TikTok derruba rede russa de perfis falsos que fazia campanha anti-Ucrânia

Contas tinham italianos, alemães e britânicos como público-alvo e se passavam por pessoas locais; no total, elas conseguiram mais de 130 mil seguidores

Giovanni Santa Rosa
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Logotipo do TikTok
TikTok (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Mesmo redes sociais mais novas estão sujeitas a campanhas orquestradas de desinformação. O TikTok revelou nesta quinta-feira (9) ter derrubado uma rede russa de 1.704 contas. Elas espalhavam conteúdos falsos sobre a guerra na Ucrânia. O grupo alcançou um público de mais de 130 mil europeus no começo do segundo semestre de 2022.

Segundo a empresa, os alvos das contas falsas eram alemães, italianos e britânicos. Com a ajuda de softwares, elas criavam conteúdos nos respectivos idiomas e se passavam por pessoas locais. As publicações continham mensagens anti-Ucrânia.

Ao todo, elas atraíram 133.564 seguidores entre julho e setembro de 2022. O TikTok não confirmou nem negou a ligação de tais perfis com o governo russo.

As revelações estão um relatório enviado à União Europeia como parte do Código de Conduta sobre Desinformação do bloco, que tem Google, Meta e Twitter entre os signatários. Esta prática é voluntária.

Caroline Greer, diretora de políticas públicas e relações governamentais do TikTok, disse que a empresa está em uma “posição única para inovar na busca por soluções para estes persistentes desafios do setor”, já que é uma plataforma mais jovem do que suas concorrentes.

TikTok bloqueou canais estatais russos

Esta não é a primeira vez que o TikTok toma medidas contra conteúdos pró-Rússia. Em fevereiro de 2022, a rede social passou a impedir que perfis de empresas de mídia estatais russas, como Sputnik e RT, chegassem a usuários da União Europeia.

YouTube, Netflix, Meta, Twitter, Reddit e Microsoft também adotaram políticas desse tipo.

Segundo o TikTok, logo após o início do conflito, houve um pico nas tentativas de publicar propagandas políticas ou de combate. Campanhas desse tipo são proibidas na plataforma.

Em resposta, anunciantes ucranianos e russos passaram a ser impedidos de colocar europeus como público-alvo.

Desde 2014, quando o conflito começou, a Rússia põe em prática campanhas de desinformação nas redes, com fakes, teorias da conspiração e até mesmo checagens falsas de conteúdo que não existe.

Com informações: The New York Times, Bloomberg.

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Giovanni Santa Rosa

Giovanni Santa Rosa

Repórter

Giovanni Santa Rosa é formado em jornalismo pela ECA-USP e cobre ciência e tecnologia desde 2012. Foi editor-assistente do Gizmodo Brasil e escreveu para o UOL Tilt e para o Jornal da USP. Cobriu o Snapdragon Tech Summit, em Maui (EUA), o Fórum Internacional de Software Livre, em Porto Alegre (RS), e a Campus Party, em São Paulo (SP). Atualmente, é autor no Tecnoblog.

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