Chefe do WhatsApp critica Apple e tenta explicar confusão com Facebook
Executivo afirmou que Apple dá vantagem indevida aos seus serviços e comentou mudança nos termos do WhatsApp
Executivo afirmou que Apple dá vantagem indevida aos seus serviços e comentou mudança nos termos do WhatsApp
O WhatsApp teve de lidar nos últimos meses com questões relacionadas à privacidade dos usuários. Entre elas, estão a decisão da Apple de destacar dados que o mensageiro coleta e a mudança nos termos de uso que levou muitos usuários para serviços concorrentes. Os casos foram finalmente comentados publicamente por quem comanda o aplicativo.
Em entrevista ao podcast Big Technology, o head do WhatsApp, Will Cathcart, criticou os rótulos na App Store que mostram quais dados o mensageiro coleta. Para o executivo, a Apple quer tirar o crédito de certos aplicativos para evitar que usuários mudem facilmente para o Android. Ele indicou ainda que não há um tratamento igual entre serviços de terceiros e o iMessage.
“Independentemente do propósito dos rótulos, competimos com o iMessage da Apple, competimos nos EUA – onde muito mais pessoas usam o iMessage do que o WhatsApp –, competimos em vários lugares do mundo. Você não vê um rótulo para o iMessage ao baixá-lo porque você não o baixou, ele já está no seu telefone”, afirmou Cathcart.
Ele se refere ao fato da Apple exibir em seu site – e não na App Store – quais dados seus apps coletam. Em dezembro, o WhatsApp já havia criticado a medida por entender que ela dá uma vantagem indevida ao iMessage. Cathcart também questionou o fato da loja dizer que o WhatsApp coleta dados de pagamentos por conta de um recurso opcional disponível apenas na Índia.
“A Apple tem recursos de pagamento e você pode enviar dinheiro a um amigo por meio do iMessage. Nosso rótulo diz que temos informações de pagamento, o do iMessage, não. Qual é a diferença? Por que o nosso diz e o deles não?”, indagou.
O executivo também tratou da mudança nos termos de uso anunciada em janeiro. A medida tinha relação com o WhatsApp Business, mas fez muitos usuários acreditarem que o app compartilharia o conteúdo das conversas com o Facebook. A repercussão negativa fez serviços como Telegram e Signal crescerem de forma expressiva.
“Para mim, foi um lembrete doloroso de como é importante comunicarmos muito, muito claramente sobre isso aos mais de 2 bilhões de pessoas que usam o WhatsApp”, disse Cathcart. Segundo ele, muitas das preocupações dos usuários são infundadas porque o aplicativo tem um uso limitado de informações.
Na entrevista, o executivo explicou que os termos foram atualizados para ajudar empresas a atenderem clientes pelo mensageiro. Ele deu um exemplo de anúncios no Facebook ou no Instagram que, em vez de encaminharem os usuários para seus sites, oferecem um botão como “Envie-me uma mensagem no WhatsApp”.
“Não temos anúncios no WhatsApp, não vemos suas mensagens, não sabemos quais são suas mensagens”, afirmou. “Você só verá esse anúncio se tiver o WhatsApp no seu celular e se estiver clicando nesses anúncios no Facebook. Obviamente, isso muda os anúncios que você vê no Facebook”. Por conta do mal entendido, o aplicativo decidiu adiar a nova política de privacidade: ela entraria em vigor em fevereiro e ficou para maio.
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