A Snap Inc – empresa por trás do Snapchat – estreou na bolsa de valores nesta quinta-feira (2), e deixou muita gente surpresa: as ações fecharam com alta de 44%, resultando em um valor de mercado de aproximadamente US$ 28 bilhões.

Isso significa que, hoje, a dona do Snapchat vale quase tanto quanto empresas de tecnologia tradicionais como a HP (US$ 29 bilhões) e a Nokia (US$ 30 bilhões). A Snap se redefiniu recentemente como uma “empresa de câmeras”, dizendo que quer reinventá-las; a Canon tem valor de mercado de US$ 31 bilhões.

No entanto, provavelmente a melhor comparação seja com outras redes sociais, e aqui temos três possíveis trajetórias:

  • a Snap Inc poderia ter uma carta na manga e se tornar o próximo Facebook, que hoje vale quase US$ 400 bilhões;
  • ou poderia ser comprada por outra empresa, como o LinkedIn, adquirido pela Microsoft por US$ 26 bilhões;
  • ou poderia seguir o rumo do Twitter, que teve uma estreia forte na bolsa mas se perdeu nos anos seguintes e hoje vale US$ 11 bilhões, menos do que o próprio Snapchat.

Alguns analistas sugerem que será difícil para o Snapchat justificar todo o hype. Rivais como o Facebook, Instagram e WhatsApp têm mais usuários e vêm copiando os recursos do app; por isso, a base de usuários ativos já está crescendo mais devagar, mesmo em lugares fora da América do Norte e Europa Ocidental (onde o app teve sucesso inicialmente).

A empresa nunca teve lucro, o prejuízo só vem aumentando – meio bilhão de dólares só no ano passado – e as possíveis ideias da Snap Inc para reinventar a câmera não empolgam muito. Seu primeiro produto de hardware foi o Spectacles, par de óculos que gravam vídeo; ela estaria trabalhando em câmeras de 360 graus, drones e câmeras de ação semelhantes à GoPro.

Em meio a tudo isso, Evan Spiegel – cofundador e CEO da Snap Inc – pede paciência. Em um e-mail interno para os dois mil funcionários da empresa, ele afirma que ainda há muito trabalho a ser feito, e diz ao LA Times que a visão da empresa só deve se concretizar nos próximos cinco anos. O executivo tem 26 anos e, com o IPO, agora vale cerca de US$ 5,5 bilhões.

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Felipe Ventura

Felipe Ventura

Ex-editor

Felipe Ventura fez graduação em Economia pela FEA-USP, e trabalha com jornalismo desde 2009. No Tecnoblog, atuou entre 2017 e 2023 como editor de notícias, ajudando a cobrir os principais fatos de tecnologia. Sua paixão pela comunicação começou em um estágio na editora Axel Springer na Alemanha. Foi repórter e editor-assistente no Gizmodo Brasil.