A Embraer anunciou nesta segunda-feira (17) que seu conselho de administração aprovou a parceria com a Boeing. O acordo, que envolve os ativos na área de aviação comercial da Embraer, cria uma joint venture avaliada em US$ 5,26 bilhões, sendo que a Boeing vai deter 80% de participação no negócio.
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Um Embraer E195 voando (lindão, né?)
A joint venture, temporariamente batizada de JV Aviação Comercial ou Nova Sociedade, vai atuar no segmento de aeronaves menores, com capacidades de até 130 passageiros, no qual a Embraer é líder mundial, com os ERJs e E-Jets. Enquanto isso, a Boeing continua nos aviões comerciais de grande porte, que partem de 150 assentos até os 550 do Boeing 777-300.
Nas finanças, o negócio não deve causar impacto nos lucros da Boeing até 2020. A partir de 2021, a expectativa é que haja um impacto positivo. Até o terceiro ano de operação, as sinergias anuais, antes de impostos, devem ficar em torno de US$ 150 milhões, segundo as empresas.
Para ter 80% da joint venture, a Boeing concordou em pagar US$ 4,2 bilhões. A Embraer será dona dos 20% restantes e terá opção de venda para repassar sua parte para a companhia americana a qualquer momento. Esse acordo ainda precisa da aprovação dos acionistas e dos órgãos regulatórios, bem como do governo, que detém uma golden share e possui poder de veto sobre a negociação.
Só para aviação comercial
Vale lembrar que as regras só valem para a área de aviação comercial da Embraer — que representou 57,6% (US$ 10,7 bilhões) do faturamento de US$ 18,7 bilhões da empresa em 2017. O negócio de defesa, por ser considerado estratégico para o governo, envolve um acordo diferente: a Embraer ficaria com 51% da joint venture, e a Boeing, 49%. Isso ainda precisa da aprovação do conselho de administração da Embraer, e os valores não foram divulgados.
A joint venture entre Embraer e Boeing na aviação comercial será liderada por um presidente e CEO sediado no Brasil. A empresa brasileira é a maior exportadora de produtos manufaturados do país, com 18 mil funcionários. A Boeing é a maior fabricante de aviões do mundo, com 140 mil empregados e receita anual de US$ 95 bilhões.
A parceria entre Boeing e Embraer acontece após duas concorrentes também se juntarem: a francesa Airbus, segunda maior fabricante de aviões do mundo, e a canadense Bombardier, rival direta da Embraer no mercado de aeronaves regionais. Pelo acordo, a Airbus detém o controle majoritário da Bombardier e pode produzir modelos de até 150 passageiros — e os Bombardier CSeries, concorrentes dos Embraer E-Jets, já foram rebatizados para Airbus A220 para sinalizar a mudança.
Atualizado às 19h43.
Comentários
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E por isso devemos entregar a segurança nacional nas mãos deles?
Mas a maioria da verba do setor de defesa não são para pagar as aposentadorias, soldos e pensões?
Desculpa amigo, é forma de se expressar da minha região, não era minha intenção desrespeita-lo chamando-o de besta. Aqui usamos o "besta é tu" como um "não concordo, (justificativa)". Novamente desculpa.
Respeito é bom e conserva os dentes, te xinguei em algum momento? Não né, então mantenha o nível sem ofensas, por favor, e vá lavar os dedos com sabão!
Besta é tu de achar que os EUA vão compartilhar conhecimento conosco, vai a gente comprar 1% de ações de alguma empresa até mesmo não governamental dos EUA pra ver se não é barrado.
Prefere que nossos combatentes atirem bananas em mísseis de última geração russos?
Qual o problema, compramos vários caças suecos que nunca teríamos capacidade de construí-los sozinhos e com o tempo e cooperação poderemos ter um aprendizado que podera ser usado na criação de um caça mais "nacional".
Não tenho a menor dúvida de que o Paulo Guedes é a favor desses termos.
tá osso.
Existem 3 países que são considerados potencias nucleares dormentes, Brasil, Japão e Alemanha. Brasil também é o 11º país que mais investe na área militar(porcentualmente em relação ao PIB investe mais que Japão, Canadá e Alemanha e quase se equipara ao Reino Unido e Itália). Não sei de onde você tirou o 'nanino'.
Se existe negociação para o controle de tráfego do espaço aéreo brasileiro JK, imagina se vai demorar pra BOE entrar na área de Defesa da Embraer.
Porque é nanino, qualquer país que cresça vira inimigo deles. Querem nos manter nas rédeas como sempre.
Outra informação, a Embraer tem fábricas em várias partes do mundo, sendo assim recebe peças oriundas desde Évora, China e USA dentre outras plantas.
É esperar algo minimamente bom de uma desgraça.
Eu sei amigo, não é pra ter nem 1% de outro país em nossas pesquisas de defesa e capacidade bélica.
