Uma olhada de perto no Moto X4

Depois de quase dois anos sem novidades, Moto X chega à quarta geração como um smartphone intermediário

Paulo Higa
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• Atualizado há 6 meses

Depois de quase dois anos sem novidades, o Moto X voltou. A linha que marcou uma mudança profunda na Motorola em 2013, principalmente em termos de design, software e preço, chegou à quarta geração como um smartphone intermediário.

O Moto X4 desembarca no mercado brasileiro para competir em um segmento bastante concorrido, inclusive dentro da própria Motorola. Com preço sugerido de R$ 1.699, ele fica entre o Moto G5S Plus (R$ 1.499) e o Moto Z2 Play (R$ 1.999), que também foram lançados em 2017.

Será que ele é bom? Eu fui conferir o aparelho de perto e conto minhas primeiras impressões nos próximos minutos.

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Bonitão e menos trambolhão

Diferente dos outros aparelhos da geração atual da Motorola, o Moto X4 tem design com traseira de vidro. Uma leve curvatura na traseira melhora a ergonomia, ainda mais considerando que ele ficou mais compacto que seus irmãos, com tela IPS LCD de 5,2 polegadas (1920×1080 pixels).

No Brasil, o Moto X4 será vendido em duas cores, uma preta e uma topázio (que podemos chamar simplesmente de… cinza). Na frente, ele é igual aos outros aparelhos da Motorola, contando com um leitor de impressões digitais com suporte a gestos na parte da frente.

Mas talvez a característica mais importante seja a certificação IP68, que garante resistência contra água. É um detalhe muito bem-vindo; nem mesmo o Moto Z2 Force conta com essa proteção. Outros smartphones recentes da Motorola já tinham o chamado “nanorrevestimento repelente à água” — mas é fato que o IP68 transmite uma sensação de segurança bem maior.

Novidades no software

A versão americana do Moto X4 veio com a assistente pessoal Alexa, da Amazon. Como ela ainda não entende português, o produto nacional chega com o Google Assistente e os tradicionais comandos de voz da Motorola, no Moto Voz.

As personalizações que vimos nos outros smartphones da Motorola lançados em 2017 continuam aqui, como os ícones com efeito de gosto meio duvidoso, mas o Android 7.1.1 do Moto X4 continua bem próximo do concebido pelo Google. Também é importante lembrar que a empresa se comprometeu publicamente com a atualização para o Oreo (cobrem depois).

Há algumas novidades de software, com destaque para o Moto Key, um gerenciador de senhas que permite fazer login automático em sites e aplicativos. Basta colocar o dedo no leitor de impressões digitais e autorizar a entrada. Além disso, você pode utilizar o sensor biométrico do smartphone para desbloquear seu computador com Windows.

Mais um smartphone com câmera dupla

Como quase todos os lançamentos do segundo semestre de 2017, o Moto X4 tem uma câmera dupla na traseira. Aqui, o sensor principal tem resolução de 12 megapixels e lente normal com abertura f/2,0, enquanto o secundário chega com 8 megapixels e lente grande angular com abertura f/2,2. É um arranjo parecido com o do Zenfone 4, que desembarcou no país custando mais caro.

A câmera traseira suporta alguns truques de software que já vimos em outros aparelhos, como a detecção de profundidade, que permite borrar ou trocar a cor do fundo. Eu ainda não tive muito tempo para brincar com o recurso; ele não funcionou muito bem no Moto G5S Plus, então espero que a Motorola tenha melhorado a tecnologia.

Na frente, há uma câmera de 16 megapixels (f/2,0) com flash LED e um “modo avançado para baixa luminosidade” que promete tirar selfies melhores com pouca iluminação (no entanto, nesse modo, a resolução cai para 4 megapixels). Assim como na câmera traseira, há suporte a uma tecnologia de realidade aumentada que permite aplicar máscaras em tempo real, porque sim.

Linha confusa

No Brasil, o Moto X4 será vendido com processador octa-core Snapdragon 630, 3 GB de RAM e 32 GB de armazenamento, com entrada para microSD. Há uma versão com mais memória no exterior, mas ela não será comercializada no Brasil, talvez para não borrar ainda mais a linha entre a linha X e a Z.

É um segmento meio complicado até mesmo dentro da (ampla) linha de produtos da Motorola, mas dá para tentar simplificar:

  • Em relação ao Moto G5S Plus, você perde a TV digital, mas ganha um design visual e ergonomicamente melhor; um processador mais potente; e câmeras teoricamente melhores (ainda precisamos testá-las para ver se elas realmente são boas, mas é difícil que sejam piores);
  • Em relação ao Moto Z2 Play, você perde RAM (de 4 para 3 GB) e armazenamento (de 64 para 32 GB), além do suporte aos Snaps. No entanto, o processador do Moto X4 (Snapdragon 630) é cerca de 10% mais potente que o Snapdragon 626, e a câmera frontal é teoricamente superior.

Eu já estou com o Moto X4 e o review completo será publicado em breve. O que você quer saber sobre ele?

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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