Sony Xperia XA1 Ultra: gigante de 6 polegadas

Tela gigante de boa qualidade da Sony agrada, mas cadê o leitor de impressões digitais?

Paulo Higa
Por
• Atualizado há 1 ano

A linha Ultra da Sony é composta por smartphones com telas enormes. O membro mais recente da família é o Xperia XA1 Ultra: ele tem painel IPS LCD de 6 polegadas, bordas laterais compactas e um conjunto de câmeras que promete capturar boas fotos.

Com preço sugerido de R$ 2.299, o Xperia XA1 Ultra tem hardware que bate de frente com os intermediários premium, trazendo processador MediaTek Helio P20, 4 GB de RAM e 64 GB de armazenamento interno. Será que é uma boa opção? Eu conto neste breve review.

Em vídeo

Design e tela

Eu gosto bastante do design da linha XA porque a Sony elimina as bordas laterais do aparelho, o que melhora a ergonomia e facilita a digitação, já que o dedão alcança facilmente o outro lado do visor. Isso faz bastante diferença no Xperia XA1, mas não no Xperia XA1 Ultra: a tela de 6 polegadas te obriga a utilizar o smartphone com as duas mãos. Não tem jeito.

O Xperia XA1 Ultra é um smartphone bem construído. A traseira é de plástico e acumula marcas de dedo com facilidade; em compensação, ele tem bordas de metal e peças bem encaixadas, além de passar uma boa sensação de robustez, que parece ser reforçada pelo peso de 188 gramas. Bons detalhes dos Xperias continuam presentes, como o alto-falante boa qualidade e o botão de duas fases para tirar fotos.

Mas a ausência mais notável, sem dúvidas, é o leitor de impressões digitais — eu não passei um segundo sem sentir a falta dele. Até o Moto E4, que custa menos de um terço do valor pedido pela Sony, tem o sensor essencial. E quase todos os smartphones da mesma categoria do Xperia XA1 Ultra tinham o leitor desde o ano passado, por isso, não colocá-lo em pleno ano de 2017 foi uma tremenda bola fora da Sony.

A tela é de boa qualidade. O painel IPS LCD de 6 polegadas com resolução de 1920×1080 pixels entrega uma definição dentro do que esperamos para um intermediário premium; o brilho é alto e o nível de preto também agrada, considerando os limites tecnológicos de uma tela retroiluminada. Fica claro que o Xperia XA1 Ultra é um smartphone pensado para consumo de conteúdo — e é bom ver que alguém continua apostando nesse nicho.

Software

O Android do Xperia XA1 Ultra é o 7.0 Nougat e tem a mesma interface que você encontra em outros smartphones recentes da empresa. O software tem modificações nos ícones, bem como algumas animações extras aqui e acolá, mas ele é bem parecido com o Android desenvolvido pelo Google.

A Sony continua colocando alguns aplicativos de utilidade duvidosa, como um atalho para o blog da empresa, um trial de 180 dias do AVG Antivirus e um editor de vídeos. De qualquer forma, os bloatwares não são muito numerosos e podem ser desativados rapidamente.

Câmera

A câmera frontal de 16 megapixels do Xperia XA1 Ultra é bem chamativa, mas não só isso: ela realmente entrega resultados acima da média da categoria. As selfies têm boa definição, praticamente sem ruído, e se dá muito bem inclusive em ambientes internos.

Já a câmera traseira tem sensor de 23 megapixels — o mesmo que equipa o Xperia XA1 e o Xperia Z5, que foi o topo de linha da Sony em 2015. Os resultados não são impressionantes, mas até que agradam.

Com bastante iluminação, a câmera faz um bom trabalho e tira fotos com definição excelente. No entanto, é muito perceptível que o algoritmo da Sony força demais a saturação e o contraste da imagem. Isso acaba prejudicando o alcance dinâmico e, por vezes, cria áreas de sombra muito fortes, o que fica claro quando comparamos com uma câmera realmente boa de 2016.

Alcance dinâmico ruim no Xperia XA1 Ultra
Foto mais equilibrada no Galaxy S7 Edge
Alcance dinâmico ruim no Xperia XA1 Ultra
Foto mais equilibrada no Galaxy S7 Edge

Em ambientes internos, a ótima definição é mantida e o nível de ruído não aumenta. Já em cenários noturnos, o Xperia XA1 Ultra decepciona por não ter ruído nenhum, mas também sumir com a definição. O pós-processamento tenta enganar os olhos com um sharpening para forçar uma nitidez que o sensor não conseguiu capturar, mas basta uma olhada por mais cinco segundos para ver que os detalhes sumiram da cena.

Em resumo, não é uma câmera ruim, mas também não é uma câmera sensacional. Ela tira fotos com qualidade satisfatória e, se você acompanhou outros reviews de intermediários premium, já sabe que a melhor opção para quem realmente se importa com fotografia ainda é pegar um topo de linha da geração passada.

