Claro confirma interesse na Oi e diz não ter pressa para implementar 5G

América Móvil, dona da Claro, afirma intenção de negócios com a Oi, mas não há conversas em andamento

Lucas Braga
• Atualizado há 3 anos
Claro

A América Móvil, dona da Claro, demonstra interesse em fazer negócio com a Oi: a informação foi dada pelo presidente da empresa mexicana, Daniel Hajj, durante a teleconferência de divulgação dos resultados do terceiro trimestre de 2019. Ele também diz que não prevê aumento de investimentos para implantar o 5G em 2020.

Como apontado pelo Valor Econômico, a Claro está aberta a discussões e tem interesse em fazer negócio com a Oi, visando seus ativos de telefonia móvel, infraestrutura de rede e assinantes. Mas, de acordo com o Teletime, ainda não há nenhuma tratativa oficial ou conversas em andamento.

A intenção de compra surge pouco tempo após a aquisição da Nextel, que foi recentemente aprovada pela Anatel e pelo Cade (Conselho de Administrativo de Defesa Econômica). A Claro espera que a transação termine em novembro. A ampliação da capacidade com mais frequências em São Paulo e Rio de Janeiro só poderá ser sentida nos próximos trimestres.

Claro, Vivo e TIM querem comprar Oi

As especulações de compra da Oi só aumentam. Recentemente, um noticiário espanhol informou que Claro, TIM e Vivo estão se juntando para arrematar a concorrente e dividi-la logo depois. Fontes do Valor também confirmaram que as três empresas querem definir uma fatia para cada.

Ao menos publicamente, a Oi não planeja um acordo tão cedo. O diretor de operações Rodrigo Abreu, ex-CEO da TIM, informa que não há como obter financiamento se desfazendo da operação móvel no curto prazo. Para executar o plano estratégico com expansão de fibra óptica FTTH, a companhia irá colocar à venda seus ativos não-estratégicos, como imóveis, torres, data centers e a participação de 25% na operadora angolana Unitel.

Qualquer uma das três operadoras brasileiras enfrentaria uma série de dificuldades após uma possível compra da Oi. Na aprovação da compra da Nextel pela Claro, o Cade informou que a redução de quatro para três grandes players “resultaria em uma clara preocupação quanto ao aumento da possibilidade de atuação coordenada entre eles”, como a formação de um “cartel”.

Além disso, a Anatel teria que aprovar o negócio, e a legislação vigente estabelece um limite máximo de espectro por município para cada prestadora.

Claro está sem pressa para o 5G

Ainda durante a divulgação dos resultados, o CEO da América Móvil disse que não prevê aumento de investimentos para implantar o 5G em 2020. O executivo afirma que não há pressa em colocar a tecnologia na região e que o único país onde há previsão de lançamento é a Áustria, em fevereiro. No entanto, Hajj destaca que já são feitos investimentos na melhoria de infraestrutura terrestre para quando decidir lançar o 5G.

No passado, o presidente da Claro Brasil disse não ter pressa para lançar o 5G, mas manifestou a intenção de ser a primeira operadora a fazer isso. O próximo leilão de frequências era previsto para março de 2020, mas deverá ser adiado para o segundo semestre por conta de possíveis interferências da frequência de 3,5 GHz com a TV aberta via satélite. Oi, TIM e Algar testam a tecnologia com uma licença especial concedida pela Anatel.

Com informações: ValorTeletime, (2).

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Lucas Braga

Lucas Braga

Repórter especializado em telecom

Lucas Braga é analista de sistemas que flerta seriamente com o jornalismo de tecnologia. Com mais de 10 anos de experiência na cobertura de telecomunicações, lida com assuntos que envolvem as principais operadoras do Brasil e entidades regulatórias. Seu gosto por viagens o tornou especialista em acumular milhas aéreas.