77 torres de celular foram atacadas após boatos sobre 5G e COVID-19

Teorias da conspiração que culpam redes 5G pelo avanço da COVID-19 já fizeram 77 torres de celular serem atacadas no Reino Unido

Emerson Alecrim
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses

Por mais absurda que soem, teorias da conspiração que associam as redes 5G ao avanço do coronavírus (COVID-19) continuam ganhando força na Europa, sobretudo, no Reino Unido. O levantamento mais recente indica que, por lá, 77 torres de telefonia móvel já foram atacadas por indivíduos que acreditam nessa bobagem.

O Tecnoblog tem um especial com detalhes sobre as teorias que culpam o 5G pela COVID-19, mas aqui vai um resumo: basicamente, os adeptos dessa conspiração afirmam que a exposição a redes 5G enfraquece o sistema imunológico do indivíduo (facilitando a contaminação pelo coronavírus) ou que torres de transmissão podem propagar o vírus.

É óbvio que nada disso é verdade. Apesar disso, o Reino Unido já registrou 77 ataques a torres de telefonia móvel, de acordo com a Mobile UK, associação que representa as operadores da região. Desse total, um terço foi registrado do dia 15 de abril para cá. Curiosamente, a maior parte das torres atacadas não fornece serviços de 5G.

Mas o detalhe mais sórdido é que funcionários das operadoras também estão sendo atacados ou intimidados. A operadora BT, por exemplo, já registrou cerca de 40 ataques verbais ou físicos às suas equipes. Em um dos mais graves, um engenheiro foi esfaqueado e teve que ser internado.

Nas circunstâncias atuais, os serviços de telecomunicações são essenciais. Torres que ficam indisponíveis podem deixar o tráfego de dados congestionado ou determinados locais sem cobertura de serviços móveis.

Torre incendiada (fotos: The Sun / SnapperSK)

Torre incendiada (fotos: The Sun / SnapperSK)

Redes sociais apagam teorias sobre 5G

Sem nenhuma surpresa, as teorias conspiratórias que ligam o 5G ao coronavírus se propagam por serviços de mensagens instantâneas e redes sociais. É por isso que essas plataformas estão tendo que agir.

O YouTube vem considerando que vídeos que contestam a existência ou transmissão da COVID-19 em contrariedade ao que é dito pela Organização Mundial da Saúde (OMS) violam os seus termos de uso e, portanto, devem ser eliminados da plataforma.

Facebook e Twitter também anunciaram a remoção de publicações que espalham essas teorias. Além disso, o Twitter se comprometeu a exibir um link para uma página do governo britânico com informações confiáveis sobre 5G quando buscas relacionadas ao assunto forem feitas na rede social.

Com informações: Business Insider, Reuters.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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