O que é QLED? Entenda a tecnologia de tela usada em TVs

O QLED usa pontos quânticos para entregar imagens com cores mais vivas por preço menor do que o OLED; veja vantagens e desvantagens

Paulo Higa Ana Marques
• Atualizado há 1 ano e 6 meses

QLED (Quantum Dot Light-Emitting Diode) é uma tecnologia que combina pontos quânticos (QDs) com tela LCD e um backlight de diodos emissores de luz. Sua aplicação em TVs, como as da linha Samsung QLED, permite a exibição de imagens com cores vibrantes e mais precisas.

Os pontos quânticos foram descobertos na década de 1980, mas sua aplicação em telas só se tornou viável três décadas depois. A Samsung foi a primeira empresa a comercializar TVs QLED, em 2017. Nos anos seguintes, fabricantes como LG, Sony, TCL e Hisense também adotaram os QDs em televisores premium.

Como funciona a tecnologia QLED?

O QLED tem funcionamento semelhante ao das telas LCD, mas adiciona uma camada de nanocristais semicondutores que emitem luz, os chamados pontos quânticos. Há cinco camadas principais em uma tela QLED, da base ao topo:

  1. camada de backlight;
  2. camada de pontos quânticos (QDs);
  3. camada de transístor de película fina (TFT);
  4. camada de cristal líquido;
  5. camada de filtro de cor.

A formação da imagem começa na camada de backlight, composta por LEDs ou MiniLEDs que emitem luz de fundo azul para a camada de pontos quânticos, ativando-os. Os QDs, então, reproduzem as cores vermelho, verde e azul, que constituem o padrão RGB.

Depois, a energia luminosa flui para a camada TFT, que controla a quantidade de corrente elétrica que passa em cada pixel. A corrente alinha as moléculas de cristal líquido (LCD) e, por fim, um filtro separa as três cores, direcionando-as para os pixels correspondentes.

A cor emitida por um ponto quântico depende de seu tamanho de fabricação e, como sua produção é realizada em escala nanométrica, telas QLED podem emitir cores mais precisas que um LCD tradicional.

Vantagens

  • Maior gama de cores: pontos quânticos têm emissão de cores mais precisa, o que permite aumentar a gama de cores reproduzida pela tela;
  • Maior nível de brilho que o LCD: fabricantes costumam incluir um backlight mais potente em TVs QLED, o que melhora o brilho em relação a TVs mais baratas;
  • Maior pico de brilho sustentado que TVs OLED: o backlight de uma tela QLED pode ficar por mais tempo em níveis altos de brilho porque é formado por componentes inorgânicos, que não sofrem desgaste natural;
  • Maior contraste: o local dimming melhora com o uso de um backlight com mais zonas de escurecimento local, especialmente nos modelos MiniLED, o que reforça o contraste e torna o preto mais profundo;
  • Preço mais em conta que o OLED: o QLED pode chegar a preços mais baixos porque tem como base o LCD, uma tecnologia mais madura e com maior volume de produção.

Desvantagens

  • Preto mais acinzentado que o OLED: a exibição da cor preta no QLED depende de filtros para interromper a emissão de luz em cada pixel, o que dificulta a reprodução do preto verdadeiro;
  • Ângulo de visão inferior ao OLED: as cores do QLED passam por filtros, enquanto TVs OLED têm pixels que emitem luz em todas as direções, tornando o ângulo de visão quase perfeito;
  • Tempos de resposta mais altos que o OLED: TVs QLED dependem da movimentação de um cristal líquido durante a troca de cores, o que aumenta o tempo de resposta em relação ao OLED, mesmo quando ambos têm a mesma taxa de atualização.

Neo QLED: a evolução da tecnologia

TV Samsung Neo QLED QN90B, que promete 100% do volume de cores (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
TV Samsung Neo QLED QN90B, que promete 100% do volume de cores (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

O Neo QLED combina as camadas de LCD e pontos quânticos com uma fonte de iluminação de MiniLED, de forma semelhante às Smart TVs da linha LG QNED MiniLED. A vantagem em relação ao QLED tradicional é o maior nível de brilho e um local dimming mais preciso, o que aumenta o contraste.

A tecnologia Neo QLED foi lançada pela Samsung de 2021, com os modelos QN900A 8K e QN90A 4K, que possuem taxa de atualização de 120 Hz, processadores de imagem Neo Quantum 8K ou 4K e capacidade de reprodução de 100% de volume de cores.

Perguntas frequentes

Como evitar burn-in em telas QLED?

Telas QLED não são suscetíveis ao desgaste natural do OLED e, em condições normais de uso, não devem apresentar burn-in. No entanto, esse problema pode ocorrer ao forçar o uso desigual dos pixels, como ao exibir imagens estáticas por muito tempo, o que deve ser evitado. A Samsung, principal fabricante de TVs QLED, fornece garantia de 10 anos contra burn-in não intencional para equipamentos vendidos no Brasil.

QLED é bom para jogos?

O QLED é uma boa opção para jogos por oferecer melhor qualidade de imagem que o LCD tradicional e não sofrer com burn-in quando um elemento da interface do jogo é exibido de forma constante por algumas horas. No entanto, por ser baseado em LCD, o contraste e o tempo de resposta do QLED serão inferiores ao de uma tela OLED.

Qual é a vida útil de uma TV QLED?

A vida útil do QLED é semelhante ao de outras TVs com backlight de LED, estimada em 60 mil horas, ou quase 7 anos. No entanto, a durabilidade real depende de fatores como o nível de brilho usado e as condições do ambiente.

Tecnologias similares

Temos um comparativo que mostra, em detalhes, as diferenças entre LCD, OLED, QLED, QNED, Nanocell e MicroLED.

Abaixo, você confere um resumo das principais rivais do QLED:

QLED vs QNED

QLED e QNED têm a mesma estrutura básica, ou seja, são telas de LCD com camada de quantum dots e um backlight de LED ou MiniLED. Por isso, TVs Samsung QLED e LG QNED na mesma categoria de preço oferecerão qualidade de imagem similar. O mesmo é válido para as linhas Samsung Neo QLED e LG QNED MiniLED.

QLED vs QD-OLED

O QLED tem como vantagens o maior pico de brilho sustentado e a maior durabilidade. Já o QD-OLED tem maior contraste, maior intensidade de preto, menor tempo de resposta e maior ângulo de visualização. Ambas as tecnologias podem atingir gama de cores similar devido ao uso de pontos quânticos.

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

Ana Marques

Ana Marques

Gerente de Conteúdo

Ana Marques é jornalista e cobre o universo de eletrônicos de consumo desde 2016. Já participou de eventos nacionais e internacionais da indústria de tecnologia a convite de empresas como Samsung, Motorola, LG e Xiaomi. Analisou celulares, tablets, fones de ouvido, notebooks e wearables, entre outros dispositivos. Ana entrou no Tecnoblog em 2020, como repórter, foi editora-assistente de Notícias e, em 2022, passou a integrar o time de estratégia do site, como Gerente de Conteúdo. Escreveu a coluna "Vida Digital" no site da revista Seleções (Reader's Digest). Trabalhou no TechTudo e no hub de conteúdo do Zoom/Buscapé.