Review Sony Xperia M: bom desempenho e bateria forte

Xperia M2 tem a missão de enfrentar o Moto G no mercado brasileiro

Cauã Taborda
Por
• Atualizado há 10 meses
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Custando 899 reais, o Xperia M2, da Sony, tem a missão de enfrentar no mercado brasileiro o Moto G 4G, que traz especificações parecidas por 100 reais a menos. Há muita similaridade entre os aparelhos, mas não faltam elementos únicos para que se possa decidir entre um ou outro. Acompanhando a linha de design de outros Xperia, o M2 é o mais próximo do topo de linha Z2, inclusive em tamanho.

Com 4,8 polegadas, a tela do M2 entrega 960×540 pixels, ótimo brilho e fidelidade nas cores. Para rodar o Android 4.3 sem nenhum engasgo, esse smartphone traz um chipset Qualcomm Snapdragon 400, com quatro núcleos de 1,2 GHz, GPU Adreno 305 e 1 GB de RAM.

Esse poder de fogo, somado a 8 GB de memória interna (expansível por microSD), câmera de 8 MP, NFC e um excelente design são suficientes para arranhar o brilho do “melhor smartphone barato do mercado”? Ele pode satisfazer usuários mais exigentes sem deixar aquele gostinho de “imitação mais barata” do Z2? Descubra abaixo em nosso avaliação.

Design e pegada

Assim como o Xperia Z2, o mais barato M2 também é um aparelho grande. Suas dimensões de 13,9×7,1 cm só não o convertem em um aparelho desconfortável pela espessura de 0,8 cm (assim como no Z2). Há o mesmo botão lateral centralizado para desbloquear a tela acompanhado pelo controle de volume. Nessa mesma lateral também está a fenda para cartão microSD e SIM card.

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Seguindo o padrão do mercado, o M2 também não traz botões físicos na face frontal, incorporando os botões de controle do Android à tela e ao sistema. Felizmente a Sony manteve o botão dedicado para a câmera, que, além de deixar o acesso ao registro de imagens ágil, ajuda a reduzir as fotos tremidas.

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No Z2, o toque recebe uma sensação bastante agradável de metal e vidro que, por motivos de redução de custo, no M2 se converte a plástico e plástico. A pegada se torna menos confortável e o material não possui proteção oleofóbica, sendo mais suscetível ao acúmulo de gordura das mãos. Felizmente, a fenda para cartão SIM do M2 é muito mais fácil de lidar do que a do Z2 e passa mais segurança.

Mesmo assim, o M2 reserva uma elegância própria do design dos novos Xperia que é difícil de bater. Postos lado a lado, o M2 parece pertencer a uma classe superior ao Moto G, ao menos visualmente.

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Se sua ideia era mergulhar esse aparelho na piscina, desista. Não há proteção contra líquidos ou mesmo imersão. Mas, por não levar vidro nas duas superfícies, o M2 pode ser menos propenso a dores de cabeça com pequenas quedas.

Pesando 148 gramas, o aparelho é leve para seu tamanho, e inclusive tem boa distribuição de peso, o que o torna agradável tanto no uso vertical como horizontal. Não é o tipo de aparelho que vai te deixar com dores por aproveitar um filme na Netflix, por exemplo.

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Na maioria dos bolsos de calça o Xperia M2 não vai se converter em um incômodo. Ele pode se adaptar confortavelmente a qualquer bolso frontal de calça masculina. Para as mulheres, com bolsos geralmente menores, o jeito vai ser levar o M2 sempre na bolsa, já que ele é muito grande para os bolsos traseiros de qualquer calça. Aliás, remover o aparelho do bolso na hora de sentar terá de se tornar um hábito, já que ao se flexionar para sentar, em várias situações, o aparelho vai sofrer uma pressão muito grande, que pode inclusive ser desastrosa.

Tela

Com resolução de 960×540 pixels, o painel LCD do M2 oferece densidade de 229 pixels por polegada. Embora a resolução não seja espetacular para uma tela de 4,8 polegadas, levando-se em conta os padrões atuais bastante elevados, o resultado fica muito acima da média.

Há uma proteção Gorilla Glass 3, mas, como mencionado acima, a falta de cobertura oleofóbica deixa a tela mais difícil de limpar do que o normal. Há ângulos de visão bastante aceitáveis, mesmo para um painel TFT, e um brilho bastante intenso.

Assim como nas telas da Samsung, o Xperia M2 tende a reforçar os tons frios, dando um aspecto levemente azulado para as imagens. Isso não é um problema, já que no Brasil estamos acostumados com esse tipo de tela que, para muitos, tornam a leitura e uso mais confortáveis.

A resposta aos toques é perfeita. Não encontramos dificuldade alguma durante nossos testes, inclusive nos cantos, que geralmente são um ponto fraco em precisão. Parte dessa precisão pode ser confirmada pelo teste de múltiplos toques, que reconheceu até 10 dedos simultaneamente.

