Desenvolvedores estão usando o ChatGPT para melhorar a história dos games

Tecnologia está dando as caras em diversas partes de projetos de jogos; a história vem recebendo maior atenção por parte dos profissionais

Ricardo Syozi
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• Atualizado há 3 meses
Inteligência artificial (Imagem: Unsplash / Brett Jordan)
Inteligência artificial (Imagem: Unsplash / Brett Jordan)

Segundo informações de discussões no LinkedIn, diversos profissionais da área de games relataram que estão usando o ChatGPT para auxiliar no processo de criação dos jogos. Ao que tudo indica, o uso mais comum é no que se refere à parte narrativa, com reviravoltas e diálogos de personagens fazendo uso da inteligência artificial. Este pode ser um passo importante para diminuir o tempo de produção dos títulos.

A pergunta partiu de um Game Designer Sênior na rede social de profissionais. Ele questionou se os colegas da área usam o ChatGPT para criar jogos. Como resultado, alguns importantes comentários surgiram nas respostas.

Além de relatos de uso da inteligência artificial da OpenAI no auxílio de ferramentas como a Unity e o Notion, o mais interessante foram as menções na hora de trabalhar a narrativa dos games.

Um desenvolvedor apontou que já usou a tecnologia “para ter ideias sobre o roteiro, inclusive com plot twist”. Enquanto outro usuário disse que utiliza “principalmente para gerar uma base e superar o bloqueio do escritor, além de ver as coisas mais obvias que podem ser integradas ou melhoradas”.

Já um profissional afirmou que faz uso de ChatGPT para “gerar opções de diálogos em inglês com o tom de voz de um personagem em uma situação específica, isso ajuda muito a incluir maneirismos e figuras de linguagem mais autênticas”.

Por outro lado, um usuário da plataforma acredita que a IA “pega coisas mais gerais e que já existem”. Ou seja, o criador ainda precisa pensar em novas funcionalidades e caminhos para a história de seu jogo. A tecnologia não dá tudo de mão beijada, o senso crítico e criativo da equipe ainda é altamente necessário.

Código em Python escrito pelo ChatGPT (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)
Código em Python escrito pelo ChatGPT (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)

Tecnologia pode agilizar produção de jogos

Durante os relatos dos profissionais, uma coisa ficou bastante clara: usar o ChatGPT no desenvolvimento pode encurtar o tempo trabalhado. É claro que o objetivo não é entregar tudo para a IA e esperar o produto ficar pronto, mas o de deixar para ela algumas etapas simples.

Por exemplo: para definir uma reviravolta na narrativa, a plataforma da OpenAI pode sugerir opções. A partir daí, a equipe de roteiristas poderia escolher qual das alternativas melhor se encaixaria na obra. Em seguida, fariam alterações importantes para dar aquele toque humano na aventura.

Empresas como a Microsoft já aderiram a essa inteligência artificial, levando o ChatGPT até mesmo para o Bing. Assim, não demoraria muito tempo para estúdios como a The Coalition ou a 343 Industries começarem a utilizar a IA em seus projetos.

Mas sempre com parcimônia.

Inteligência artificial (imagem ilustrativa: Unsplash/Andrea De Santis)
Inteligência artificial (imagem ilustrativa: Unsplash/Andrea De Santis)

ChatGPT é opção para diversas áreas

Além da criação de games, o produto da OpenAI já ganhou muitas outras utilidades. Alguns bacaninhas e outros nem tanto assim.

Pesquisadores da Check Point Research, empresa de cibersegurança, anunciaram em janeiro de 2023, que o ChatGPT estava sendo usado por hackers na produção de malwares. Contudo, a companhia dona da tecnologia já bloqueou a função.

Em uma situação mais curiosa, usuários do Tinder passaram a usar o ChatGPT para criar cantadas mais elaboradas. Dessa maneira, as conversas ficam mais interessantes, mas, ao mesmo tempo mais falsas.

Parece que a plataforma tem inúmeras funções, cabe às pessoas encontrarem os melhores propósitos.

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Ricardo Syozi

Ricardo Syozi

Ex-autor

Ricardo Syozi é jornalista apaixonado por tecnologia e especializado em games atuais e retrôs. Já escreveu para veículos como Nintendo World, WarpZone, MSN Jogos, Editora Europa e VGDB. No Tecnoblog, autor entre 2021 e 2023. Possui ampla experiência na cobertura de eventos, entrevistas, análises e produção de conteúdos no geral.

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