YouTube derruba vídeos com pirataria de mangá e editora vai atrás de usuários

Além de solicitar a remoção dos vídeos, a editora Kadokawa Shoten exige que o YouTube revele os dados dos usuários que pirateavam mangás

Murilo Tunholi
Por
Cowboy Bebop

A editora japonesa Kadokawa Shoten está caçando não só sites de pirataria de mangás, como também usuários que publicam as obras no YouTube. Após processar o Cloudflare para derrubar domínios hospedados no serviço, a editora moveu uma ação contra o YouTube e o Google nos EUA, exigindo a remoção de sete canais específicos, assim como a revelação das identidades dos donos dos perfis.

Responsável por publicar séries de sucesso como Lucky Star, Cowboy Bebop, Neon Genesis Evangelion, Highschool of the Dead e .hack, a Kadokawa Shoten costuma ser bastante agressiva em relação à pirataria de seus mangás. Recentemente, a editora começou a ir atrás de usuários que postam, em formato de vídeo, as obras no YouTube.

Apesar de estar localizada em Tóquio, no Japão, a Kadokawa Shoten recorreu à Justiça dos EUA para solicitar a remoção dos conteúdos por meio do Digital Millennium Copyright Act (DMCA). No documento enviado ao tribunal estadunidense, os advogados da editora escreveram o seguinte:

“Exigimos [ao Google] o bloqueio imediato do acesso ao conteúdo infrator e impedimento de qualquer uso, reprodução e distribuição do trabalho original. Especificamente, solicitamos a remoção do trabalho infrator encontrado no YouTube e/ou em qualquer um dos seus sistemas ou serviços”.

Kadokawa Shoten.

No processo judicial, a Kadokawa Shoten citou nominalmente sete usuários que mantinham perfis com pirataria de mangás: Russel, redheadbaby1020, Sporty Son, Vasturae, ItachiLuv1, PahGrazi e hotpink0930. Pelo que parece, o YouTube respondeu com agilidade à solicitação, já que todos esses canais se encontram indisponíveis no momento.

Kadokawa Shoten quer obter dados dos youtubers

As empresas detentoras de direitos autorais costumam ficar satisfeitas com a remoção dos conteúdos piratas. Entretanto, a Kadokawa Shoten não pretende parar por aqui. Além de solicitar a retirada dos vídeos, a editora exigiu que o YouTube revelasse a identidade dos donos dos canais. Na ação, os representantes da publicadora japonesa disseram:

“A Kadokawa Shoten busca uma intimação para cumprimento de acordo afim de obter informações suficientes para identificar as pessoas que violam suas obras protegidas por direitos autorais. O objetivo para o qual esta intimação é solicitada é obter a identidade dos supostos infratores. Essas informações serão usadas apenas para fins de proteção de direitos sob a Lei de Direitos Autorais”.

Kadokawa Shoten.

Esse tipo de intimação é comum em casos de violação de direitos autorais. Contudo, os alvos costumam ser donos de sites grandes em vez de canais pessoais no YouTube. Vale mencionar que os perfis citados eram pequenos, com 72 mil a 208 mil visualizações. Mesmo assim, a Kadokawa Shoten quer encontrar as sete pessoas a qualquer custo.

Entre os dados solicitados pela editora estão nomes completos, endereços, e-mails e números de telefone. A Kadokawa Shoten também quer acesso aos registros de acesso do YouTube, incluindo endereços de IP, datas e horários de login, além de informações bancárias e números dos cartões de crédito utilizados nos últimos seis meses pelos usuários.

Youtubers podem ser presos por piratearem mangás

No Japão, diversos youtubers já foram presos por 18 meses a dois anos por publicarem resumos de filmes de 10 minutos na plataforma. Diferente do Brasil e EUA, por exemplo, a lei de direitos autoriais japonesa é rígida e inflexível, impedindo que os acusados se defendam.

Como o ato de baixar mangás é considerado crime no Japão, é provável que a Kadokawa Shoten queira prender os usuários que pirateavam suas obras no YouTube. Agora, o futuro dessas pessoas depende da decisão do tribunal dos EUA de obrigar o Google a fornecer as informações sobre elas.

Com informações: Torrent Freak.

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Murilo Tunholi

Murilo Tunholi

Ex-autor

Jornalista, atua como repórter de videogames e tecnologia desde 2018. Tem experiência em analisar jogos e hardware, assim como em cobrir eventos e torneios de esports. Passou pela Editora Globo (TechTudo), Mosaico (Buscapé/Zoom) e no Tecnoblog, foi autor entre 2021 e 2022. É apaixonado por gastronomia, informática, música e Pokémon. Já cursou Química, mas pendurou o jaleco para realizar o sonho de trabalhar com games.

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