Bateria que promete o dobro de autonomia está perto de se tornar realidade
É um drama da vida moderna: geração após geração, smartphones e afins evoluem em vários aspectos, menos na autonomia da bateria. Mas a Dyson, empresa especializada em aspiradores de pó, pode aparecer com uma solução em breve: a companhia está investindo em uma tecnologia que dobra a capacidade das baterias e tem boas chances de se tornar realidade.
Para ser mais exato, a Dyson está investindo US$ 15 milhões na Sakti3, startup norte-americana que desenvolveu um novo tipo de bateria de íons de lítio.
Além de mais capacidade de armazenamento de energia, a nova tecnologia promete baterias mais baratas, seguras, compactas e até mesmo amigáveis ao meio ambiente. Como? Com o uso de materiais de estado sólido.
Via de regra, as baterias de íons de lítio são baseadas em compostos líquidos que, por sua vez, liberam energia a partir de reações químicas. A tecnologia da Sakti3 coloca no lugar dessas substâncias composições sólidas que conseguem armazenar, aproximadamente, duas vezes mais energia dentro do mesmo espaço físico.
A startup assegura que, no atual estágio, a tecnologia pode lidar com mais de 1.000 Wh (watt-hora) por litro. Nas baterias de íons de lítio atuais, esse número é de até 620 Wh por litro.
Sem causar surpresa, a Sakti3 optou por dar poucos detalhes sobre o funcionamento da tecnologia. O que se sabe é que o processo de fabricação das baterias utiliza uma técnica chamada Deposição de Filmes Finos que é bastante usada na produção de chips e telas de vídeo. Como os equipamentos empregados na manufatura desses itens podem ser aproveitados, os custos de fabricação das baterias de estado sólido tendem a ser baixos.
O método de construção também ajuda a aumentar o tempo de vida útil da bateria e torna o componente menos suscetível ao risco de explosões causadas por aquecimento excessivo ou impactos fortes.
Tudo muito interessante, mas fica uma pergunta no ar: será que estamos falando de mais uma daquelas iniciativas que prometem resolver o problema das baterias de vez, mas depois são esquecidas? É difícil saber, mas como a tecnologia está em fase avançada de desenvolvimento e a Dyson está jogando dinheiro na ideia, há bastante expectativa de que a tecnologia prospere.
A companhia utiliza baterias em aspiradores e outros eletrodomésticos que consomem muita energia, portanto, sabe que terá grande vantagem competitiva se elas durarem mais. Sem contar que a ideia pode ser licenciada para outros fabricantes e, aí sim, chegar a smartphones, tablets, smartwatches, etc.
Ficamos na torcida.
Com informações: WSJ.com, The Guardian
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