Uber diz que “táxis são o futuro” e quer todos eles no app até 2025

Uber espera que táxis possam atuar em mercados com leis mais enérgicas sobre o setor de mobilidade; plataforma espera EBITDA US$ 5 bi em 2024

Pedro Knoth
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Foto por Fernando Oda/Núcleo Editorial/Flickr

Na quinta-feira (10), o diretor de mobilidade global da Uber apontou que o principal objetivo da empresa na área é listar todos os tipos de táxi no aplicativo até 2025. A plataforma espera que taxistas operem principalmente em mercados onde há uma forte regulamentação na área de transporte por aplicativo.

O diretor de mobilidade da Uber, Andrew Macdonald, disse aos investidores que espera uma reviravolta nos resultados financeiros da empresa, que fechou 2021 com prejuízo de US$ 496 milhões, provocada pela entrada de táxis no aplicativo. “Eu percebo a ironia: a Uber está falando a vocês que táxis são o futuro”, disse Macdonald.

Um indicador que pode ter levado a Uber a acenar para os taxistas está relacionada ao número de motoristas da companhia na Espanha: sua frota no país dobrou desde 2018, quando incorporou o táxi na plataforma.

Em mercados como a Turquia e o Japão, táxis se tornaram fundamentais aos passageiros que acessam a Uber, mencionou Macdonald.

Usuários que entram no app da Uber para pegar uma viagem por táxi acabam usando outros serviços, como o Uber Eats. Dessa forma, a companhia obtém mais clientes, diz Macdonald.

Uber prevê fluxo de caixa no azul em 2022

No mesmo dia em que a Uber confirmou que mira nos táxis para sua expansão, executivos projetaram que a empresa deve operar com um fluxo de caixa positivo até o final de 2022. Em ligação com investidores, Nelson Chai, diretor-executivo de Finanças da Uber, estimou que o EBITDA — lucro antes de depreciação, amortização, impostos e juros — será de US$ 5 bilhões até 2024.

Na quarta-feira, a companhia divulgou em seu resultado financeiro que houve um aumento em no setor de corridas — crescimento de 67% ao longo de 2021. As ações subiram 6% assim que o balanço foi divulgado, mas ontem voltaram ao patamar pré-resultado, com queda de 6%.

Isso porque analistas da FactSet esperavam que a Uber tivesse um EBITDA de R$ 5,3 bilhões até 2024. A projeção da própria empresa assustou os investidores; eles esperam em breve que a plataforma estanque a perda de receita e mostre que pode ser uma empresa sustentável financeiramente.

No Brasil, Uber Eats deixará delivery de restaurantes

A Uber tem cortado gastos desde o começo da pandemia de COVID-19. Recentemente, a empresa decidiu retirar o delivery de restaurantes do Uber Eats do Brasil — mercado dominado por seu principal concorrente regional, o iFood.

A companhia se voltou para o setor de mercado no país: o Uber Eats fará entregas a supermercados por meio de sua startup, a Cornershop, que prosseguirá com delivery de porta em porta.

Uber Eats (Imagem: Divulgação/Uber)
Uber Eats (Imagem: Divulgação/Uber)

Em consonância com o futuro da companhia do Brasil, Pierre-Dimitri Gore-Coty, diretor de delivery global da Uber, disse: “vemos entrega de mercado como um ponto de entrada mais amplo para o varejo”.

A Uber tem expandido o portefólio de entregas para eletrônicos, itens de petshop e cosméticos. O aplicativo formou parcerias com Apple, Sephora e Adidas para fazer as entregas de produtos comprados nos sites dessas marcas.

Globalmente, a Uber vem reduzindo o quadro de funcionários e encerrando operações antes de serem lançadas. Em 2020, a empresa colocou vendeu sua divisão de carros autônomos para a startup Aurora.

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Pedro Knoth

Pedro Knoth

Ex-autor

Pedro Knoth é jornalista e cursa pós-graduação em jornalismo investigativo pelo IDP, de Brasília. Foi autor no Tecnoblog cobrindo assuntos relacionados à legislação, empresas de tecnologia, dados e finanças entre 2021 e 2022. É usuário ávido de iPhone e Mac, e também estuda Python.

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