Microsoft firma parceria com sindicatos para discutir impacto da IA
Associação de 60 sindicatos representa 12,5 milhões de trabalhadores dos EUA. Microsoft se compromete a receber feedback de lideranças.
Associação de 60 sindicatos representa 12,5 milhões de trabalhadores dos EUA. Microsoft se compromete a receber feedback de lideranças.
A Microsoft anunciou uma aliança com uma federação de 60 sindicatos nos EUA para criar um “diálogo aberto” sobre o impacto que a inteligência artificial vai significar para os trabalhadores.
O acordo foi firmado com a American Federation of Labor and Congress of Industrial Organizations (AFL-CIO), formada por 60 sindicatos, que juntos representam 12,5 milhões de trabalhadores.
A aliança instituiu três objetivos: fornecer educação em IA para trabalhadores e estudantes, receber feedback direto de líderes e trabalhadores para desenvolver a tecnologia e colaborar com a criação de políticas públicas para dar suporte econômico e profissional.
Segundo o Los Angeles Times, este é o primeiro acordo entre uma empresa de tecnologia e um sindicato sobre os impactos da IA. “Ao trabalhar com os líderes sindicais, podemos ajudar a garantir que a inteligência artificial servirá aos trabalhadores do país”, disse Brad Smith, presidente da Microsoft.
Além das questões relacionadas à tecnologia, a Microsoft também concordou com termos de neutralidade em relação às uniões de trabalhadores. Isso significa que ela se compromete a não fazer campanhas contra iniciativas de organização de seus funcionários. A empresa já tinha feito o mesmo em relação aos empregados da Activision Blizzard.
A recente (e rápida) evolução na inteligência artificial levou a preocupações de todos os tipos, envolvendo questões como educação, privacidade de dados, desinformação e até uma possível extinção da humanidade.
As questões do mercado de trabalho também estão nessa lista. Joe Biden, presidente dos EUA, incluiu “apoio aos trabalhadores” na ordem executiva com diretrizes de segurança para o desenvolvimento da inteligência artificial.
Segundo um estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT), agência da ONU, a “maioria dos empregos e indústrias está apenas parcialmente exposta” à inteligência artificial, levando a um cenário em que a tecnologia deve complementar e não substituir o trabalho. A agência cita gerentes e vendedores como exemplos.
Por outro lado, os empregos mais expostos são os “de escritório”, como tarefas administrativas. Nestes casos, cerca de 25% das tarefas podem ser automatizadas.
“Nosso estudo não deve ser lido como uma voz tranquilizadora, mas sim como um apelo para aproveitar as políticas para lidar com as mudanças tecnológicas que estão sobre nós”, diz o relatório.
Com informações: Microsoft, Los Angeles Times, Reuters