Celular irregular: suspeitos movimentaram R$ 1,6 bilhão no Brasil

Em ação conjunta com a Receita Federal, PF cumpre mandados contra organização criminosa acusada de descaminho de celulares. Grupo movimentou R$ 1,6 bilhão para o exterior

Felipe Freitas
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• Atualizado há 1 semana
Celular cercado de símbolos de cifrão e de um baú
Dias depois de ação da Anatel, Polícia Federal deflagra Operação Corisco Turbo contra organização criminosa (Ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog)

A Polícia Federal e a Receita Federal deflagraram nesta quarta-feira (10) uma operação contra um grupo acusado de importar ilegalmente celulares — prática tipificada como descaminho no código penal. Segundo as investigações da PF, o grupo criminoso lavou e enviou para o exterior mais R$ 1,6 bilhão. A estimativa é de que mais de 500 mil celulares foram importados ilegalmente para o país.

A Polícia Federal explica que o grupo revendia esses celulares para comércios. A deflagração da operação, batizada de Corisco Turbo, acontece dias depois da Anatel tomar atitudes mais drásticas contra a venda de smartphones irregulares em market places. A Agência afirma que 51% dos celulares vendidos na Amazon e 43% daqueles vendidos no Mercado Livre não foram homologados.

O Tecnoblog entrou em contato com a Polícia Federal para saber se o grupo investigado tem alguma ligação com as lojas suspensas nos market places. A matéria será atualizada com a resposta do órgão.

Grupo contava com operação estruturada

(Imagem: Divulgação/Polícia Federal)
Agentes da Receita Federal e da PF durante Operação Corisco Turbo (Imagem: Divulgação/Polícia Federal)

Segundo a PF, o grupo investigado tinha divisões de logística, setor para negociar a venda dos celulares e criava empresas fictícias para sua atuação. O dinheiro recebido pelas vendas era lavado e enviado para o exterior.

A PF informou que foram emitidos 51 mandados de busca e apreensão, 25 ordens de sequestro de bens imóveis, 42 ordens de sequestro de veículos e bloqueio de R$ 280 milhões das contas dos alvos da operação. 250 policiais federais e 100 servidores da Receita Federal estão atuando nesta fase.

Os mandados ocorrem em 46 endereços de seis estados, além do Distrito Federal. Os estados são os seguintes:

  • Goiás
  • Maranhão
  • Paraná
  • Rio Grande do Norte
  • São Paulo
  • Santa Catarina

Conforme apurou a CNN, no DF, lojas localizadas em shoppings e na feira de Importados de Brasília foram alguns dos alvos dos mandados. A investigação aponta que a organização usava doleiros e transferências de criptomoedas para transferir dinheiro ao exterior.

A investigação iniciou em 2022, após a Receita Federal e a PF apreenderem um helicóptero que carregava 400 iPhones — um total de R$ 4 milhões em smartphones. O órgão policial não explicou o nome da operação.

Com informações: CNN

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