Software e multimídia

Com a desvantagem de ainda rodar o Android 4.3, o Xperia M2 traz a tradicional interface da Sony. Atualmente ela é uma das que mais se afasta da versão pura do sistema, assim como a Samsung. Neste caso, esse distanciamento com a interface limpa traz uma série de vantagens ao usuário, além de um visual bastante limpo, agradável e com ótimas opções de personalização.

A principal diferença à primeira vista são as cores. A Sony optou por tons mais escuros, o que valoriza o contraste entre fundo e textos (normalmente brancos) e facilita a leitura. Um dos avanços que mais sinto falta quando volto para outros aparelhos é a interface para personalizar as áreas de trabalho. Além de facilitar a organização de atalhos e widgets, é possível adicionar tantas áreas quanto desejar e definir qual será a principal.

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Por essa tela também é possível acessar as opções de tema, que alteram o padrão de cores do aparelho e também seu fundo de tela automaticamente. Há um certo ar nostálgico nessa funcionalidade, já que era muito popular antes da chegada dos smartphones. Poder alterar o visual do sistema sem precisar de um launcher é, a meu ver, um ponto positivo.

Na listagem dos aplicativos, uma barra lateral localizada à esquerda da tela permite ordenar os apps a seu gosto. O ajuste pode ser feito por ordem alfabética, dos mais usados para os menos usados, dos instalados para os pré-instalados ou ainda conforme a disposição do usuário.

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Outra adaptação não muito sutil foi feita na função multitarefa. Além de gerenciar os aplicativos abertos por suas miniaturas, é possível acessar rapidamente aplicativos que rodam como janelas, passando por cima de tudo o que está aberto. Estão disponíveis: Active Clip, uma espécie de captura de tela com área de seleção; Agenda; Calculadora; Favoritos do Chrome; Gmail; Navegador; Temporizador (cronômetro ou timer) e o Touch Block, um botão que bloqueia a tela. É possível baixar outros do Google Play, mas a utilidade de cada um é bastante questionável.

A Sony tratou de rechear esse smartphone com seu pacote padrão de aplicativos. O mais útil de todos provavelmente é o Walkman, um dos mais completos players de música para smartphones. Além do visual, há recursos para compartilhar listas, ver listas de amigos e acessar os canais de streaming, tudo pelo serviço Music Unlimited.

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Há também o TrackID, que identifica a música tocando no ambiente à la Shazam, além do TrackTV, que deveria funcionar da mesma forma para programas de TV. O grande problema deste último é o Brasil não está disponível, ou seja, mesmo que a ideia seja interessante, o app se torna inútil, a não ser que você esteja viajando.

Outro destaque é o Socialife, que reúne atualizações de seus contatos de redes sociais. Basta conectar Facebook, YouTube, Twitter e até feeds de notícias para receber as novidades em um único lugar. Se você estiver em dúvida sobre o que baixar, o Sony Select faz sugestões de aplicativos, temas e jogos.

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Para cuidar de possível problemas, a Sony inclui o Xperia Care. Esse aplicativo reúne informações de suporte como acesso ao fórum, um “fale conosco” e listagens de resoluções de problemas conhecidos para toda a linha de produtos Sony. Também dá para encontrar a autorizada mais próxima.

Câmera

Com resolução de 8 megapixels, a câmera do Xperia M2 faz fotos com excelente qualidade e fidelidade nas cores. Um ponto fraco é a gravação de vídeo. Mesmo registrando em 1080p a 30 quadros por segundo, o autofoco é lento e falha em encontrar o ponto central de uma cena. O ajuste de iluminação (exposição e branco) é ágil, mas também pode se tornar um estorvo em cenas com muita variação de exposição. Veja o vídeo abaixo:

Felizmente, nas fotos, a câmera do M2 não peca como na gravação de vídeo. Mesmo com a possibilidade de ajustar manualmente as opções da câmera, o mais indicado é abusar do “Auto Superior”. Durante os testes ele não falhou em escolher as melhores opções para a cena.

No geral, as fotos com boas condições de luz ficam impecáveis, mas há uma quantidade grande de ruído ao registrar cenas em ambientes fechados ou durante à noite.

Além do registro competente de fotos, a câmera conta com recursos adicionais. Para os aficionados por selfies, o modo Retrato oferece diferentes estilos para registrar sua melhor expressão. As opções são: Cotidiano, Escritório, Natural, Delicado, Jovem, Clássico, Praia, Festa, Boneca ou Balada.

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O modo “Efeito de Foto” dá um toque artístico às imagens registradas. Dá para escolher entre 9 efeitos diferentes para deixar suas fotos mais divertidas. Outro recurso nada prático, mas engraçado, é o AR effect. Com ele você pode inserir paisagens ou máscaras de realidade aumentada. Você pode deixar todos com um chapéu, ou então criar uma cena com um dinossauro ao fundo, que se move em uma paisagem pré-histórica. O efeito nem sempre funciona como esperado, já que em determinadas situações o aparelho não consegue definir as proporções da forma correta, mas ainda assim é divertido.

