O Uber domina o mercado de transporte sob demanda no Brasil, mas já tem diversos concorrentes no país — e eles acabam de ficar mais fortes.
A 99 (antes 99Taxis) recebeu US$ 200 milhões para expandir seu serviço 99Pop, que concorre diretamente com o Uber. Enquanto isso, a espanhola Cabify planeja investir US$ 200 milhões no Brasil a partir do segundo semestre.
O 99Pop funciona basicamente como o Uber: você chama o motorista através do aplicativo, e pode pagar diretamente no app ou com dinheiro — a tarifa é mais barata que no táxi.
O motorista paga uma taxa de 16,99%, inferior aos 25% do UberX, e escolhe se aceitará dinheiro como pagamento. O serviço está disponível apenas em São Paulo e no Rio de Janeiro por enquanto.
O CEO Peter Fernandez diz ao New York Times que o 99Pop corresponde a metade das corridas feitas em São Paulo. São mais de 200 mil motoristas registrados e mais de 14 milhões de usuários registrados. “O objetivo é dominar o mercado no Brasil e dominar o peer-to-peer”, afirma o executivo.
A 99 recebeu US$ 100 milhões em investimento da japonesa SoftBank, que se somam aos US$ 100 milhões obtidos em janeiro da Didi Chuxing — esta é a concorrente do Uber que domina o mercado na China. (O Uber deixou o país após ter um prejuízo bilionário por lá.)
Enquanto isso, a Cabify fechou uma rodada de financiamento de US$ 100 milhões, e aparentemente quer chegar a meio bilhão de dólares. O objetivo é crescer internacionalmente, em especial no Brasil.
Daniel Bedoya, diretor geral da Cabify no país, disse ao Estadão em abril que usará US$ 200 milhões para expandir o serviço. Ainda este ano, a empresa planeja chegar a todas as capitais; hoje, ela está presente em sete cidades.
Para ganhar espaço, 99 e Cabify têm uma estratégia comum: abrir mais escritórios para treinar motoristas, e oferecer descontos aos passageiros. Eu já usei inúmeras vezes os cupons oferecidos para o 99Pop e Cabify Lite, e parece que eles continuarão vindo.
Vale lembrar que o Uber tem recursos para frear a concorrência: desde seu início, a empresa arrecadou US$ 8,8 bilhões de investidores. Ainda assim, a disputa no mercado de transporte sob demanda deve ficar mais acirrada no Brasil.
Com informações: New York Times, TechCrunch.