Eleições 2022: Google vai informar gastos e direcionamento de anúncios

Plataforma informou que relatório terá recorte geográfico, por sexo e faixa etária usado em propagandas de partidos e candidatos nas eleições de 2022

Pedro Knoth
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
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Com as Eleições de 2022 à vista, o Google vai exigir que peças de conteúdo político que mencionem um candidato ou partido sejam vinculadas a um CPF ou CNPJ por trás do anunciante. Além disso, a empresa vai criar um mapa de transparência para monitorar publicidade impulsionada para fins eleitorais, mostrando a faixa etária, sexo e recorte geográfico de cada anúncio.

Em coletiva nesta sexta-feira (15), o Google frisou algumas medidas adotadas para combater fake news nas eleições do ano que vem. A desinformação é uma das principais preocupações do Tribunal Superior Eleitoral e do Supremo Tribunal Federal. Em 2020, o STF abriu um inquérito para apurar uma rede de mentiras que teria se instalado no Planalto e estaria favorecendo o presidente Jair Bolsonaro.

O Google tem uma parceria com o TSE e ressaltou a importância dela. Karen Duque, gerente de Relações Governamentais da empresa afirmou que a colaboração com o TSE é a “espinha dorsal” do projeto. As entidades colaboram durante eleições municipais e federais desde 2014.

Google vai exigir CNPJ e CPF para anunciantes

A partir do dia 17 de novembro, anunciantes do Google Ads, incluindo autores de propagandas políticas, serão obrigados a apresentar o CPF ou CNPJ por trás da conta que impulsionou o conteúdo. Por enquanto, esse processo vem ocorrendo de maneira voluntária após uma atualização do Google lançada em setembro.

Para as próximas eleições, todo e qualquer anunciante que mencionar um partido político, titulares de cargos públicos federais, ou um candidato à Presidência, Vice-Presidência, Senado ou Câmara dos Deputados, deve passar por um processo de verificação interno do Google.

De acordo com Natalia Kuchar, especialista em plataformas de anúncios do Google, a verificação de anúncios normais já conta com métodos automatizados com auxílio de uma equipe de revisão manual. Mas para propagandas políticas, será acrescentada mais uma etapa de checagem humana.

Relatório do Google vai informar gastos com anúncios

Para o 1º semestre de 2022, o Google está trabalhando em uma plataforma de transparência de anunciantes políticos. Nela, devem constar os valores gastos por cada conta, assim como o recorte geográfico, faixa etária e sexo (masculino, feminino ou todos) a qual o conteúdo é direcionado. Partidos políticos, ao contrário de anunciantes normais, só têm acesso a essas três opções.

O Google disponibiliza um relatório de transparência para eleições nos EUA, Índia e Austrália, por exemplo (Imagem: Google/ Divulgação)

Quanto aos dados utilizados para os anúncios do Google Ads, a empresa proibiu partidos de usarem bases de dados próprias para impulsionamento. Ou seja, como é de praxe em época de eleição, siglas que tenham coletado CPFs e outros dados de eleitores não podem usar esse tipo repositório na hora de criar publicidade direcionada.

Segundo o Google, o Relatório de Transparência de Publicidade Política será atualizado com frequência e qualquer um poderá baixar os dados de anunciantes e valores gastos em tabelas de CSV.

Nos EUA, o relatório do Google é capaz de detalhar quais foram os gastos com anúncios políticos por distritos e estados. Natália Kuchar afirma que isso pode ser feito no Brasil, mas depende dos partidos políticos, que podem especificar se querem direcionar a propaganda para o município ou estado.

Além de ampliar a transparência em torno de propagandas políticas em suas plataformas, o Google está treinando equipes de desenvolvedores do TSE e de ONGs responsáveis por “aplicativos cívicos”, que expliquem o processo eleitoral. Esses apps vão passar por uma curadoria e entrarão em destaque em uma coleção na Google Play Store dedicada às Eleições 2022.

Com informações: Google Brasil

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Pedro Knoth

Pedro Knoth

Ex-autor

Pedro Knoth é jornalista e cursa pós-graduação em jornalismo investigativo pelo IDP, de Brasília. Foi autor no Tecnoblog cobrindo assuntos relacionados à legislação, empresas de tecnologia, dados e finanças entre 2021 e 2022. É usuário ávido de iPhone e Mac, e também estuda Python.

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