Quando as falhas Meltdown e Spectre vieram à tona, teve gente dizendo em fóruns e sites especializados que esperaria pela próxima geração de processadores Intel para ter um computador livre desses problemas. Só que essa turma vai ter que esperar bastante: a companhia adiou de novo a produção em massa dos chips Cannon Lake. A previsão agora é para 2019.

Se a Intel tivesse seguido o cronograma inicial, os processadores Cannon Lake teriam sido lançados em 2016. Mas a companhia adiou a chegada para 2017, depois para o final de 2018 e, agora, para 2019 (talvez no segundo semestre do ano). Como se não bastasse, a Intel tem feito lançamentos nesse meio tempo um tanto confusos.

Só para você ter ideia, a empresa anunciou, em setembro de 2017, os primeiros chips Coffee Lake, que representam a sua oitava geração de processadores. Mas, um mês antes, a Intel havia apresentado CPUs dessa mesma geração, com a diferença de que elas correspondem a modelos Kaby Lake Refresh, não a unidades Coffee Lake.

Na prática, os processadores Coffee Lake e Kaby Lake Refresh não passam de versões incrementadas da sétima geração (Kaby Lake). A grande atualização da família Core virá mesmo com os chips Cannon Lake, que terão como grande diferencial um processo de fabricação de 10 nanômetros (as CPUs Kaby Lake são de 14 nanômetros, vale relembrar) e, pelo menos inicialmente, deverão equipar laptops ou desktops mais básicos.

Chip Intel

Se há expectativas, por que tantos adiamentos? A Intel não diz com precisão, mas toda implementação de uma nova tecnologia de miniaturização é cercada de grande complexidade. Ainda que sem entrar em detalhes, a Intel sinaliza que continua tendo problemas para lidar com a alta densidade de transistores na arquitetura das novas CPUs.

As falhas Meltdown e Spectre também podem ter relação com a decisão. Lançar uma nova família de processadores imune a esses problemas e que corresponda às expectativas de mais desempenho que todo lançamento traz pode ser incrivelmente desafiador.

Por ora, a Intel informou apenas que pequenos volumes de seus chips de 10 nanômetros já estão sendo enviados, embora não esteja claro para quais organizações. Além disso, a companhia confirmou que já está trabalhando na geração sucessora, os chips Ice Lake, que serão focados em PCs de alto desempenho e servidores.

Com informações: AnandTech.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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