Apps fraudulentos na App Store roubaram US$ 48 milhões enganando usuários

Os aplicativos de scam foram encontrados entre os mais lucrativos na plataforma, e a Apple também ganha com a taxa de 30%

Ana Marques
• Atualizado há 2 anos e 11 meses
App Store no iPhone (Imagem: André Fogaça/Tecnoblog)
App Store no iPhone (Imagem: André Fogaça/Tecnoblog)

Apesar dos esforços da Apple para manter as rédeas curtas em relação às regras da App Store, sob argumento de maior segurança para seus usuários, a loja de aplicativos do iPhone abriga programas fraudulentos que já lucraram US$ 48 milhões com táticas enganosas. As informações são de uma reportagem do The Washington Post publicada no domingo (6).

Segundo o veículo, dos 1.000 aplicativos de maior bilheteria na App Store, quase 2% são apps de scam – que, pela definição do relatório, seriam “todos aqueles que tiram dinheiro de clientes usando táticas enganosas, incluindo classificações e avaliações manipuladas, bem como táticas que podem induzir as pessoas a pagar por algo acidentalmente ou porque elas acreditavam que não tinham escolha”.

Alguns exemplos são aplicativos VPN que alertavam sobre uma falsa infecção do dispositivo para induzir os usuários a comprarem softwares de remoção de vírus desnecessários, bem como apps que se apresentam como sendo de marcas grandes, como Amazon e Samsung, sem pertencerem a estas empresas, de fato.

A relação foi obtida a partir da lista diária que a plataforma revela quais foram os aplicativos que mais lucraram naquele dia. O ranking foi cruzado com dados fornecidos pela empresa de pesquisa de mercado Appfigures, e teriam revelado que os apps enganosos roubaram cerca de US$ 48 milhões dos consumidores, considerando todo o tempo em que permaneceram na loja.

Apple estaria lucrando com apps de scam

Outro fato que vale destacar a partir dessa situação relatada pelo Washington Post é que a Apple acaba lucrando com aplicativos fraudulentos ou enganosos, já que a App Store tem uma taxa de até 30% sobre toda receita gerada pela plataforma.

O Post afirma ter reportado 18 aplicativos de scam para a big tech, dos quais dois terços teriam sido removidos pela empresa após a sinalização.

Novas diretrizes da App Store querem evitar apps de scam

Na segunda-feira (7), a Apple atualizou as diretrizes da App Store com avisos claros sobre a proibição de aplicativos enganosos ou potencialmente nocivos aos usuários. O novo alerta expõe que “comportamento manipulador ou enganoso repetido, ou outra conduta fraudulenta levará à remoção [da conta] do Programa para Desenvolvedores da Apple”.

A nova política também prevê redenção em caso de ajustes e melhorias feitos pelos desenvolvedores, removendo os eventuais problemas identificados. “Para restaurar sua conta, você pode fornecer uma declaração por escrito detalhando as melhorias que você planeja fazer. Se o seu plano for aprovado pela Apple e confirmarmos que as alterações foram feitas, sua conta pode ser restaurada”.

Além disso, a responsável pela App Store está adicionando três novas seções ao Código de Conduta do Desenvolvedor, exigindo que eles forneçam informações de identificação verificáveis, proibido manipulações de qualquer elemento da experiência do cliente na plataforma (como as avaliações do app) e alertando sobre a necessidade de manutenção da alta qualidade do aplicativo.

Com informações: The Verge e The Washington Post

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Ana Marques

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Gerente de Conteúdo

Ana Marques é jornalista e cobre o universo de eletrônicos de consumo desde 2016. Já participou de eventos nacionais e internacionais da indústria de tecnologia a convite de empresas como Samsung, Motorola, LG e Xiaomi. Analisou celulares, tablets, fones de ouvido, notebooks e wearables, entre outros dispositivos. Ana entrou no Tecnoblog em 2020, como repórter, foi editora-assistente de Notícias e, em 2022, passou a integrar o time de estratégia do site, como Gerente de Conteúdo. Escreveu a coluna "Vida Digital" no site da revista Seleções (Reader's Digest). Trabalhou no TechTudo e no hub de conteúdo do Zoom/Buscapé.