Agora vai?! Reino Unido muda de opinião na compra da Activision pela Microsoft

Instituição europeia viu com bons olhos os acordos feitos pela Microsoft com marcas como Nintendo e Nvidia; cloud gaming ainda preocupa

Ricardo Syozi
• Atualizado há 1 ano
Jogo Call of Duty renderizado no Xbox (imagem: Ricardo Syozi/Tecnoblog)
Call of Duty no Xbox (Imagem: Ricardo Syozi / Tecnoblog)

Após mais de 6 meses de investigações por parte da Autoridade de Competição e Mercado do Reino Unido (CMA), tudo indica que a compra da Activision Blizzard pela Microsoft está próxima de ser aceita. A entidade europeia divulgou na sexta-feira (24), que acredita que “a transação não resultará em uma diminuição substancial da concorrência em relação aos jogos de consoles”. Este é um passo importante para a dona do Xbox.

Segundo o comunicado publicado na página do Governo do Reino Unido, a CMA recebeu novas evidências em resposta ao seu relato de fevereiro de 2023. No caso, a instituição declarou que jogos exclusivos e serviço de games em nuvem ofereciam maior preocupação na aquisição da Activision Blizzard pela Microsoft.

Dessa forma, a entidade afirmou que:

Tendo analisado cuidadosamente estes novos elementos, juntamente com a vasta gama de informações recolhidas antes da emissão dessas conclusões provisórias, o grupo de inquérito CMA atualizou seus relatos e chegou à conclusão provisória de que, globalmente, a transação não resultará numa diminuição substancial da concorrência em relação aos jogos de consoles no Reino Unido.

Vale apontar que quando a instituição menciona “novos elementos”, ela se refere ao esforço recente da empresa de Redmond para mostrar o seu comprometimento em trazer a franquia de tiro em primeira pessoa para mais jogadores e plataformas.

Por exemplo: em dezembro de 2022, a Microsoft anunciou um acordo de 10 anos com a Nintendo por Call of Duty. Já em fevereiro de 2023, a companhia fez um compromisso similar com a Nvidia, o que trará jogos do Xbox ao serviço GeForce Now. Entretanto, a Sony recusou a colaboração.

call of duty
Call of Duty (Imagem: Divulgação / Activision)

Call of Duty foi o principal ponto de discussão

Além dos acordos de parcerias com outras companhias, na qual a Microsoft garante que a série de tiro em primeira pessoa continuará sendo multiplataforma, a CMA afirmou acreditar que a exclusividade seria mais maléfica do que o contrário para a marca liderada por Phil Spencer:

Embora a análise original indicasse que essa estratégia seria lucrativa na maioria dos cenários, novos dados (que fornecem uma melhor visão sobre o comportamento real de compra dos jogadores de CoD) indicam que essa estratégia seria significativamente deficitária em qualquer cenário plausível.

A instituição passou a crer que não seria “comercialmente benéfico” para a dona do Xbox deixar a franquia exclusiva. Sendo assim, ela teria os “incentivos para continuar a disponibilizar o jogo no PlayStation”.

É importante lembrar que as decisões ainda são provisórias, ou seja, podem ser alteradas se outras evidências surgirem no futuro.

Após o anúncio da entidade europeia, a Activision Blizzard soltou um comunicado que diz:

A campanha da Sony para proteger seu domínio bloqueando nossa fusão não pode superar os fatos, e a Microsoft já apresentou soluções eficazes e executáveis para abordar cada uma das preocupações restantes da CMA. Sabemos que este acordo beneficiará a concorrência, a inovação e os consumidores no Reino Unido.

Cloud Gaming ainda é preocupação

Por outro lado, o mercado de games em nuvem continua sendo um ponto de grande preocupação para a Autoridade de Competição e Mercado do Reino Unido.

A CMA apontou no relato de fevereiro, que a Microsoft possui cerca de 60% a 70% do mercado global de cloud gaming. Assim, ao “trazer as propriedades intelectuais da Activision Blizzard para seu ecossistema exclusivo, a companhia poderia diminuir ou, até mesmo, acabar com a concorrência”.

Talvez a companhia de Redmond precise pensar em propostas e caminhos para convencer os reguladores nesse quesito a partir de agora.

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Ricardo Syozi

Ricardo Syozi

Ex-autor

Ricardo Syozi é jornalista apaixonado por tecnologia e especializado em games atuais e retrôs. Já escreveu para veículos como Nintendo World, WarpZone, MSN Jogos, Editora Europa e VGDB. No Tecnoblog, autor entre 2021 e 2023. Possui ampla experiência na cobertura de eventos, entrevistas, análises e produção de conteúdos no geral.