Elon Musk é acusado de manipular preço da Dogecoin trocando logo do Twitter

Investidores movem processo e alegam que Musk vem usando sua influência para alterar a cotação da criptomoeda e obter lucros, o que configuraria insider trading

Giovanni Santa Rosa

Elon Musk é um grande interessado em criptomoedas. Às vezes, um comentário seu é suficiente para fazer uma cotação despencar ou disparar. Um desses episódios, porém, pode virar uma dor de cabeça para o bilionário. Investidores estão processando o chefe da Tesla sob acusação de que ele teria manipulado o preço da Dogecoin.

A ação coletiva foi registrada na Corte Federal de Manhattan na quarta-feira (31). Os investidores dizem que Musk vendeu US$ 124 milhões em Dogecoin no mês de abril, após substituir o logo do passarinho azul da home do Twitter pelo cachorro da raça shiba inu, símbolo da Dogecoin.

Isso, segundo o grupo, teria levado a uma alta de 30% no preço da criptomoeda. No entanto, não foi a única conduta de Musk apontada como fraudulenta.

O processo também menciona tweets, pagamento de influencers, sua participação no programa humorístico Saturday Night Live em 2021 e outras ações publicitárias.

Os investidores consideram que estas atitudes foram tomadas pelo bilionário para obter lucro em negociações de Dogecoin, sejam dele próprio ou da Tesla.

Isso configuraria insider trading, nome dado a quando uma pessoa usa informações privilegiadas para obter lucros negociando ativos financeiros.

Musk também já foi acusado de extorsão envolvendo a Dogecoin. Investidores alegaram que ele estava fazendo um esquema de pirâmide com a criptomoeda,

Musk foi processado por tweets sobre a Tesla

Não é a primeira vez que Musk tem problemas na Justiça envolvendo seus tweets e o mercado financeiro.

Ele foi acusado de lesar os sócios da Tesla por ter dito que iria fechar o capital da empresa, pagando US$ 420 por ação, em 2018.

A compra dos papéis poderia envolver US$ 72 bilhões, mas nunca se concretizou, apesar de Musk ter dito que o financiamento estava garantido.

O bilionário venceu este processo e não precisou pagar a indenização desejada pelos acionistas.

Por outro lado, a SEC, entidade que fiscaliza o mercado financeiro nos EUA, não perdoou Musk. Ela considerou que o tweet era uma mentira, aplicou uma multa de US$ 20 milhões e obrigou o bilionário a deixar o posto de presidente do conselho da Tesla.

Com informações: Reuters, Yahoo! Finance

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Giovanni Santa Rosa

Giovanni Santa Rosa

Repórter

Giovanni Santa Rosa é formado em jornalismo pela ECA-USP e cobre ciência e tecnologia desde 2012. Foi editor-assistente do Gizmodo Brasil e escreveu para o UOL Tilt e para o Jornal da USP. Cobriu o Snapdragon Tech Summit, em Maui (EUA), o Fórum Internacional de Software Livre, em Porto Alegre (RS), e a Campus Party, em São Paulo (SP). Atualmente, é autor no Tecnoblog.