Os rumores sobre a volta da Nokia à produção de smartphones ganharam tanta força nos últimos dias que a companhia decidiu se manifestar sobre o assunto: em uma nota divulgada no domingo (26), a empresa afirmou, mais uma vez, que não tem planos de voltar a fabricar dispositivos móveis.
A suposta confirmação do retorno ao segmento teria sido dada pelo presidente da divisão chinesa de desenvolvimento da Nokia. De acordo com os boatos, a companhia estaria planejando lançar aparelhos com Android a partir de 2016. No entanto, a Nokia ressaltou que nenhum de seus executivos deu declarações que levam a esse entendimento.
Na venda da sua divisão de dispositivos móveis para a Microsoft, a Nokia concordou em não utilizar a sua marca em celulares até 2016. É bastante provável que os boatos sobre o assunto tenham surgido a partir da interpretação equivocada desse ponto.
Os planos de médio e longo prazo da Nokia em relação ao segmento móvel são diferentes do que se imagina. Desde o negócio com a Microsoft, a companhia está dando alguma atenção ao desenvolvimento e licenciamento de tecnologias que podem ser usadas em smartphones, mas não à produção de aparelhos.
É esse plano que fez a Nokia criar o Z Launcher para Android, por exemplo, assim como a manter o desenvolvimento do HERE Maps, embora não por muito tempo: a divisão de mapas deve ser vendida em breve.
O segmento que mais interessa à Nokia é o de equipamentos e sistemas para telecomunicações. Não é por acaso que a companhia adquiriu a então rival Alcatel-Lucent há duas semanas (vale ressaltar que a compra não tem relação com os aparelhos Alcatel One Touch; estes continuam sendo fabricados pela TCL).
Talvez a prova mais expressiva sobre a importância do setor de telecomunicações para a Nokia é o valor pago para a aquisição da Alcatel-Lucent: US$ 16,6 bilhões, mais que o dobro do que a Microsoft desembolsou para levar para casa a divisão responsável pela linha Lumia.
Outra prova contundente está nas pesquisas que a companhia finlandesa vem desenvolvendo para o que pode se tornar a próxima geração de redes móveis: em testes recentes, a Nokia conseguiu criar conexões com velocidade de 10 Gb/s.
Quer dizer então que nunca mais veremos um smartphone chegar ao mercado com o nome Nokia? Pode até ser que algum lançamento aconteça, mas não da forma tradicional: terminado o acordo com a Microsoft, a Nokia poderá licenciar a sua marca ou tecnologia para outros fabricantes, mas não ficará responsável pela produção de dispositivos.
Trata-se de uma estratégia que já foi ensaiada com o tablet N1, lembra dele? O dispositivo carrega a marca Nokia, mas a sua produção cabe inteiramente à Foxconn.
Com informações: TechCrunch