Quer usar o 5G Standalone da Claro? Você terá que mudar seu plano

Claro diz que clientes não precisam trocar plano para usar 5G, mas apenas para usar padrões que dependem do 4G; operadora prepara lançamento em Brasília

Lucas Braga
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• Atualizado há 8 meses
Logo da Claro ao lado de pessoa utilizando óculos de realidade virtual
Claro (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

A Claro divulgou os primeiros detalhes sobre o lançamento do seu 5G. Ótimo! A comunicação que ficou confusa: a operadora informou que os clientes não precisarão trocar o plano para usar a quinta geração, mas… não é bem assim. Será necessário mudar o pacote para conseguir acessar o 5G Standalone, padrão mais moderno e exigido no edital da Anatel.

Os três diferentes 5Gs da Claro

Se prepare para ficar confuso. Ao todo, a Claro terá três versões de 5G:

  • 5G DSS, que utiliza as mesmas frequências do 4G e possui velocidade e capacidade menores que o 5G com espectro dedicado;
  • 5G NSA (Non-Standalone), com frequência dedicada (5G puro) e núcleo de rede compartilhado com o 4G;
  • 5G SA (Standalone), com frequência dedicada (5G puro) e núcleo de rede exclusivo e independente de tecnologias anteriores.

Como estratégia de marketing, a Claro batizou tanto o 5G NSA e o 5G SA como 5G+. E é aí que piora a confusão:

  • na comunicação à imprensa, a Claro informou que “a adoção será transparente e sem exigir qualquer alteração de contrato” para usar o 5G+;
  • o site da Claro informa que, para usar o 5G SA, é necessário trocar de chip e ter um plano compatível.

O Tecnoblog questionou à Claro qual a informação correta, e era a do site: clientes com qualquer plano já estão aptos para utilizar o 5G NSA, mas para usar o 5G SA será necessário mudar para um novo pacote. Ou seja, não é uma adoção tão transparente assim:

O 5G+ é a nova marca da Claro para 5G na faixa de 3,5GHz e 2,3GHz (tanto NSA quanto SA). Qualquer cliente com aparelho compatível e em área com cobertura pela tecnologia pode ter acesso ao 5G em NSA sem necessidade de mudar de plano ou de chip.

O 5G em NSA possui dual connectivity, que oferece a melhor experiência para o consumidor final, com alta velocidade e baixa latência adequada ao uso por smartphones. Além disso, hoje a maior parte dos aparelhos 5G disponíveis no mercado já são compatíveis com o 5G NSA sem necessidade de qualquer alteração de plano ou chip.

Complementarmente, já temos disponível um plano pensado para o 5G SA, ainda disponível em poucos aparelhos homologados, e neste caso haverá a necessidade de plano de dados adequado, chip específico e ter um aparelho que já esteja compatível com o 5G SA homologado no país.
Assessoria de imprensa da Claro

A operadora confirmou que o plano 5G é aquele já divulgado em primeira mão pelo Tecnoblog: são 50 GB de internet pelo preço mensal de R$ 149,99 com pagamento no débito automático. O regulamento não descreve acesso liberado às redes sociais, como acontece no portfólio atual de pacotes 4G.

Anatel exige 5G SA na frequência de 3,5 GHz

Uma das exigências do edital do leilão do 5G era a adoção do Release 16 do 3GPP, cujos requisitos incluem a operação em SA, sem dependência das redes antigas. Isso não impede que o 5G NSA também seja adotado, como fez a Claro.

Com a rede restrita a quem contratar um novo plano, ficou a dúvida sobre como seria a estratégia da operadora. A Claro confirmou ao Tecnoblog que, no lançamento de Brasília, a frequência de 3,5 GHz funcionará tanto no padrão 5G SA como no 5G NSA. Ainda aguardamos resposta sobre as demais cidades.

Aparelhos precisam ser atualizados para 5G SA

Uma das grandes dificuldades em manter uma rede apenas com 5G SA é a compatibilidade de aparelhos. Na lista da Claro, apenas 11 modelos de smartphone estão aptos a utilizar o padrão.

A Claro informou que alguns aparelhos, como a linha Galaxy S22, ainda estão em fase de homologação para a rede 5G SA, enquanto outros, como os iPhones, dependem da liberação da própria fabricante.

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Lucas Braga

Lucas Braga

Repórter especializado em telecom

Lucas Braga é analista de sistemas que flerta seriamente com o jornalismo de tecnologia. Com mais de 10 anos de experiência na cobertura de telecomunicações, lida com assuntos que envolvem as principais operadoras do Brasil e entidades regulatórias. Seu gosto por viagens o tornou especialista em acumular milhas aéreas.

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