Depois de vários planos para organizar serviços de entrega de comida, o Uber resolveu lançar nesta quinta-feira (28) uma API oficial para lojas grandes integrarem a plataforma aos seus negócios.

Batizado de UberRush, o serviço foi finalizado em outubro do ano passado nas cidades-piloto de Chicago, São Francisco e Nova York. Ele funcionava por meio de parceria com restaurantes e lojas, que usavam o serviço como plataforma secundária para oferecer uma opção melhor de envio.

No entanto, na época, ele só funcionava para pequenos negócios, que deveriam pedir acesso e usar o sistema próprio do Uber para gerenciar as entregas. Agora, lojas grandes como a 1800flowers (que entrega… flores) e a Nordstrom (loja de roupas) podem utilizar a plataforma em seu próprio sistema como opção de entrega.

uberrush

Uma das vantagens é a entrega agendada para o lojista solicitar um carro quando houver demanda e fazer a entrega rapidamente (por isso o sufixo rush, que significa “pressa” em tradução livre). Até que o preço é acessível: em Chicago, a primeira milha custa US$ 5, com mais US$ 2,75 por milha rodada (aproximadamente 1,6 km).

Essa integração é interessante porque normalmente as entregas não são instantâneas. Por conta do modelo de demanda que o Uber oferece, as lojas podem levar o produto até à casa dos compradores em questão de horas. Com esse diferencial, o Uber compete diretamente com a Amazon ou a startup Postmates, por exemplo.

É uma ótima estratégia: o Uber mostra que não é apenas uma empresa que conecta passageiros a motoristas enquanto ganha espaço no serviço de entregas. “Nós estamos dando vários passos à frente no que se refere a trabalhar com negócios e entender quais são suas necessidades. Tradicionalmente, nós éramos uma empresa focada no consumidor. Aqui estamos construindo um produto especificamente para empresas”, diz Calvin Lee, gerente de produtos do Uber, ao The Verge.

Ao Mashable, Calvin Lee sinalizou a expansão como uma forma da companhia ser reconhecida fora do universo em que está inserida. “Você não precisa ser um usuário do Uber [para ter contato com o UberRush]. Você não precisa ter o aplicativo do Uber. Qualquer negócio pode usá-lo. O ponto é que, oferecendo isso, podemos alcançar uma série de consumidores diferentes”, comentou.

Enquanto a empresa enfrenta questões sobre legalidade em relação às “caronas”, ela pode muito bem implementar a sua plataforma de entregas (como já vem fazendo com o UberEATS, aplicativo para pedir refeições). Assim, o serviço continua em funcionamento, mas com outro propósito.

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Jean Prado

Jean Prado

Ex-autor

Jean Prado é jornalista de tecnologia e conta com certificados nas áreas de Ciência de Dados, Python e Ciências Políticas. É especialista em análise e visualização de dados, e foi autor do Tecnoblog entre 2015 e 2018. Atualmente integra a equipe do Greenpeace Brasil.

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