TIM e Oi podem ampliar compartilhamento de rede 4G, decide Cade
Cade teme que acordo de 4G possa reduzir concorrência na telefonia celular, mas preços vêm caindo para os clientes
Cade teme que acordo de 4G possa reduzir concorrência na telefonia celular, mas preços vêm caindo para os clientes
O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) decidiu que TIM e Oi podem expandir o compartilhamento de rede 4G. O órgão está preocupado que isso possa reduzir a concorrência na telefonia celular, mas resolveu aprovar a parceria porque os preços vêm caindo para os clientes.
Com o acordo, clientes da TIM poderão usar o celular mesmo sem sinal da operadora, desde que a Oi tenha cobertura; e vice-versa. O compartilhamento de torres e outros equipamentos vale para redes de acesso via rádio, 4G (em 2,5 GHz) e 1,8 GHz (3G).
O conselheiro João Paulo Rezende, do Cade, recomenda que a Anatel fiscalize o andamento do contrato de RAN Sharing (compartilhamento de infraestrutura). A ideia é evitar a troca de informações sigilosas entre Oi e TIM, o que poderia prejudicar a concorrência.
Ele também quer que a Anatel limite a entrada de mais operadoras no contrato. Nesse caso, elas iriam dividir a mesma infraestrutura em vez de instalar novas antenas e equipamentos, o que poderia afetar a qualidade do serviço no longo prazo.
Além disso, Rezende está preocupado com uma possível fusão entre a Oi e outras operadoras, o que iria aumentar a concentração de mercado. Ela entrou em recuperação judicial após atingir uma dívida de R$ 65 bilhões.
Apesar disso, o Cade decidiu aprovar o contrato entre TIM e Oi. Rezende explica: “temos evidências empíricas, fornecidas pela Anatel, apontando que desde que o compartilhamento começou a ser implementado, o custo do minuto de tráfego para o cliente de ambas as empresas tem diminuído”. Normalmente, a concentração de mercado leva a um aumento (não queda) nos preços.
O contrato entre TIM e Oi havia sido aprovado pela Anatel em julho. A TIM também firmou acordos de compartilhamento de rede 3G com a Vivo e a Claro. A operadora defende full sharing em cidades com menos de 30 mil habitantes.
Com informações: Cade, TeleSíntese.