Afinal, o que é o 5G DSS que temos no Brasil
O 5G realmente chegou ao Brasil? Entenda o 5G DSS e qual a diferença para o "5G de verdade"
O 5G ganha espaço quando o assunto é internet móvel. O marketing das operadoras de telecomunicações funciona a todo o vapor em favor da tecnologia, que promete uma revolução de conectividade. Mas, com as primeiras redes utilizando compartilhamento dinâmico de espectro (DSS), estamos no dilema do 5G da propaganda e do 5G “de verdade”. A seguir, saiba mais sobre o 5G DSS e suas características.

Muita gente defende que o 5G DSS não é o “5G de verdade” e nada mais é do que o 4G com outro nome. Essa confusão é compreensível, uma vez que a maior operadora americana rebatizou seu 4,5G como 5G. Mas tratando especificamente do 5G DSS, não é o caso.
O 5G com compartilhamento dinâmico de espectro (DSS) é, de fato, outra tecnologia, com padrão 5G NR (New Radio) em formato NSA (non-standalone, release 15). Isso significa que o 5G DSS:
- é uma nova tecnologia, que se enquadra como 5G NR nos padrões da 3GPP;
- depende do core existente do 4G LTE para funcionar, embora tenha portadoras dedicadas para a tecnologia (assim como qualquer 5G NSA, independente de compartilhamento de espectro);
- é uma rede 5G que não tem espectro dedicado para funcionar, e compartilha a capacidade do 4G, 3G e/ou 2G.
Tecnicamente falando, o 5G DSS é sim 5G, pelo fato de ser a tecnologia 5G NR. No entanto, o 5G DSS é bastante diferente do 5G tradicional, com suas frequências dedicadas que entregam maior capacidade simultânea e velocidades altíssimas.
Qual a diferença do 5G DSS para o “5G de verdade”?
Por ter seu espectro compartilhado com outras tecnologias, o 5G DSS não entrega todo o potencial de uma rede 5G. E é por isso que temos a popular expressão “5G de verdade”, que se refere a uma rede com capacidade exclusiva para a tecnologia.
As velocidades do 5G DSS podem ser maiores que no 4,5G, dependendo da capacidade compartilhada. Mas sabe aquelas altíssimas taxas de transferência, na casa dos gigabits por segundo? Isso fica restrito ao “5G de verdade”, com frequência dedicada.
Qual a vantagem do 5G DSS?
O 5G DSS é muito mais econômico e rápido de se instalar: são vários os rádios das antenas das operadoras que passam a suportar a nova tecnologia apenas com uma atualização de software. Com isso, empresas de todo o mundo irão adotar o padrão, por permitir uma rápida expansão da tecnologia a níveis nacionais.
Além da parte técnica, o 5G DSS é útil por entregar maiores velocidades e melhor experiência de uso em regiões onde não é economicamente viável construir uma rede 5G do zero, uma vez que a infraestrutura existente é aproveitada.
Por fim, as frequências utilizadas por tecnologias como 4G, 3G e 2G são menores que as capacidades leiloadas pela Anatel, permitindo alcance de sinal superior comparado com as faixas de 3,5 GHz e (principalmente) mmWave.
O DSS irá levar o 5G para essas frequências abaixo de 3 GHz, que continuam importantíssimas para garantir cobertura em ambientes internos, como prédios, casas e estabelecimentos comerciais.
O que as operadoras pensam do 5G DSS
Claro é a protagonista do 5G DSS
A Claro é a principal operadora a ser lembrada, por veicular comerciais escancarando seu 5G. A empresa ativou sua rede 5G DSS em julho de 2020, com cobertura em bairros de São Paulo e Rio de Janeiro.

A operadora diz que o 5G DSS “é o começo de uma grande jornada de transformação”, e que “todos os investimentos feitos para implantar o 5G DSS, nas frequências atuais, serão automaticamente aceleradores da implantação definitiva do 5G, com a posterior adição do espectro de 3,5 GHz e das faixas de onda milimétricas”. Ou seja, a própria Claro trata o 5G DSS como um 5G inicial.
Vivo diz que 5G DSS não traz experiência completa
Já a Vivo afirma que “a experiência completa do 5G será alcançada com um maior adensamento dos sites, conectados com uma rede de fibra ótica de altíssima capacidade e com frequências dedicadas a serem leiloadas no início de 2021”, e que a experiência do 5G “não poderá ser sentida em sua totalidade” com o compartilhamento de espectro.
Sem fazer tanta publicidade sobre isso, a Vivo ativou o 5G DSS em julho de 2020. A cobertura abrange regiões de oito capitais brasileiras: Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Goiânia, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
TIM diz que “5G de verdade” só após o leilão
O presidente da TIM, Pietro Labriola, disse que o “5G de verdade” só após o leilão da Anatel, e que o “5G do marketing chega o quanto antes”.
A operadora deve adotar o 5G DSS nos municípios de Bento Gonçalves (RS), Itajubá (MG) e Três Lagoas (MS), mas o serviço será dedicado para banda larga residencial, no modelo FWA (fixed wireless access).
Quando teremos o “5G de verdade” no Brasil?
O “5G de verdade” já está disponível em algumas capitais do país, porém, com algumas combinações que podem confundir um pouco o usuário.
Existem três categorias de quinta geração em operação no país. Isso aconteceu após a liberação da frequência de 3,5 GHz e da ativação do 5G Standalone — que funcionará ao lado do 5G Non-Standalone — pelas operadoras Claro, TIM e Vivo. Inclusive, para funcionar é preciso ter um aparelho compatível com a nova geração.
Para saber se sua região tem suporte ao 5G DSS é preciso verificar a cobertura no site da sua operadora, seja Claro, TIM ou Vivo.
O 5G DSS chega a ser até 12 vezes mais rápido que o 4G convencional, podendo fazer o download de arquivos de 1 GB em apenas 40 segundos, por exemplo. Além disso, a velocidade pode chegar a até 51,7 Mb/s.
Não, basta ter um dispositivo compatível com a tecnologia e usar a rede de dados móveis em uma cidade com cobertura.
O “5G de verdade” também é conhecido como 5G SA ou 5G NSA. Algumas operadoras, como a Claro, apelidaram a tecnologia como 5G+.