Alphabet quer combater o mosquito da dengue liberando 20 milhões de mosquitos

Paulo Higa
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• Atualizado há 1 semana

O mosquito Aedes aegypti poderá ser eliminado em uma cidade da Califórnia se um experimento nos Estados Unidos der certo: a Verily, subsidiária da Alphabet que estuda ciências da vida, planeja liberar 20 milhões de mosquitos nas ruas de Fresno ao longo das próximas semanas para combater a população atual dos insetos. Como assim?

A Verily conta ao The Verge que um milhão de mosquitos serão liberados por semana durante vinte semanas. Eles são machos infectados com a Wolbachia pipientis, uma bactéria que torna os mosquitos estéreis. A ideia é que as fêmeas tentem se reproduzir com os milhões de novos machos e, com o tempo, o número de mosquitos caia até eventualmente zerar.

Funciona assim:

  • O macho não pica humanos, apenas a fêmea;
  • O macho não transmite a doença da Wolbachia para as fêmeas;
  • Fêmeas não infectadas que se reproduzirem com machos infectados botarão ovos, mas os mosquitos não nascerão.

Com 20 milhões de mosquitos prontos para se reproduzirem nas próximas semanas, as fêmeas botarão alguns milhões de ovos que não chocam. Então, muitos mosquitos devem morrer sem deixar herdeiros. E o melhor é que, como os machos não picam pessoas, os humanos não terão problemas com dengue, zika ou chikungunya (a única inconveniência serão os milhões de mosquitos a mais voando por aí).

A técnica de combate da dengue com a Wolbachia é conhecida desde 2010 e foi testada com sucesso em escalas menores, com alguns milhares de mosquitos infectados. Ela já está sendo pesquisada em diversos países, incluindo o Brasil.

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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