O Google ainda não tem apps de mensagens suficientes por aí, então decidiu que era hora de investir em mais uma tecnologia: o Chat é uma tentativa de substituir o antigo SMS pelo RCS (Rich Communications Service), um padrão de comunicação que permite transferência de arquivos, chats em grupo, mensagens de voz e outros recursos.

O RCS é uma espécie de WhatsApp só que padronizado. Segundo o The Verge, o RCS se chamará simplesmente Chat (sem a marca do Google) e funcionará por meio da infraestrutura das operadoras móveis, não dos servidores de Mountain View. As operadoras conversarão entre si, como no SMS, para que um cliente da Vivo consiga mandar um RCS para um da Claro, por exemplo.

Para que o Chat dê certo, é preciso que as empresas abracem o padrão. No Brasil, as operadoras Claro, Oi e Vivo já sinalizaram que vão oferecer suporte ao RCS. No entanto, em vez de cobrar como um SMS, as operadoras vão descontar as mensagens trafegadas da franquia de dados do cliente, como já acontece com os aplicativos tradicionais.

As fabricantes Huawei, Alcatel, Asus, General Mobile, HTC, LG, Samsung, ZTE, Intex e Lava estão na primeira leva de parceiros do Google que adotarão o padrão RCS. Isso significa que, mesmo que você não instale manualmente o aplicativo do Google, ainda será possível enviar e receber mensagens RCS por meio dos aplicativos nativos de mensagens dessas empresas.

Uma vez que o usuário tiver o Chat instalado, ele poderá trocar imagens e vídeos em alta resolução, enviar mensagens em grupos, ver se a outra pessoa está digitando, e saber quem recebeu ou visualizou sua mensagem. A quantidade de recursos disponíveis depende de cada operadora — mas a expectativa é que a maioria seja liberada para todos os usuários.

Se você enviar um RCS para quem não possui o Chat (ou usa operadora sem suporte ao padrão), as mensagens serão convertidas para SMS e recebidas normalmente pelo destinatário (dentro das limitações da antiga tecnologia, claro). É um funcionamento bem parecido com o do iMessage (o que provavelmente significa que usuários de iPhone não terão RCS tão cedo).

Nestes tempos em que a privacidade é um assunto em alta, só há um detalhe final: as mensagens trocadas por RCS não possuem criptografia de ponta a ponta como no WhatsApp ou Signal, e seguem os mesmos padrões de segurança e leis de quebra de sigilo de ligações telefônicas e SMS.

O RCS vem sendo discutido há anos (na verdade, as primeiras ideias da tecnologia surgiram em 2007!) e o Google aparentemente está investindo fortemente para torná-la realidade. Será que agora vai?

Receba mais notícias do Tecnoblog na sua caixa de entrada

* ao se inscrever você aceita a nossa política de privacidade
Newsletter
Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

Relacionados