A mais recente atualização do “State of the Internet”, pesquisa periódica da Akamai que avalia a infraestrutura da internet em mais de 200 países, mostra que o Brasil continua “engatinhando” quando o assunto é velocidade de acesso. Para você ter uma ideia, somente em 0,5% das conexões no país há largura de banda suficiente para streaming em 4K.
Uruguai, Argentina e Chile estão em situação ligeiramente melhor na América Latina: 2,2%, 1% e 0,8% de suas conexões, respectivamente, podem receber conteúdo com a referida resolução de maneira adequada. Nos Estados Unidos, este número é de 19%.
Estas conclusões se baseiam em dados colhidos no terceiro trimestre de 2014. A Akamai considera apropriada para 4K toda conexão que possui velocidade de 15 Mb/s (megabits por segundo) ou mais.
Em relação às conexões físicas, velocidades tão elevadas exigem infraestrutura sofisticada, especialmente com fibra óptica. É aí que mora o problema: redes do tipo estão disponíveis em poucas cidades brasileiras e, mesmo nestes casos, costumam cobrir apenas parte do município.
À Folha de S.Paulo, Jonas Silva, representante da Akamai na América Latina, explicou que as operadoras brasileiras têm interesse em oferecer fibra óptica, mas esbarram na falta de capital. “Não só capital financeiro, mas também humano. Você não encontra técnicos de fibra óptica em qualquer esquina”, completa.
No primeiro trimestre de 2014, a velocidade média das conexões no Brasil era de 2,6 Mb/s. No terceiro trimestre, esta taxa aumentou para 2,9 Mb/s. É um avanço relevante, certamente, mas que nos dá pouco espaço para comemorar: estamos abaixo da média global, que é de 4,5 Mb/s.
Estamos atrás também de vizinhos como Uruguai (média de 5,5 Mb/s), Argentina (4,2 Mb/s), Chile (4,1 Mb/s), Peru (3,6 Mb/s) e Colômbia (3,4 Mb/s). Sem causar espanto, Estados Unidos e Canadá lideram nas Américas com médias de 11,5 Mb/s e 10,3 Mb/s, respectivamente.
A Ásia continua firme e forte na liderança global. Puxando o ranking está a Coreia do Sul com a invejável média de 25,3 Mb/s. Hong Kong e Japão aparecem atrás com 16,3 Mb/s e 15 Mb/s, nesta sequência. No final das contas, sobrou a 90ª posição para o Brasil na classificação mundial.
Como se não bastasse, o Brasil também sofre na quantidade de conexões que podem ser classificadas como banda larga: apenas um em cada quatro acessos possui pelo menos 4 Mb/s. Nos critérios da Akamai, somente taxas iguais ou superiores a esta qualificam a conexão como banda larga.
O relatório completo da companhia pode ser obtido neste site.