Review TV QLED Samsung Q8CN: a elegante curvada
QLED de 2018 da Samsung com tela curva possui design elegante, boa imagem e som que não faz feio
QLED de 2018 da Samsung com tela curva possui design elegante, boa imagem e som que não faz feio
A Samsung renovou sua linha de televisores premium para 2018. E um dos modelos mais sofisticados da empresa é a Q8CN, que possui um design curvado, uma tecnologia de pontos quânticos para melhorar a precisão das cores e tudo o que você tem direito em uma TV cara, incluindo resolução 4K, HDR1500 e um acabamento de primeira.
Mas será que vale a pena gastar o equivalente a uns oito refrigeradores duplex em uma TV para a sua sala de estar? A curvatura na tela traz alguma vantagem? E a qualidade de imagem e som, é boa? Eu passei um mês assistindo a filmes e séries na nova Q8C e conto todas as minhas impressões nos próximos minutos.
O primeiro detalhe que chama a atenção na Q8CN é a tela curvada. Será que faz diferença? Para mim, isso é mais uma questão de design, não de qualidade de imagem. Você não deve sentir nenhuma mudança na imersão em relação a uma TV plana de mesmo tamanho, nem notar distorções, já que a curvatura não é tão pronunciada a ponto de causar estranheza nos olhos.
No meu caso, existe uma vantagem bem clara: como a janela da minha sala de estar fica do lado da TV, o formato da Q8CN consegue reduzir os reflexos, mantendo um excelente contraste durante o dia. Mas, vale lembrar que, dependendo do posicionamento das suas lâmpadas ou se a janela estiver atrás da TV, a curvatura também tem o poder de ampliar os reflexos — é uma faca de dois gumes.
Depois de apreciar a curvatura da tela, que fica sobre uma elegante base de metal, é hora de prestar atenção em outro ponto: em vez de colocar um monte de conexões atrás do painel, a Samsung optou por uma solução batizada de One Connect, que leva todas as portas para uma caixinha que pode ficar a até 5 metros de distância da TV (também existe um cabo de 15 metros, mas ele é vendido separadamente).
Eu preferi deixar o hub perto da TV para facilitar o acesso às portas, mas a vantagem é que dá para eliminar facilmente a bagunça dos fios, sem ter que passar canaletas ou fazer alguma gambiarra. Entre a TV e o hub, só existe um cabo fino e discreto, que passa energia e dados. No hub, temos quatro portas HDMI, três USB, uma saída óptica de áudio, uma entrada para a antena de TV digital e uma porta Ethernet — nada além ou aquém do que se espera de um produto dessa categoria.
Mas o detalhe que realmente faz diferença no dia a dia é o controle remoto. Ele se parece visualmente com o modelo que a Samsung inclui nas TVs mais simples, mas pode controlar quase qualquer dispositivo. Sem muitos botões, ele permite que eu veja a grade de programação e mude os canais no set-top box da minha TV por assinatura; e navegue livremente pela interface da Apple TV. Durante o mês em que testei a Q8CN, eu quase esqueci onde estavam os outros controles.
A Q8CN é a segunda melhor TV da Samsung para o público em geral, ficando abaixo somente da Q9FN. Aqui, temos um painel LCD do tipo VA, no esquema de cores RGB (sem pixel branco), com uma camada de pontos quânticos para melhorar a precisão dos tons. No final das contas, diferente do OLED, adotado por algumas concorrentes, o QLED é basicamente um LCD melhorado.
Mas isso não é nenhum demérito. A Q8CN entrega um brilho que atinge picos fortíssimos e se revela especialmente ao reproduzir séries com HDR na Netflix, quando pontos de iluminação se destacam sem roubar detalhes das áreas mais escuras da cena. O contraste, como era se de esperar de um painel VA, agrada bastante, com pretos profundos em conteúdos reais, que devem satisfazer a maioria dos usuários em um ambiente escuro.
Como esta é uma TV mais cara, eu preciso ser mais exigente em certos pontos. Primeiro, eu infelizmente notei um pequeno color banding em tons mais escuros de verde — nada que possa ser notado em cenas reais, mas alguns concorrentes entregam um resultado melhor. Segundo, o ângulo de visão já é limitado por causa do painel VA, mas parece ser ainda mais prejudicado pela curvatura, que acentua a perda de saturação. Se você tem um ambiente mais largo, é melhor procurar outra opção.
