Robô-manicure faz sucesso com serviço mais rápido e barato que o tradicional

A máquina é capaz de pintar unhas em 10 minutos e cobra cerca de US$ 8 pelo serviço; será que ela pode substituir humanos no futuro?

Ana Marques
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Robô da Clockwork pinta unhas (Imagem: Divulgação/Clockwork)
Robô da Clockwork é capaz de pintar unhas precisamente (Imagem: Divulgação/Clockwork)

Um robô-manicure da empresa Clockwork está fazendo sucesso na Califórnia por prestar um serviço mais rápido e mais barato do que o realizado por profissionais humanos. Como reportou o Mashable, no domingo (4), a máquina — que não é um humanoide, vale ressaltar — vem caindo nas graças de quem precisa dar um trato especial nas unhas e não quer perder tempo (nem dinheiro).

O aparelho parece uma impressora 3D, mas ele ainda é bastante dependente de inputs de humanos. Você (ou um assistente do salão) deve colocar o esmalte pretendido em um compartimento frontal, como se faz com um cartucho em uma impressora. O processo só começa após o comando do cliente, por voz ou pela tela sensível ao toque.

Na máquina em questão não há, de fato, um pincel. O que acontece é um esguicho da tinta sobre as unhas, uma a uma, de forma consideravelmente precisa, em um padrão circular. É claro, o cliente deve ter o cuidado de manter as mãos imóveis. Após 10 minutos, está tudo feito, e por um custo de US$ 7,99.

Por enquanto, há apenas duas máquinas da Clockwork no Marina District, em São Francisco, e elas estão em período de testes. Ao menos nesta fase, há dois funcionários da empresa auxiliando no uso e dando boas-vindas aos clientes — eles também ajudavam na remoção de esmaltes antigos.

Falta aquele toque pessoal, é claro

Segundo Sasha Lekach, a jornalista do Mashable que utilizou o robô-manicure, ainda falta um toque pessoal ao processo. Alguns truques para uma melhor experiência durante a sessão só foram descobertos com as dicas dos funcionários humanos.

“Quando fiquei sentada esperando o tubo começar a pintar, mas não enfiei o dedo o suficiente na abertura para a mão, os humanos deram um empurrãozinho ou sugestão: ‘Só mais um pouco até ouvir o clique’. O robô não tem aquele toque pessoal”, afirmou Lekach.

Além disso, não é um serviço completo, vale destacar. “Esta é uma manicure simples: sem pedicure, tinta gel, acrílico, desenhos ou pontas francesas. Há uma única camada de esmalte e não há corte de unhas, aparas, remoção de cutículas, polimento ou lima. E não há massagens para as mãos com muita loção. As unhas com as quais você entrou terão a mesma aparência na saída, apenas com um pouco de cor”, explicou a jornalista.

O robô-manicure pode substituir humanos?

Há quem de fato não ligue para os rituais da vida em sociedade, mas para muitas pessoas existe toda a questão por trás do simples fato de ir a um salão de beleza e conversar sobre basicamente qualquer assunto com um profissional de manicure ou com um cabeleireiro, enquanto dá um tempo do trabalho ou das tarefas do dia a dia.

Certas coisas — pequenas coisas — como essas, parecem insubstituíveis. Ao menos enquanto o Google LaMDA não chega a esse nível conversacional, o que pode acontecer em breve. Ainda assim, para quem procura algo prático, parece interessante.

O pagamento é feito online ou na loja por uma carteira digital, sem gorjetas. A CEO da Clockwork, Renuka Apte, afirma que a empresa não tem a pretensão de fechar salões ou substituir profissionais humanos, mas atuar como uma ferramenta complementar, para retoques, recolorações, ou mesmo uma solução simples e rápida para quem está em trânsito, em um shopping, por exemplo.

Isso me lembra das cadeiras de massagem — ninguém acredita que elas realmente substituam o trabalho de um bom massagista, certo?

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Ana Marques

Ana Marques

Gerente de Conteúdo

Ana Marques é jornalista e cobre o universo de eletrônicos de consumo desde 2016. Já participou de eventos nacionais e internacionais da indústria de tecnologia a convite de empresas como Samsung, Motorola, LG e Xiaomi. Analisou celulares, tablets, fones de ouvido, notebooks e wearables, entre outros dispositivos. Ana entrou no Tecnoblog em 2020, como repórter, foi editora-assistente de Notícias e, em 2022, passou a integrar o time de estratégia do site, como Gerente de Conteúdo. Escreveu a coluna "Vida Digital" no site da revista Seleções (Reader's Digest). Trabalhou no TechTudo e no hub de conteúdo do Zoom/Buscapé.

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