Hardware e bateria

O processador MediaTek Helio P20 do Xperia XA1 Ultra é bem parecido com o Snapdragon 625 ou 626 que equipam os smartphones da mesma categoria, tanto na CPU quanto na GPU.

Por isso, você já sabe o que esperar: o desempenho é bom no dia a dia, as animações são fluidas, e os 4 GB de RAM colaboram pra manter o multitarefa bem ágil. Games como Unkilled e Breakneck rodam bem, desde que você não force muito os gráficos — se o objetivo é jogatina no nível hard, só indo para um topo de linha mesmo.

Bons destaques são o armazenamento interno de 64 GB, que felizmente já virou padrão entre os Androids na faixa de preço, e para a entrada de cartão de memória, que não é híbrida — você pode colocar dois chips de operadora e um microSD ao mesmo tempo, sem nenhuma gambiarra.

A bateria com capacidade de 2.700 mAh, pelo número, pode causar uma primeira impressão ruim (e injusta), já que ela é responsável por manter um smartphone de 6 polegadas ligado. Poderia ser melhor? Poderia. Mas, na prática, a autonomia deve satisfazer a maioria dos usuários.

Nos meus dias de teste, eu tirei o Xperia XA1 Ultra da tomada às 9h da manhã, ouvi duas horas de streaming de música no 4G e naveguei na web por duas horas, também na rede móvel, sempre com brilho no automático. Às 22h, eu sempre tinha algo em torno de 30 a 35% de bateria.

Não é uma autonomia que smartphones da categoria, como Galaxy A7, Zenfone 3 ou Moto Z2 Play, costumam apresentar. Mas é uma duração parecida com a dos topos de linha, que trazem baterias maiores, mas hardware mais poderoso — o Xperia XA1 Ultra deve aguentar até o final do dia com carga na maioria das vezes.

Conclusão

O Xperia XA1 Ultra acaba sendo um smartphone de nicho. Ele é interessante desde que você faça questão de uma tela realmente grande.

O smartphone da Sony entrega um desempenho na média da categoria, câmera satisfatória e uma bateria ligeiramente abaixo dos concorrentes, mas não exatamente ruim. O maior problema, com certeza, é a falta do leitor de impressões digitais, que já virou item essencial até para smartphones mais básicos, abaixo dos mil reais.

Além disso, ele sofre a concorrência de gigantes do ano passado, notavelmente o Galaxy A9, que também possui uma tela de 6 polegadas. Embora tenha apenas 32 GB de armazenamento, seja bem pesado e também tire fotos medianas, o aparelho da Samsung oferece bateria melhor (5.000 mAh), sensor biométrico e processador levemente superior. Apesar de ter sido lançado por R$ 2.799, ele já pode ser encontrado na faixa dos R$ 1,5 mil.

Pensando em tela, o Xperia XA1 Ultra é uma das poucas opções dessa faixa de preço. Para consumir conteúdo, especialmente vídeos, é um dos melhores smartphones do mercado. Mas, sinceramente, eu prefiro ter meia polegada a menos e um conjunto melhor no geral.

Especificações técnicas

  • Bateria: 2.700 mAh;
  • Câmera: 23 megapixels (traseira) e 16 megapixels (frontal);
  • Conectividade: 3G, 4G, Wi-Fi 802.11ac, GPS, GLONASS, Bluetooth 4.2, USB-C 3.0, NFC, rádio FM;
  • Dimensões: 165 x 79 x 8,1 mm;
  • GPU: Mali-T880 MP2;
  • Memória externa: suporte a cartão microSD de até 256 GB;
  • Memória interna: 64 GB;
  • Memória RAM: 4 GB;
  • Peso: 188 gramas;
  • Plataforma: Android 7.0 (Nougat);
  • Processador: octa-core MediaTek Helio P20 de 2,3 GHz;
  • Sensores: acelerômetro, proximidade, bússola, giroscópio;
  • Tela: IPS LCD de 6,0 polegadas com resolução de 1920×1080 pixels.

Sony Xperia XA1 Ultra

Prós

  • Bastante capacidade de armazenamento interno
  • Câmera frontal acima da média
  • Tela enorme de boa qualidade

Contras

  • Bateria poderia ter capacidade maior
  • Cadê o leitor de impressões digitais?!
  • Câmera traseira ainda não é lá aquelas coisas
Nota Final 8
Bateria
8
Câmera
8
Conectividade
7
Desempenho
9
Design
8
Software
7
Tela
9

Receba mais sobre Sony na sua caixa de entrada

* ao se inscrever você aceita a nossa política de privacidade
Newsletter
Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

Canal Exclusivo

Relacionados