O futuro dos cartões: crédito, débito, celular ou carro?

Em vídeo: seu dinheiro vai estar no smartphone, no automóvel ou na camisa, não apenas na carteira

Paulo Higa
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• Atualizado há 1 ano e 5 meses
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Direto de Barcelona — Eles estão demorando para se popularizar no Brasil, mas os sistemas de pagamento móveis já começaram a chegar. A Samsung fechou parcerias com Visa, MasterCard, Bradesco, Itaú, Nubank, Porto Seguro e outras instituições para oferecer nos próximos meses a possibilidade de pagar pelo smartphone em estabelecimentos locais, sem precisar andar com o dinheiro de plástico na carteira.

Só que essa novidade é parte de uma mudança maior na maneira como pagamos as nossas compras — e as bandeiras de cartão de crédito não querem ficar de fora, claro. Durante a Mobile World Congress, a Visa apresentou novas formas de pagamento que dispensam o pedaço de plástico, mas o colocam em todos os lugares. A ideia é que o cartão de crédito esteja onipresente, dentro do seu celular, automóvel, relógio ou até na roupa.

Para a Visa, uma das principais dificuldades enfrentadas para popularizar os meios de pagamento alternativos é o medo do consumidor. Ainda não está claro para o público se esses sistemas são realmente seguros, nem como agir em caso de perda ou roubo do celular, por exemplo. Com certeza o obstáculo não é a falta de tecnologia, afinal, o Brasil tem o maior parque de terminais contactless do mundo (!), com mais de 2,5 milhões de maquininhas aptas a receber pagamentos sem a necessidade do cartão físico.

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A chave do funcionamento dessas tecnologias alternativas de pagamento é a tokenização. Normalmente, você depende dos 16 dígitos do seu cartão (e alguns dados de confirmação, como sua senha ou código de segurança) para fazer compras. Nos meios novos, esses dígitos são substituídos por um identificador único que a Visa chama de token de pagamento.

O token de pagamento é fornecido pela própria bandeira. Funciona assim: você cadastra seu cartão no smartphone, automóvel ou qualquer outro dispositivo, que entra em contato com a administradora do cartão para verificar as informações. Se tudo estiver correto, um código único e exclusivo (o token) é enviado para a carteira virtual do seu dispositivo.

Com o token registrado de maneira segura no dispositivo, você não precisaria mais memorizar a senha ou digitar os números do cartão em alguma página da web: basta pegar o aparelho no qual você registrou o cartão e… pagar. No caso do Samsung Pay, você só precisa ligar o smartphone, escolher o cartão e confirmar que você é você mesmo, com sua impressão digital. Mas outras formas de pagamento podem usar a palma da mão ou a íris, por exemplo.

Eu fui conferir algumas dessas novidades tecnológicas no mercado de pagamentos. Assista ao vídeo:

Isso abre algumas possibilidades. Primeiro, seu cartão pode estar em qualquer lugar, não apenas na sua carteira. Entrou no posto de gasolina? Seu próprio carro pode pagar o abastecimento, afinal, o token já está registrado nele. Esqueceu a carteira em casa? Tem um chip no seu relógio ou manga com o token: encoste-o na maquininha e pague a conta, sem problemas.

Além disso, você não precisa se preocupar se alguém roubar seu smartphone, relógio ou automóvel (ok, talvez um pouco). Basta cancelar remotamente o token armazenado nesses dispositivos e pronto, ninguém conseguirá fazer compras não autorizadas. A vantagem é que, como o token é único e exclusivo para cada dispositivo, você só precisa cancelar o token que foi “roubado” — e nem precisa esperar o pedaço de plástico novo chegar, afinal, ele continua intacto.

Já trocamos o dinheiro em papel por um pedaço de plástico. Na internet, nem usamos mais o pedaço de plástico, apenas os números aleatórios que estão impressos nele. Agora, vamos substituir tudo isso por… qualquer coisa.

Paulo Higa viajou para Barcelona a convite da Intel.

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Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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