4G/LTE: saiba como o 4G funciona

Conexão móvel de alta velocidade pode chegar aos 100 Mbps.

Lucas Braga
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Long Term Evolution, ou simplesmente LTE é o nome da tal tecnologia de quarta geração (4G), que ainda deixa muitas dúvidas. O que é exatamente o LTE e para que serve? O LTE é uma tecnologia móvel de transmissão de dados que foi criada com base no GSM e WCDMA. A diferença é que, dessa vez, a tecnologia prioriza o tráfego de dados em vez do tráfego de voz, como acontecia em gerações anteriores. Isso proporciona uma rede de dados mais rápida e mais estável.

Quando o LTE foi criado, não existia voz trafegando sobre a rede. Para que a rede suportasse ligações, as operadoras precisaram adaptar. Há duas possibilidades: uma delas é de, no momento de receber a ligação, rebaixar o dispositivo móvel para a rede GSM/WCDMA; a outra possibilidade surgiu um pouco depois, com a criação do VoLTE, na qual o telefone funciona normalmente na rede 4G. Algumas operadoras brasileiras já utilizam VoLTE em algumas cidades, como TIM e Vivo.

É a tecnologia padrão para a evolução das redes GSM/WCDMA e adotada por quase todos os países no mundo. Mesmo as operadoras com tecnologia CDMA, como as americanas Verizon e Sprint, adotaram o padrão LTE.

Diferencial do 4G/LTE

WCDMA, LTE, HSDPA, HSUPA, GSM, PQP! A telefonia móvel nos reserva uma sopa de letrinhas para designar os vários padrões e tecnologias de transmissão de dados. Veja abaixo os padrões mais comuns para as três gerações de telefonia celular. — arte por Marcel Müller (@grigio)

O principal diferencial do LTE é a rede de dados. Em testes de laboratório, uma rede experimental de LTE, com 20 MHz de espectro, alcançou, aproximadamente, 300 Mbps de downstream e 75 Mbps de upstream. Entretanto, a velocidade real de navegação beira aos 100 Mb/s de download e 50 Mb/s de upload em um bom cenário. O tempo de resposta do LTE é visivelmente mais baixo em relação ao que conhecemos das redes 3G: em condições normais, a latência da rede chega a, no máximo, 30 ms.

Outra diferença é sobre a quantidade de usuários pendurados na rede: 5 MHz de espectro permitem até 200 acessos simultâneos — praticamente o dobro das redes atuais. O LTE permite, ainda, manter a velocidade e latência quando utilizados em movimento, em uma velocidade de até 350 km/h. Dependendo da frequência de operação da rede, esse valor sobe para 500 km/h.

4G+, 4,5G, LTE Advanced e LTE Advanced Pro

O LTE Advanced, comercialmente chamado pelas operadoras de 4G+ ou 4,5G é o passo seguinte da tecnologia 4G/LTE.

A evolução consiste em manter uma rede 4G em diferentes frequências ao mesmo tempo. Assim, é possível ativar a agregação de portadoras, que junta as conexões das duas frequências em uma só. Isso é bom porque aumenta a capacidade do espectro disponível, otimiza a rede e também permite maior velocidade de acesso nos dispositivos do cliente.

Também existe o padrão LTE Advanced Pro, que consiste numa rede LTE Advanced com agregação mínima de três frequências, MIMO 4×4 e modulação 256 QAM. A velocidade nominal em redes experimentais feitas em laboratório chegam próximos a 1 gigabit por segundo. Na prática, as operadoras conseguem entregar até 200 Mb/s em um bom cenário. No Brasil, a Claro é a única operadora a utilizar a tecnologia.

4G/LTE no mundo

O primeiro modem LTE do mundo

A primeira rede LTE no mundo foi lançada em dezembro de 2009 na Suécia pela operadora TeliaSonera. Hoje, o 4G/LTE já é utilizado em 205 países por 661 diferentes operadoras, cobrindo 78% da população de acordo com a GSMA.

A adoção e penetração do 4G foi muito mais rápida do que a do 3G, uma vez que a demanda dos usuários por internet móvel cresceu exponencialmente devido ao rápido crescimento do mercado de smartphones.

O 4G/LTE já é tão presente que é possível que as operadoras abram mão do 3G e manter apenas as redes 2G e 4G/LTE.

4G/LTE no Brasil

Todas as principais operadoras brasileiras já possuem rede 4G no Brasil a nível nacional. A cobertura varia de operadora para operadora, mas o serviço já está presente em mais de 4 mil municípios brasileiros.

As principais frequências adotadas no país são de 2.600 MHz (banda 7) e 1.800 MHz (banda 3). Devido ao desligamento da TV analógica, a frequência de 700 MHz (banda 28 APT) é utilizada por Claro, TIM e Vivo em mais de 700 municípios e a cobertura se expandirá ao longo do tempo.

De forma discreta, as operadoras também possuem rede com a frequência de 2.100 MHz (banda 1) e 850 MHz (banda 5) em alguns municípios menores. Essas duas frequências, além dos 1.800 MHz, também são utilizadas para redes 2G e 3G.

Além de redes celulares, o 4G também é utilizado pela Sky para oferecer banda larga fixa. As velocidades comercializadas são de 2 Mb/s, 4 Mb/s, 6 Mb/s e 10 Mb/s. A TIM utiliza sua rede móvel para oferecer um serviço com os mesmos moldes, mas com velocidades de 2 Mb/s e 4 Mb/s.

Obs.: No infográfico colocamos “download” e “upload” para facilitar a compreensão.

*Atualizado em 12 de junho de 2018.

Lucas Braga

Repórter especializado em telecom

Lucas Braga é analista de sistemas que flerta seriamente com o jornalismo de tecnologia. Com mais de 10 anos de experiência na cobertura de telecomunicações, lida com assuntos que envolvem as principais operadoras do Brasil e entidades regulatórias. Seu gosto por viagens o tornou especialista em acumular milhas aéreas.

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