Amazon pode ficar sem trabalhadores para contratar nos EUA até 2024
Relatório interno da empresa vaza e revela que armazéns correm risco de não ter empregados suficientes para dar conta de entregas rápidas
Com um volume enorme de vendas, armazéns gigantescos e prazos curtíssimos, a Amazon precisa de muita gente trabalhando para que tudo saia como o esperado. E isso pode se tornar um problema daqui a alguns anos. Em um relatório interno que vazou, a empresa diz que pode não ter quem contratar nos EUA em 2024.
“Se continuarmos tocando os negócios como sempre, a Amazon esgotará a oferta de trabalho disponível na rede dos EUA em 2024”, diz a pesquisa obtida pelo Recode.
A Amazon calculou os trabalhadores disponíveis para cada um de seus armazéns. Para isso, tomou como base nível de salários na região e distância entre os domicílios e as instalações da empresa, entre outras características.
Ou seja: a empresa não está falando de toda a população adulta dos EUA, só a fração que poderia ser contratada por ela.
O documento foi feito em meados de 2021. Ele estimava que a força de trabalho disponível na área metropolitana de Phoenix, no estado do Arizona, estaria esgotada no fim de 2021.
No caso da região de Inland Empire, 100 km a leste de Los Angeles, na Califórnia, a situação aconteceria no fim de 2022.
Outras regiões de risco seriam Memphis, no Tennessee, e Wilmington, em Delaware.
Este mesmo modelo 94% preciso ao identificar regiões dos EUA onde a empresa tinha trabalhadores a menos do que o necessário para o Prime Day de junho de 2021.
Salários, automação, retenção: as saídas para a Amazon
O relatório não traz uma solução única para o problema. Em vez disso, várias medidas podem ajudar a mitigar a falta de trabalhadores. Cada uma delas, porém, tem seus desafios e obstáculos.
Subir os salários é um exemplo. Isso faria a empresa gastar mais com pessoal, obrigando-a a cortar gastos em outras áreas, o que pode desagradar acionistas.
Investir em automação diminui a necessidade de contratar, mas pode causar a ira dos críticos, preocupados com os empregos. A Amazon é a segunda maior contratante privada dos EUA.
Melhorar a retenção de empregados ajuda, mas seria necessário reduzir o rigor com o monitoramento de desempenho e produtividade. Essas políticas, porém, foram essenciais no sucesso da empresa até agora.
A Amazon, de um jeito ou de outro, vai ter que se mexer. Como comenta a Recode, a empresa valoriza a “obsessão dos consumidores” acima de tudo. Para isso, ela promete muito, como entregas rápidas. Só que não é possível cumprir essas promessas se não houver gente suficiente trabalhando.
Com informações: Recode.