Oi deixa de vender planos de internet que usam rede de cobre

Oi foca na rede de fibra óptica e abandona vendas com rede legada, deixando milhares de cidades sem novas adesões

Lucas Braga
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Oi vendeu datacenters e torres (Imagem: Divulgação/Oi)

Ao mesmo tempo em que a Oi aumenta a velocidade de upload para seus clientes conectados via fibra óptica, ela para de comercializar sua banda larga Oi Velox em todo o país. O serviço, com tecnologia xDSL, utiliza a rede legada de cobre da operadora e cederá espaço para a fibra. No entanto, essa mudança de estratégia pode ter vindo cedo demais.

Atualmente, qualquer simulação de assinatura de internet fixa no site da Oi aponta para a Oi Fibra. Nos endereços onde a rede de cobre estava disponível, o site retorna que “logo a Oi Fibra vai chegar ao endereço”, direcionando para uma consulta a outro endereço ou para conferir os planos de celular.

O Tecnoblog apurou o assunto: a assessoria de imprensa da Oi revelou que a operadora entende que as velocidades oferecidas através da tecnologia de cobre não atendem as expectativas do consumidor e, por isso, deixou de comercializar banda larga nessa tecnologia, dando foco total para fibra óptica. O serviço de telefonia fixa por cobre, no entanto, continua sendo comercializado.

Abandonar o cobre é um tiro no pé?

Ainda que a Oi tenha alcançado 1 milhão de clientes com fibra, a tecnologia é menos popular que a rede de cobre: dados da Anatel de março de 2020 revelam que 76,3% dos acessos de banda larga da Oi dependem de cabos metálicos.

É natural que, com o tempo, os clientes acabem migrando para a fibra, por oferecer velocidade maior, serviço melhor e preços mais competitivos. No entanto, talvez seja cedo demais para abandonar as vendas no cobre: a Oi atinge mais de 4,8 mil municípios, enquanto a rede da Oi Fibra está disponível em apenas 108 cidades.

Ao encerrar as vendas da banda larga com tecnologia xDSL, a Oi perde a oportunidade de conquistar clientes em áreas não atendidas pela fibra. Isso afeta principalmente a venda de combos, um dos produtos de maior rentabilidade da empresa, que incluem TV por assinatura, telefone fixo, banda larga e celular.

A estratégia comercial também abre espaço para que provedores locais de internet conquistem ainda mais clientes nos municípios onde a fibra da Oi não chegará tão cedo. Juntas, as prestadoras de pequeno porte (PPPs) já são maiores do que Claro, Oi e Vivo.

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Lucas Braga

Lucas Braga

Repórter especializado em telecom

Lucas Braga é analista de sistemas que flerta seriamente com o jornalismo de tecnologia. Com mais de 10 anos de experiência na cobertura de telecomunicações, lida com assuntos que envolvem as principais operadoras do Brasil e entidades regulatórias. Seu gosto por viagens o tornou especialista em acumular milhas aéreas.

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