Em linhas gerais, a câmera do M2 é muito competente no registro de imagens do dia a dia e há efeitos divertidos, mas faz um trabalho mediano na gravação de vídeos.

Desempenho

O Snapdragon 400 do Xperia M2 garante um uso descomplicado e bastante ágil do Android 4.3. Em nossos testes não encontramos nenhuma lentidão ou mesmo travamento. Nas tarefas simples, com navegação, uso de redes sociais ou jogos, dá para esquecer que o aparelho não é um topo de linha.

O aparelho também não decepciona da velocidade de conexão. O M2 é compatível com redes 4G (LTE) e conta ainda com Wi-Fi 802.11 n, Bluetooth 4.0, NFC, GPS com A-GPS e GLONASS e também sintonia de rádio FM com RDS. Dos 8 GB de armazenamento interno, 5 GB estão disponíveis para o usuário e seus aplicativos. É possível expandir o armazenamento com cartões de até 32 GB.

Na função básica de um celular, que é fazer ligações, o M2 faz um trabalho competente. O volume das chamadas é alto e a definição muito boa. O viva-voz não é dos mais potentes, o que pode ser um problema para quem atende uma chamada ao volante, por exemplo. Em nenhum momento durante os testes o aparelho apresentou problema na recepção de sinal.

Bateria

Com 2.330 mAh, a bateria do Xperia M2 proporcionou um dia completo de carga, com Bluetooth e Wi-Fi ativados. Entre as minhas atividades fiz o básico. Naveguei pelo Chrome, usei aplicativos de redes sociais, troquei um grande volume de mensagens (inclusive com áudio, vídeo e fotos) pelo WhatsApp por causa da Copa e usei a câmera para fazer fotos.

Pela tela de 4,8 polegadas esperava uma duração menor de bateria, mas felizmente o aparelho surpreendeu neste ponto. No meu teste em reprodução de vídeo com o Netflix, com Bluetooth, NFC e Wi-Fi ativados com o brilho da tela e volume no máximo, o aparelho resistiu por 5 horas e 15 minutos.

O aparelho apresentou uma duração média de 11 horas de bateria, isso sem ativar o modo Stamina, que desativa dados de segundo plano com a tela desligada, ou mesmo o modo de bateria fraca, que desativa uma série de funções para poupar energia. No geral, o gerenciamento de energia da Sony é bastante competente e pode salvar você naqueles momentos de agonia e pouca bateria.

Pontos negativos

  • Falta de cobertura oleofóbica para a tela.
  • Tamanho pode ser um limitador.
  • Resolução da tela abaixo da concorrência.

Pontos positivos

  • Boa autonomia de bateria.
  • Ótimo desempenho.
  • Tela com bom brilho e contraste.

Conclusão

O Xperia M2 é um aparelho intermediário competente. Por seu preço de 899 reais, entrega um desempenho que pode ser comparado ao dos aparelhos topo de linha em vários aspectos, em especial no uso cotidiano. Não há um recurso ausente ou mesmo algo que não possa ser executado com eficiência.

O problema para o M2 no mercado brasileiro pode ser a comparação com alguns concorrentes, em especial o Moto G 4G, vendido por 799 reais. Contudo, o modelo da Sony oferece um design elegante, é mais fino e pode atrair muitos por sua interface e câmera de melhor qualidade para as fotos.

Na briga direta, talvez falte ao M2 uma atualização para o Android 4.4 para que se torne mais competitivo. De qualquer forma, o aparelho tem muitos recursos para deixar o usuário satisfeito.

Especificações técnicas

  • Bateria: 2.330 mAh.
  • Câmera: 8 megapixels (traseira) e VGA (frontal).
  • Conectividade: 3G, 4G, Wi-Fi 802.11n, GPS, GLONASS, Bluetooth 4.0, USB 2.0.
  • Dimensões: 139,6 x 71,1 x 8,6 mm.
  • GPU: Adreno 305.
  • Kit contém: Sony Xperia M2, fone de ouvido (3,5 mm), carregador, cabo USB e manuais de instrução.
  • Memória externa: suporte a cartão microSD de até 32 GB.
  • Memória interna: 8 GB (5 GB disponíveis para o usuário).
  • Memória RAM: 1 GB.
  • Peso: 148 gramas.
  • Plataforma: Android 4.3 (Jelly Bean).
  • Processador: quad-core Snapdragon 400 de 1,2 GHz.
  • Sensores: acelerômetro, bússola, giroscópio, proximidade.
  • Tela: TFT LCD de 4,8 polegadas com resolução de 960×540 pixels.

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