Claro lança rede 5G em São Paulo e Brasília com velocidades de 700 Mb/s

Rede foi lançada na frequência de 2,3 GHz em padrão Non-Standalone, mas cobertura é bem restrita; Claro não exigirá que clientes mudem de plano para usar 5G

Lucas Braga
• Atualizado há 1 ano e 1 mês

A corrida pelo 5G começou: a Claro ativou sua rede de quinta geração em locais de São Paulo e Brasília. A operadora utilizou a frequência de 2,3 GHz no formato Non-Standalone, que ainda depende da infraestrutura utilizada pelo 4G. Esse padrão também foi adotado pela Algar, que ativou a tecnologia em Franca, Uberaba e Uberlândia.

A escolha pelos 2,3 GHz para ativação de quinta geração tem um bom motivo: é uma frequência que já está disponível para uso. A Anatel também leiloou a faixa de 3,5 GHz, considerado o “filé” do 5G, mas o espectro ainda não está disponível pois precisa passar pelo processo de limpeza, visto que a TV aberta via satélite atualmente ocupa esse espaço.

Os locais de Brasília e São Paulo com 5G da Claro

A Claro chama o lançamento de 5G de soft launch, ou seja, a tecnologia será disponibilizada aos poucos. Por enquanto, a cobertura inicial é bem restrita:

  • em Brasília, a primeira antena com a quinta geração foi instalada na Asa Norte, e nos próximos dias o sinal será liberado em pontos estratégicos da Asa Sul e Setor Comercial;
  • em São Paulo, duas antenas foram instaladas em áreas do do Itaim e Vila Nova Conceição.

Ambos os municípios também contam com o 5G DSS, padrão de quinta geração que utiliza espectro compartilhado com 4G e tecnologias anteriores. No entanto, o desempenho desse tipo de rede costuma ser bem ruim e incomparável com o 5G puro.

Mesmo assim, a Claro não vai desistir do DSS: a operadora divulgou que irá utilizar a frequência de 2,3 GHz tanto para o 5G como para o 4G na região da Marginal Pinheiros, em São Paulo.

Velocidade de 700 Mb/s, sem precisar trocar de plano

De acordo com a Claro, os clientes com planos ativos e smartphones compatíveis com 5G na faixa de 2,3 GHz já estão aptos a utilizar a nova tecnologia.

A operadora também não mencionou a exigência de trocar o SIM Card. O UOL Tilt havia adiantado que os chips atuais funcionariam com o 5G Non-Standalone, mas o upgrade seria necessário para o 5G Standalone.

A Claro também informou que foi possível alcançar velocidades de 700 Mb/s no novo 5G em Brasília. No entanto, a tele não divulgou a taxa de transmissão obtida em São Paulo.

A grande questão é que uma taxa de download de 700 Mb/s permite esgotar a franquia dos planos atuais em questão de segundos. Fica a torcida para que a operadora melhore o portfólio e entregue mais gigas ao usuário.

Os locais em que a Claro tem licença de 2,3 GHz

O lançamento do 5G da Claro é um grande avanço, mas isso não significa que a operadora irá ativar a tecnologia em capitais de todo o Brasil num prazo muito curto. O espectro de 2,3 GHz foi leiloado de forma regional, e a tele não arrematou capacidade para atender todo o território nacional.

A Claro adquiriu 50 MHz de capacidade para atuar no estado de São Paulo e nas regiões Norte, Centro-Oeste e Sul. Se você é cliente da operadora e mora no Nordeste ou restante do Sudeste, nada de 5G por enquanto; outras operadoras compraram essa frequência e devem lançar 4G ou 5G em momento oportuno.

De qualquer forma, Claro deverá atender todo o Brasil com 5G na frequência de 3,5 GHz, uma vez que ela comprou um bloco de 100 MHz para atuação nacional. Mas isso pode demorar algum tempo, uma vez que a faixa ainda precisa ser liberada para uso pela Anatel.

Esse ainda não é o 5G Standalone

Começamos com o DSS, que é 5G mas não entrega o melhor do 5G. Com o novo lançamento, a Claro adotou um padrão Non-Standalone (5G NSA), que aproveita o núcleo de rede do 4G. Ainda há o padrão Standalone (5G SA), que é uma rede de quinta geração exclusiva e independente.

O edital do leilão da Anatel determina que as operadoras atuem com 5G no padrão Standalone em todas as capitais brasileiras até julho de 2022, mas o compromisso está atrelado apenas à faixa de 3,5 GHz. A frequência de 2,3 GHz é livre, e pode ser usada inclusive para prestação de serviços com 4G.

Uma das grandes vantagens das redes no formato Standalone é a latência baixíssima, enquanto o padrão Non-Standalone traz um desempenho moderado no ping. O 5G SA também permite slicing, espécie de “fatiamento” da rede em múltiplas camadas – o que é útil para uso industrial, por exemplo.

Leia | O que é o 5G DSS que temos no Brasil? Saiba como funciona a tecnologia de redes móveis

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Lucas Braga

Lucas Braga

Repórter especializado em telecom

Lucas Braga é analista de sistemas que flerta seriamente com o jornalismo de tecnologia. Com mais de 10 anos de experiência na cobertura de telecomunicações, lida com assuntos que envolvem as principais operadoras do Brasil e entidades regulatórias. Seu gosto por viagens o tornou especialista em acumular milhas aéreas.