O que mudou nos termos de serviço do WhatsApp

Mais "colaboração" com o Facebook e esclarecimentos sobre a criptografia de ponta a ponta

Paulo Higa
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• Atualizado há 4 meses
WhatsApp

O WhatsApp anunciou nesta quinta-feira (25) mudanças nos termos de serviço e política de privacidade. É a primeira atualização em quatro anos, e as alterações têm como objetivo adequar as regras às funções implantadas recentemente, como a criptografia de ponta a ponta e as chamadas de voz, além de facilitar a colaboração com o Facebook.

Uma das principais mudanças diz respeito à criptografia de ponta a ponta, que já causou diversos problemas com a Justiça brasileira. O aplicativo deixa claro que as mensagens não podem ser lidas nem pelo serviço, nem por terceiros. As mensagens que você envia não são armazenadas pelo WhatsApp — elas ficam nos servidores apenas até serem entregues ao destinatário ou por 30 dias, o que acontecer primeiro.

Outra alteração revela um futuro recurso do WhatsApp: a possibilidade de se comunicar com empresas. A ideia parece semelhante a do Facebook Messenger, que permite às companhias trabalharem com robôs para oferecer suporte aos clientes ou vender produtos, por exemplo. No entanto, diferente do Facebook, as mensagens de empresas no WhatsApp poderão ter conteúdo publicitário.

“Permitiremos que você troque mensagens com terceiros, como por exemplo, com empresas para que vocês se comuniquem utilizando o WhatsApp através de pedidos, transações, informações de agendamento, além de notificações de envio e entrega, atualizações de produto e serviço e marketing. Por exemplo, você poderá receber as informações do status de voo das próximas viagens, um recibo de algo que adquiriu ou uma notificação quando uma encomenda for entregue. Mensagens que você possa vir a receber contendo marketing, poderão incluir uma oferta para algo que talvez lhe interesse”, diz o texto atualizado.

Apesar de reforçar que mantém suas informações privadas, o WhatsApp informa que vai colaborar com o Facebook e outras empresas do grupo, como o Instagram: “ao conectar o seu número de telefone com os sistemas do Facebook, você terá melhores sugestões de amizade e anúncios mais relevantes caso você tenha algum tipo de conta com estas empresas”, afirma o WhatsApp.

whatsapp-conta

Como já explicamos, a transação bilionária do Facebook para comprar o aplicativo de mensagens tem tudo a ver com mineração de dados: mais de 1 bilhão de pessoas (!) utilizam o aplicativo em todo o mundo. Juntos, WhatsApp e Messenger processam nada menos que 60 bilhões de mensagens por dia, o equivalente ao triplo de SMS enviados no mundo.

No entanto, você pode optar por não compartilhar nada com o Facebook: entre nas configurações, toque em Conta e desmarque a opção “Compart. dados da conta”. O WhatsApp deixa claro que, independente dessa configuração, não vai compartilhar suas mensagens com o Facebook.

Você terá até 24 de setembro para aceitar os novos termos do WhatsApp ou excluir sua conta. O texto completo está disponível nesta página.

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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