Que tipo de dados o WhatsApp coleta dos usuários?

Entenda mais sobre as políticas de privacidade do mensageiro, saiba por que o WhatsApp coleta dados de usuários e como ele os usa

Ana Marques
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• Atualizado há 1 ano
WhatsApp (Imagem: Webster2703/Pixabay)
WhatsApp (Imagem: Webster2703/Pixabay)

Sim, o WhatsApp coleta dados sobre você, seu dispositivo e até mesmo sobre a sua conexão. A ação está prevista nas políticas de privacidade da empresa, e para usar o mensageiro, você deve concordar com esses termos. Mas há certa distinção na forma como a empresa usa tais informações. Para desmistificar teorias da conspiração e esclarecer como tudo funciona, montamos um resumo nas linhas a seguir.

Dados coletados pelo WhatsApp

O WhatsApp atualizou sua política de privacidade em 04 de janeiro de 2021. De acordo com os novos termos, os dados coletados pela plataforma, para todos os países que não fazem parte da União Europeia, são:

Dados fornecidos pelo usuárioDados coletados automaticamente
Número de telefone*Registros de desempenho e falhas*
Nome de perfil*Configurações do serviço*
Foto de perfilData de cadastro*
ContatosRegistro de recursos usados (grupos, ligações ou mensagens)*
Dados de transações e pagamentos (WhatsApp Pay), se disponívelInformações sobre atividade (online; visto por último)*
E-mail (para suporte)Dados de localização
 Dados sobre conexões e dispositivos: modelo do hardware; sistema operacional; nível de bateria; força do sinal; versão do aplicativo; informações do navegador; rede móvel; operadora de celular; idioma; fuso horário; endereço de IP e identificadores*

(*) Dados obrigatórios. Sem eles, você não pode usar os serviços do mensageiro.

O WhatsApp lê ou ouve as minhas conversas?

Não. Apesar das suspeitas de muita gente, dos rumores, e até mesmo dos memes que circulam nas redes sociais, o WhatsApp garante que não tem acesso ao conteúdo das suas mensagens. Devido ao sistema de criptografia de ponta a ponta, apenas você e o destinatário podem ver as mensagens trocadas – o que não impede, é claro, que uma das duas partes faça capturas de tela e exponha informações sigilosas a terceiros.

O WhatsApp afirma ainda que todas as mensagens são deletadas dos servidores da plataforma após serem entregues aos destinatários. Quando uma mensagem não pode ser entregue imediatamente, o WhatsApp armazena o conteúdo criptografado para realizar outras tentativas por um prazo de 30 dias. Após esse período, a mensagem é deletada.

A empresa ressalta também que pode armazenar arquivos de mídia criptografados em seus servidores de forma temporária, com o objetivo de facilitar o encaminhamento.

O WhatsApp tem acesso à minha agenda telefônica?

Ao utilizar o recurso “carregar contatos”, que é opcional, as informações sobre contatos da sua agenda são utilizadas para que a plataforma reconheça quais deles já são usuários do WhatsApp. O objetivo é manter a sua lista de contatos do WhatsApp atualizada.

Entretanto, o mensageiro afirma não manter registro das pessoas para quem você ligou ou enviou mensagens.

O WhatsApp sabe minha localização exata?

Ao utilizar o recurso de compartilhamento de localização com um contato dentro de uma mensagem do WhatsApp, o mensageiro coleta e utiliza dados precisos com a sua permissão.

Porém, ainda que você não utilize esses recursos, a plataforma utiliza endereços de IP e códigos de área do seu número de telefone para ter uma noção da sua localização geral (como seu país e cidade).

E quanto aos cookies?

O aplicativo usa cookies para “aprimorar a sua experiência”. Ou seja, ao utilizar os serviços para web do WhatsApp, a empresa utiliza cookies para monitorar atividades com a finalidade de melhorar o serviço e torná-lo mais personalizado.

É possível alterar suas configurações de cookies no navegador ou celular, mas o WhatsApp ressalta que ao desabilitar a opção, alguns de seus serviços não irão funcionar normalmente.

WhatsApp (Imagem: André Fogaça/Tecnoblog)
WhatsApp (Imagem: André Fogaça/Tecnoblog)

Dados fornecidos por terceiros

De acordo com o WhatsApp, seus dados podem ser fornecidos à plataforma por meio de terceiros, que podem ser outros usuários comuns ou empresas, por meio do WhatsApp Business. Nesses casos, as informações que podem ser passadas incluem: número de telefone e nome (associados à agenda de contatos deles), e registro de recursos usados.

Já no caso de denúncias, o WhatsApp pede aos usuários que tirem uma captura de tela que prove o teor de violação das políticas da empresa, já que o mensageiro não tem acesso a esse conteúdo devido à criptografia de ponta a ponta. Caso isso aconteça, o conteúdo de uma conversa da qual você participou pode ser exposto.

As empresas com as quais você interage pelo WhatsApp Business também podem enviar dados sobre suas conversas comerciais. O conteúdo dessas mensagens também pode ser exposto a funcionários da determinada empresa ou a parceiros terceirizados, como o próprio Facebook.

Como o WhatsApp usa seus dados?

De acordo com as políticas de privacidade do WhatsApp, as informações coletadas de seus usuários podem ser utilizadas para “operar, executar, aprimorar, entender, personalizar, dar suporte e comercializar [os serviços da empresa]”.

Como parte do grupo de Empresas do Facebook, o WhatsApp usa os dados coletados para informar sobre termos, políticas e atualizações do serviço. Ele também deixa claro que pode enviar anúncios sobre seus serviços e os de outras empresas do grupo. No entanto, não permite banner com anúncios de terceiros.

Ainda tem dúvidas sobre como o WhatsApp compartilha seus dados com o Facebook? Leia o nosso artigo sobre o tema.

Descubra o que o WhatsApp tem armazenado sobre você

O WhatsApp tem uma ferramenta própria que permite criar uma cópia com o relatório completo de dados coletados sobre você. O prazo para obter o arquivo ZIP é de até três dias após a solicitação.

Para ter acesso ao recurso, siga as instruções do nosso tutorial: Como baixar os dados da conta do WhatsApp coletados sobre você.

Com informações: WhatsApp

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Ana Marques

Ana Marques

Gerente de Conteúdo

Ana Marques é jornalista e cobre o universo de eletrônicos de consumo desde 2016. Já participou de eventos nacionais e internacionais da indústria de tecnologia a convite de empresas como Samsung, Motorola, LG e Xiaomi. Analisou celulares, tablets, fones de ouvido, notebooks e wearables, entre outros dispositivos. Ana entrou no Tecnoblog em 2020, como repórter, foi editora-assistente de Notícias e, em 2022, passou a integrar o time de estratégia do site, como Gerente de Conteúdo. Escreveu a coluna "Vida Digital" no site da revista Seleções (Reader's Digest). Trabalhou no TechTudo e no hub de conteúdo do Zoom/Buscapé.

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