A Bombardier meu caro que foi comprada pela Airbus. Dá uma olhada no C Series.
Benício o próprio Dr Ozires Silva, fundador da Embraer é a favor dessa joint venture.
JK esse percentual seria para o caso de uma joint venture na área da DEFESA. O que está em pauta éa aviação comercial entendeu?
A Embraer já tem linhas de montagem por lá se lembro bem, então isso não é um problema.
Quer saber como um general do exército vê essa negociação?
https://g1.globo.com/politi...
acredito que os aviões que serão vendidos para os eua serão fabricados por lá, já os destinados a exportação continuariam sendo fabricados aqui para fugir da guerra tarifária da china
Com políticos, eu prefiro me basear pelas suas ações e não pelos seus discursos. Bolsonaro é estatizante, o lobby militar não vê com bons olhos essa negociação. Eu tenho dúvidas quanto a isso ser feito.
o brasa não é inimigo dos eua
nada a ver. Se juntaram pois a concorrência tava forte
o bolsonaro já disse ser favorável
Os mesmos contrários a este negócio provavelmente foram ou seriam contrários à privatização da empresa, que permitiu que se tornasse relevante em primeiro lugar. Com a nova realidade do mercado, não se juntar a Boeing seria assinar falência.
Péssimos termos. E eu duvido muito que o próximo governo aceite, ainda mais com essa parte militar envolvida.
Minha maior tristeza é ver o orgulho de uma empresa brasileira ter que se render à outra de fora por causa da incompetência e dos abusos de impostos governamentais...
esse "no mais" é sobre algum lugar desconhecido onde ser colônia é bacana?
A Embraer e suas tecnologias já não são nossas há muitos anos
"O negócio de defesa, por ser considerado estratégico para o governo, envolve um acordo diferente: a Embraer ficaria com 51% da joint venture, e a Boeing, 49%"
Pensa se os EUA iam deixar uma chinesa comprar a Boeing ou Lockheed
sim, a Bombardier já se mostrou capaz, tanto que seu projeto, a linha CSERIES foi vendida pra Airbus, que motivou essa fusão da Boeing com a Embraer. Ou seja, é o mercado se concentrando.
Se o governo não aprovar, esse acordo não sai do papel.
E o que acho ruim é um comentário válido que fizeram.
Se a boeing conseguir assumir o controle, quem garante que a fabricação ficará aqui no Brasil ?
Observação: analise toda a cadeia de produção para 1 fábrica de aviões funcionar, analise a educação que é necessário existir para ter "peão" que saiba desenvolver um avião.
Essa cadeia ao redor da Embraer, chutando baixo aposto que vale uns 100 bilhões de dólares brincando.
Observação 2: o grosso do dinheiro ganho pela embraer (em forma de receita ou lucro) vem da aviação civil, justamente onde teremos apenas 20% de controle.
Dúvida honesta: nos aviões até 150 lugares, alguma empresa é mais competente que a embraer ?
Sejamos realistas, vamos perder a Embraer e todas as tecnologias envolvidas. Vide a taxação dos EUA sob aviões importados, as aeronaves não teriam preços competitivos no mercado americano sendo fabricados aqui.
Sim, mas o governo dos EUA taxa a importação de aviões entre 80% a 300% como é explicado nesse vídeo (taxação que aconteceu com forte lobby da Boeing, inclusive), então se a Boeing fabricar esses aviões aqui no Brasil eles vão tá sujeitos a essas tarifas. Então tá aí mais um motivo pra "nova empresa" mudar suas operações para os EUA.
Ou seja, como sempre o problema é nosso governo.
Olha, se o governo dos EUA der incentivos vantajosos que façam com que a "nova empresa" fabrique os aviões lá, eu acho difícil as operações continuarem aqui a longo prazo.
Quando a Airbus comprou a Bombardier, o governo canadense deu vários incentivos que fizeram a empresa continuar no Canadá. Então acho que o governo brasileiro vai ter que fazer o mesmo, dar incentivos vantajosos pra Boeing manter as operações da "nova empresa" aqui no Brasil.
Espero que as operações de produção a longo prazo permaneçam aqui e até se expandam, 80% é basicamente a empresa em si.
Embora não trate diretamente sobre a compra da Embraer, esse vídeo explica muito bem os motivos que originaram essa fusão.
A Boeing tá em um corrida contra a Airbus pelo mercado de aeronaves de pequeno e médio porte, mercado que a Boeing nunca teve sucesso, e que passou a ser uma prioridade urgente pra essa empresa depois que a Airbus comprou a canadense Bombardier, não a toa, uma das principais concorrentes da Embraer nesse mercado de aeronaves pequenas e médias.
https://www.youtube.com/wat...
"a Embraer ficaria com 51% da joint venture, e a Boeing, 49%."
Quando temos inteligencia em alguma área crescem demais o olho, infelizmente seremos sempre colônia. Mas no mais espero que isso traga coisas boas pra cá.