendeu, considerando que faz só dois anos que a Samsung passou pelo maior vexame de sua história no mercado de dispositivos móveis, justamente no ano em que havia melhorado bastante a bateria (tinha passado de 3.000 mAh no Galaxy Note 5 para 3.500 mAh no fatídico Galaxy Note 7).

A S Pen mais inteligente e o DeX que não exige mais um dock também devem agradar os usuários mais fiéis da linha Note. De resto, ele traz as merecidas melhorias do Galaxy S9+, como a lente com abertura variável, os alto-falantes estéreo da AKG e o processador atualizado, além de uma nova versão com espaço absurdo.

O preço e a data de lançamento no Brasil ainda não foram divulgados, mas você já pode esperar um valor bem alto, especialmente se a versão de 512 GB chegar ao país.

Eu estarei com o Galaxy Note 9 durante os próximos dias e o review completo será publicado em breve. O que vocês querem saber sobre ele?

Ficha técnica do Samsung Galaxy Note 9

  • Processador: Qualcomm Snapdragon 845 (Brasil) ou Exynos 9810 (outros países);
  • RAM: 6 GB ou 8 GB DDR4;
  • Armazenamento interno: 128 GB ou 512 GB (com slot para microSD);
  • Tela: Super AMOLED de 6,4 polegadas com resolução de 2960×1440 pixels;
  • Bateria: 4.000 mAh;
  • Câmera frontal: 8 megapixels (f/1,7);
  • Câmera traseira: grande angular de 12 megapixels (f/1,5-2,4), telefoto de 12 megapixels (f/2,4), ambas com estabilização óptica de imagem (OIS);
  • Conectividade: 4G LTE de até 1,2 Gb/s com cinco agregações de frequências, Bluetooth 5.0, Wi-Fi 802.11ac de 2,4 ou 5 GHz, USB-C, ANT+ e NFC;
  • Sistema operacional: Android 8.1 Oreo;
  • Dimensões: 161,9×76,4×8,8 mm;
  • Peso: 201 gramas.

Paulo Higa viajou para Nova York a convite da Samsung.

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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