Apesar do crescimento do Facebook ter amplo espaço nos meios de comunicação, o Google ainda é, de longe, a maior empresa de anúncios online do mundo. Em 2011 o gigante da web arrecadou nada menos do que US$ 37 bilhões com propagandas pela rede, enquanto o Facebook se contentou com “apenas” US$ 2,9 bilhões.
Mas isso não significa que o Google esteja tranquilo em relação ao Facebook. Como aponta o colunista Dan Frommer, do ReadWriteWeb, o Google está “horrorizado” com o Facebook por ele saber demais sobre os usuários.
“O Facebook sabe quem você é porque você contou para eles”, diz o jornalista, que aponta que a rede social é capaz de exibir anúncios para navegantes, personalizados de acordo com seu perfil. “Os usuários oferecem voluntariamente uma série de dados, como localização, idade, sexo, interesses, status de relacionamento, educação e trabalho”, comenta, de quebra explicado os motivos do gigante da web estar investindo tão agressivamente em sua própria rede social (e em seus potenciais lucros) nos últimos tempos.
Tudo isso não passaria de mera especulação se não fosse a postura agressiva do CEO Sergey Brin em relação ao Facebook em uma entrevista dada neste final de semana ao jornal inglês The Guardian.
“Forças muito poderosas estão se alinhando contra o lado aberto da internet ao redor de todo o mundo” disse o executivo ao jornal, que em seguida explica que as ameaças vêm de governos que querem restringir as comunicações de seus cidadão, empresas que querem combater a pirataria e dos “jardins murados” que o Facebook (e a Apple) controem para controlar rigidamente o conteúdo acessado por seus usuários.
De acordo com Brin, o Facebook “não torna fácil a transferência de dados de seus servidores, enquanto vem sugando contatos do Gmail há anos”. E completa afirmando que ele e Larry Page jamais conseguiriam criar o Google se algo como o Facebook existisse na época. “Você tem que jogar de acordo com as regras deles, que são bem restritivas. (…) Desenvolvemos o Google em um ambiente aberto. Hoje há muitas regras que limitam a inovação”, diz.
Em todo caso, as opiniões do Google sobre o Facebook já foram bem diferentes. Em 2011, o chairman Erich Schmidt chegou a afirmar que Mark Zuckerberg chegou a negar uma parceira com sua empresa, o que acabou dando na criação do Google+.