Este carro autônomo sabe fazer drift sozinho a 144 km/h

Projeto criado por pesquisadores é importante para o software saber o que fazer em situações extremas

Jean Prado
Por
• Atualizado há 6 meses

Empresas como Google e Uber investem bastante no desenvolvimento de carros autônomos para as cidades. Mas e para outras utilidades? Pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Geórgia, nos EUA, desenvolveram um carro que faz drift sozinho em uma pista de terra, a uma velocidade de 144 km/h.

Ele foi apresentado numa conferência de automação e robótica em Estocolmo, na Suécia. O carro tem 1 metro de comprimento, pesa 21 kg e é revestido de um alumínio bem resistente. Por dentro, ele roda um software chamado AutoRally, que é baseado no Ubuntu e analisa o ambiente à frente do veículo para saber o que fazer quando precisar virar bruscamente a velocidades altíssimas — o que também ocorre, propositalmente, no drift.

No vídeo acima, a Georgia Tech mostra o veículo em funcionamento. “Os algoritmos são capazes de prever o que o veículo vai fazer nos próximos 3 ou 4 segundos e gerar 2 ou 3 mil possibilidades diferentes e escolher a melhor. Isso é feito bem rapidamente: o sistema analisa aproximadamente 2 mil cenários diversos a cada 15 milissegundos”, explica Panagiotis Tsiotras, professor da Escola de Engenharia Aeroespacial da Universidade.

georgia-tech-drift-autonomo-2

Por dentro, há um computador com Intel Core i7 quad-core, Nvidia GTX 750 Ti e 32 GB de RAM, além de sensores como GPS e IMU (placa com sensor magnético, giroscópio e acelerômetro). Todas essas especificações devem ser capazes de manter as previsões constantes.

Rehg ressalta que o sistema é feito para ambientes em que o ambiente não é conhecido, como estradas offroad em que normalmente o rally acontece. Ele precisa aprender a enxergar um objeto e, em questão de milissegundos, saber como reagir a ele. Ou até mesmo aprender qual é o limite da estrada.

georgia-tech-drift-autonomo-3

Como você pode ver acima, o carro até que lida com as situações muito bem. Quando a colisão é inevitável, ele deve pensar como evitar os riscos. Perceba que há um momento em que ele bate nos limites da pista, mas consegue se recuperar sem problemas.

Mas nem tudo é perfeito, claro. Em alguns momentos, ele não foi capaz de se manter equilibrado e saiu de controle.

Antes de começar a funcionar, o veículo precisa primeiro passar por um reconhecimento da pista, quando alguém o dirige por controle remoto, como se fosse um carrinho normal, para ele saber por onde está andando. De resto, toda a mágica, como o deslize, é feito pelo algoritmo.

O propósito dos pesquisadores, claro, não é criar um veículo que faz drifts, mas testar os limites de um carro autônomo em condições extremas. É um desenvolvimento interessante porque esses carros precisam aprender o que fazer em situações nas quais humanos não têm como tomar uma decisão racional em milissegundos. Pode ser algo muito importante nas estradas, quando há tempestades ou acidentes à frente.

Caso você se interesse, toda a mágica que acontece dentro do AutoRally está disponível no GitHub. Os desenvolvedores afirmam que o veículo agora não só roda bem na terra, mas também em estradas com enormes poças de lama e superfícies parcialmente congeladas. O vídeo abaixo mostra o veículo sendo colocado à prova várias vezes:

Com informações: IEEE Spectrum, Business Insider.

Relacionados

Escrito por

Jean Prado

Jean Prado

Ex-autor

Jean Prado é jornalista de tecnologia e conta com certificados nas áreas de Ciência de Dados, Python e Ciências Políticas. É especialista em análise e visualização de dados, e foi autor do Tecnoblog entre 2015 e 2018. Atualmente integra a equipe do Greenpeace Brasil.

Temas populares