Ainda assim, a qualidade de imagem fica dentro do que eu espero para um televisor premium. O local dimming, um ponto que foi bastante criticado na geração anterior de QLED da Samsung, se comportou bem nos meus testes, ajustando o backlight rapidamente e mostrando uma “neblina” bem pequena ao redor de pontos brancos em um fundo escuro.
E o input lag é baixo, ficando sempre abaixo dos 20 milissegundos nos meus testes, tanto em 1080p quanto em 4K, sempre em 60 Hz e no modo de jogo. Isso, combinado com o belo contraste, coloca a Q8CN como uma excelente opção para os gamers de plantão.
O som é um dos pontos que mais diferencia uma TV mais simples de uma TV mais cara. Nesse sentido, a Samsung acertou em cheio: a Q8CN apresenta uma qualidade de áudio que me satisfez bastante, dispensando a necessidade de uma soundbar para o meu nível de exigência.
No modo Otimizado, os graves possuem bastante energia, o que torna muito divertida não só a experiência de ouvir uma música com muitas batidas ou filmes com cenas de ação, mas qualquer tipo de conteúdo, sem chegar ao ponto de ficar cansativo — eles têm impacto, mesmo em volumes baixos, mas não passam a sensação de serem artificiais.
A definição é boa e os médios são um pouco mais avançados, o que garante a clareza nas falas. Os alto-falantes integrados da TV só não devem dar conta de preencher ambientes maiores — existe o modo de som Amplificar, que teoricamente melhoraria esse ponto, mas ele gerou uma sibilância desagradável e uma certa distorção nos médios.
Eu já disse em outras ocasiões que gosto bastante da plataforma Tizen, que a Samsung utiliza em toda a linha de TVs. A interface é intuitiva, as animações são fluidas, os aplicativos estão em boa variedade e são executados rapidamente, e há recursos que deixam tudo mais organizado, como a possibilidade de renomear entradas de HDMI e identificá-las com ícones próprios, como o da Apple TV ou do Chromecast.
Um efeito colateral positivo do controle remoto único é que a interface passa a mostrar os canais que você mais assiste na TV por assinatura, o que torna a navegação prática mesmo sem um teclado numérico — basta selecionar o canal 515, 540 ou 598 na tela, e o controle remoto se encarrega de enviar os sinais infravermelho para o set-top box automaticamente.
Essa troca rápida de canais também funciona com a Bixby, que infelizmente só tem suporte ao inglês. A assistente pessoal da Samsung, que também está disponível nos smartphones, pode controlar outros dispositivos da sua casa, como lâmpadas, câmeras de segurança, máquinas de lavar e aparelhos de ar-condicionado conectados — o que é bacana, embora nada disso seja realidade na maioria dos lares brasileiros.
Por fim, uma novidade que chegou com as TVs QLED de 2018 é o Modo Ambiente, que permite deixar a TV sempre ligada, mostrando o relógio e a previsão do tempo quando você não estiver consumindo nenhum conteúdo. É um recurso que tem brilho adaptável e pode mostrar um fundo que combina com a parede da sua casa. Mas, sinceramente? Prefiro economizar energia elétrica — tem bandeira vermelha em agosto.
A Samsung Q8CN é uma ótima opção de televisor premium. No Brasil, ela é uma das poucas alternativas para quem deseja uma tela curvada — e a única da geração atual nesse segmento, com som integrado de qualidade superior e uma imagem que agrada aos olhos dos consumidores mais exigentes.
O QLED não tem o fator “revolução” do OLED (que seria a minha escolha de tecnologia nas TVs mais caras), mas a Samsung fez um bom trabalho em ressaltar e melhorar as qualidades do LCD, sem trazer nenhum risco de burn-in. O brilho é incrível, a gama de cores é excelente e, apesar de o preto não ser absoluto, o contraste não decepciona em nenhum momento, mesmo em ambientes escuros.
Com uma imagem de qualidade, um software que funciona bem e vários diferenciais que facilitam a vida, como o controle remoto único e o One Connect, a Q8CN é uma TV elegante, funcional e cara para ocupar a sua sala de estar.
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