Energia na China é tão barata que mineração de bitcoin daria lucro mesmo com queda de 50%
O bitcoin pode perder metade do valor e os mineradores chineses ainda terão lucro
A China é uma potência em mineração de bitcoin: estima-se que cerca de 75% das criptomoedas sejam direcionadas para os mineradores no país. Um dos motivos para isso é que a energia elétrica é extremamente barata por lá: a mineração continuaria lucrativa mesmo se o bitcoin valesse a metade do que vale hoje, considerando a tarifa de luz mais alta possível.
De acordo com a Bloomberg, a tarifa máxima industrial de energia elétrica na China é de US$ 0,13 por kWh (kilowatt-hora) no varejo. No atacado, o preço pode cair para US$ 0,06. No entanto, como o país tem excedente de geração de energia, as empresas podem negociar tarifas de até US$ 0,03 por kWh.
Pela tarifa mais alta, gastar energia elétrica minerando bitcoin é lucrativo se a moeda estiver valendo pelo menos US$ 6.925. Com a tarifa de US$ 0,03, isso valeria a pena mesmo com o bitcoin cotado a US$ 3.869, considerando inclusive o gasto com equipamentos de mineração. Atualmente, um bitcoin é negociado a US$ 13,9 mil.
Mas a dominância da China pode não durar muito tempo. O país já proibiu a atuação de casas de câmbio e as ofertas iniciais de tokens (ICOs). Além disso, um órgão regulador exige que as autoridades ajustem os preços de eletricidade, impostos e proteções ambientais para fazer os mineradores desistirem do negócio, porque “consumiram grandes quantidades de recursos e promoveram a especulação de moedas virtuais”.
Com o cerco fechando na China, os mineradores têm aberto operações em outros países, como Estados Unidos, Canadá, Singapura e Islândia.