O que é o 5G DSS que temos no Brasil? Saiba como funciona a tecnologia de redes móveis

O Tecnoblog explica por que o 5G DSS também é considerado "5G de verdade", e mostra as diferenças para o "5G puro", já disponível no Brasil

Lucas Braga Ana Marques
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Entenda como funciona o 5G DSS, tecnologia que compartilha o espectro do 4G (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

5G DSS é uma forma de conexão 5G que usa a infraestrutura gerações anteriores para levar internet móvel de alta velocidade para smartphones, tablets, modems e outros dispositivos.

O 5G DSS foi o primeiro tipo de 5G disponível no Brasil. A primeira ativação comercial do 5G DSS ocorreu pela operadora Claro em julho de 2020, antes do leilão da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para frequências exclusivas para o 5G.

A ativação do 5G DSS no Brasil foi considerada polêmica, uma vez que o ex-ministro das telecomunicações, Fábio Faria, não considerava o padrão como 5G “de verdade”.

No entanto, o 5G DSS é considerado uma tecnologia de quinta geração pela 3GPP, organização que padroniza as especificações de redes móveis.

O que significa 5G DSS?

O termo “5G” vem de quinta geração de redes móveis e a sigla “DSS” significa Dynamic Spectrum Sharing, ou Compartilhamento Dinâmico de Espectro, em português. Em conjunto, 5G DSS representa a versão da tecnologia de rede móvel que compartilha as frequências de gerações anteriores para entregar velocidades superiores.

Como funciona o 5G DSS?

O 5G DSS funciona por meio de antenas que transmitem ondas de rádio para se comunicar com dispositivos sem fio, como smartphones, tablets e modems.

Por trás de cada antena existe uma infraestrutura de rede, que conecta os equipamentos das estações rádio-base (eNodeB) com o núcleo da rede (core). No caso do 5G DSS, as operadoras utilizam a modalidade Non-Standalone, que utiliza o core do 4G.

A grande diferença do 5G DSS para o 5G NSA puro é a faixa de frequência. No 5G DSS, o mesmo espectro é utilizado simultaneamente por outras tecnologias, como 4G, 3G ou 2G. Por esse motivo, as velocidades do 5G DSS são inferiores em comparação com o 5G com frequência dedicada.

Por outro lado, o 5G DSS permite melhorias em latência e velocidades potencialmente maiores que no 4G com um menor custo de implementação.

Qual é a velocidade do 5G DSS?

Nos nossos testes com o 5G DSS, foi possível alcançar mais de 300 Mb/s de download e 100 Mb/s de upload na sede da operadora Claro, em São Paulo, sendo mais rápido que o 4G.

No entanto, não é possível determinar uma velocidade mínima ou máxima no 5G DSS, pois diversos fatores influenciam nos resultados, como distância entre a torre e o dispositivo, quantidade de espectro compartilhado, ocupação da rede e capacidade de escoamento da antena (backhaul).

Teste de velocidade no 4G e 5G DSS na rede da Claro. Foto: Paulo Higa/Tecnoblog
Teste de velocidade no 4G (à esquerda) e 5G DSS (à direita) na rede da Claro (Imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)

Qual é a frequência do 5G DSS?

O 5G DSS funciona com o espectro compartilhado com outras tecnologias. Sendo assim, no Brasil, o 5G DSS pode utilizar as seguintes frequências:

  • Banda n1: 2.100 MHz
  • Banda n3: 1.800 MHz
  • Banda n5: 850 MHz
  • Banda n7: 2.600 MHz
  • Banda n28: 700 MHz

Qual é a latência do 5G DSS?

A latência do 5G DSS é comparável com 5G NSA, e pode chegar ao mínimo de 1ms. Trata-se de um ping baixo, que pode beneficiar atividades como streaming de jogos e chamadas de vídeo.

No entanto, o indicador de 1ms se refere apenas para a conexão do dispositivo até a antena 5G DSS. A latência em aplicações reais pode ser maior, e depende da distância até o servidor.

Quais são as vantagens do 5G DSS?

