Facebook cogitou ajudar outras redes sociais para evitar ação antitruste
Oferta foi recusada pela Comissão Federal de Comércio do Estados Unidos (FTC), que acusa Facebook de práticas anticompetitivas

Em meio a processos antitruste, o Facebook cogitou ajudar outras redes sociais oferecendo o licenciamento de seu código para evitar disputas judiciais. A informação é de uma reportagem do Washington Post, que revela ainda que a oferta foi recusada pela Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos (FTC, na sigla em inglês).
Facebook App (Imagem: Brett Jordan/Unsplash)
Apesar de não haver detalhes sobre como funcionaria o licenciamento da plataforma, na prática, a proposta poderia ser especialmente interessante para produtos relativamente novos com potencial de expansão, como o TikTok, por exemplo.
A rede social de vídeos curtos ou qualquer outra concorrente que comprasse acesso ao código do Facebook poderia utilizar ferramentas poderosas para desenvolver novos recursos. Mas a FTC rejeitou o acordo sob justificativa de que tal ação não necessariamente representaria ganhos significativos para um cenário competitivo.
A agência norte-americana prestou queixa contra a empresa no dia 9 de dezembro alegando que o Facebook teria a intenção de “sufocar” seus concorrentes. O processo afirma ainda que a compra do Instagram e do WhatsApp foram parte do plano para “eliminar ameaças” ao seu monopólio.
As autoridades estaduais e federais afirmam que a empresa mantém um padrão de comportamento ilegal que consiste em “comprar, intimidar ou matar seus rivais”, deixando usuários sem alternativas.
O Facebook vem intensificando sua defesa com a contratação de advogados que já trabalharam em processos antitruste para o governo dos EUA e anunciou medidas para ilustrar sua suposta preocupação com a concorrência.
A reportagem do Washington Post lembra ainda sobre outra grande campanha que o governo dos Estados Unidos travou contra uma gigante da tecnologia: a Microsoft. Nos anos 90, a empresa foi alvo de diversos processos por em tese agir de forma anticompetitiva para promover o monopólio do Windows e do Internet Explorer.
Apesar de ter escapado das acusações e evitado o desmembramento de suas operações, a empresa se tornou menos agressiva, dando espaço a novas empresas do Vale do Silício, como o próprio Facebook, que agora enfrenta condições semelhantes.
Com informações: The Washington Post e The Verge