  • Maior velocidade que o 4G: o 5G DSS pode ser mais rápido que o 4G e trazer melhorias na experiência de uso da internet móvel.
  • Alcance de sinal: por utilizar frequências mais baixas, o 5G DSS pode ter um alcance de sinal melhor que o 5G convencional implementado na frequência de 3,5 GHz.
  • Custo de implementação: o 5G DSS aproveita o núcleo de rede 4G e não exige frequências dedicadas, permitindo uma implementação de rede com menos custos que o 5G puro.
  • Latência: o 5G DSS se beneficia das melhorias de latência da tecnologia 5G convencional.

Quais são as limitações do 5G DSS?

  • Velocidade menor que 5G puro: o 5G DSS utiliza a mesma largura de espectro do 4G e tecnologias anteriores, o que resulta em menor velocidade na comparação com o 5G puro.
  • Dispositivos simultâneos: por ter uma capacidade menor, o 5G DSS pode ficar congestionado com maior facilidade em comparação com o 5G puro de 3,5 GHz.

Todo celular suporta 5G DSS?

Não. Para funcionar com o 5G DSS, o celular precisa ter suporte ao 5G e compatibilidade com as frequências utilizadas pelas operadoras. A maioria dos celulares 5G disponíveis no Brasil são compatíveis com as faixas do 5G DSS, como iPhone 12 ou superior e modelos da Samsung e Motorola.

5G DSS da Vivo em Belo Horizonte (Imagem: Lucas Braga / Tecnoblog)
Speedtest de 5G DSS da Vivo em Belo Horizonte (Imagem: Lucas Braga / Tecnoblog)

Preciso ativar o 5G DSS no celular?

Geralmente, celulares com suporte a 5G vêm de fábrica com configurações ativas para o uso da quinta geração de redes móveis, o que engloba o 5G DSS. Entretanto, pode ser necessário ativar a tecnologia nas configurações de rede do smartphone.

Quais operadoras oferecem 5G DSS no Brasil?

As três maiores operadoras de telefonia oferecem 5G DSS no Brasil. São elas:

  • Claro
  • Vivo
  • TIM

Onde tem 5G DSS no Brasil?

É possível verificar a cobertura do 5G DSS em um uma cidade por meio do site da sua operadora de telefonia, acessando:

Também é possível consultar um mapa da Anatel para saber onde tem antenas 5G e quais são as frequências suportadas em cada região. Vale ressaltar, porém, que o mapa de antenas exibe as estações licenciadas e não garante disponibilidade do serviço.

Qual é a diferença entre 5G DSS e 5G SA?

O 5G DSS permite utilizar a quinta geração de redes móveis com as frequências existentes do 4G, 3G e 2G, entregando melhorias em velocidade e latência em relação ao 4G. Já o 5G SA (Standalone) é considerado 5G “puro” por ter uma frequência dedicada para a quinta geração, permitindo velocidades maiores que no 5G DSS e 4G.

Além disso, o 5G SA utiliza núcleo de rede próprio e não depende da infraestrutura existente do 4G.

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Lucas Braga

Lucas Braga

Repórter especializado em telecom

Lucas Braga é analista de sistemas que flerta seriamente com o jornalismo de tecnologia. Com mais de 10 anos de experiência na cobertura de telecomunicações, lida com assuntos que envolvem as principais operadoras do Brasil e entidades regulatórias. Seu gosto por viagens o tornou especialista em acumular milhas aéreas.

Ana Marques

Ana Marques

Gerente de Conteúdo

Ana Marques é jornalista e cobre o universo de eletrônicos de consumo desde 2016. Já participou de eventos nacionais e internacionais da indústria de tecnologia a convite de empresas como Samsung, Motorola, LG e Xiaomi. Analisou celulares, tablets, fones de ouvido, notebooks e wearables, entre outros dispositivos. Ana entrou no Tecnoblog em 2020, como repórter, foi editora-assistente de Notícias e, em 2022, passou a integrar o time de estratégia do site, como Gerente de Conteúdo. Escreveu a coluna "Vida Digital" no site da revista Seleções (Reader's Digest). Trabalhou no TechTudo e no hub de conteúdo do Zoom/Buscapé.

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