Galaxy Z Fold 3 de US$ 1.800 vem sem carregador e S Pen na caixa

O dobrável da Samsung tem suporte à S Pen, mas você precisará pagar ainda mais para usá-la (talvez isso não importe se você pode bancar um celular tão caro)

Ana Marques
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• Atualizado há 2 anos e 10 meses
Galaxy Z Fold 3 e S Pen (Imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)

A velha história do celular que vem sem carregador está em alta novamente: o Galaxy Z Fold 3, novo smartphone dobrável da Samsung apresentado nesta quarta-feira (11), não vem com o adaptador de parede na caixa. Isto é, se o seu acessório antigo não funciona muito bem, você terá que adquirir outro para que seu novo amigo de US$ 1.800 seja alimentado da forma que merece. E tem mais: a caneta eletrônica S Pen, que ganhou até uma edição especial para o telefone flexível, também é vendida à parte.

É tudo sobre “sustentabilidade”, eles dizem

A Samsung não está sozinha ao alegar que a remoção do carregador da caixa de novos celulares é uma questão de sustentabilidade — uma ação pensada para reduzir o desperdício. A lógica é que chegamos a um ponto da evolução do uso de smartphones em que a maioria das pessoas já teve um modelo anterior (ao menos a maioria que vai comprar um smartphone da linha Galaxy S ou Z). Outras empresas, como Apple e Xiaomi, também já se posicionaram a respeito do assunto.

Nesse ponto, faço coro com o Android Police na pergunta: e todo o resto? O cabo que vem enrolado em um papelão? O invólucro plástico? É verdade que a Samsung está repensando suas operações para reduzir o uso de recursos ambientais, mas… Bem, em um prazo até 2025. Enquanto isso, ainda estaremos pagando a mais por produtos que antes eram parte do pacote e vendo outros desperdícios que não pedimos, o que não faz muito sentido.

Galaxy Z Fold 3 está “mais barato”, mas…

De todo modo, quem tem poder de compra para o Galaxy Z Fold 3, provavelmente acha que os adicionais são mais alguns “trocados”, já que o celular custa US$ 1.800. Vale lembrar que isso é uma redução no preço em relação ao Galaxy Z Fold 2, que foi lançado por US$ 2.000. Não sabemos qual será o preço do novo dobrável no Brasil, mas vamos ter em mente que a geração passada desembarcou por aqui custando R$ 13.999.

Se você pode pagar mais de R$ 10 mil em um smartphone, talvez não se importe com uma taxa extra para o carregador ou para a S Pen, que pode custar US$ 50 ou US$ 100, dependendo do modelo.

A experiência completa está cada vez mais restrita

Com celulares custando o mesmo que um carro usado dos anos 2000, está cada vez mais difícil para o consumidor médio — e não me refiro aqui às pessoas que só buscam celulares “baratinhos” — obter a experiência completa e inovadora prometida em vídeos promocionais e em eventos de lançamento.

O smartphone que dobra como papel tem tudo a ver com uma… Caneta! Mas ele não virá com uma, apesar de finalmente suportar a tecnologia. Por outro lado, não teremos nenhum Galaxy Note, que vinha com o acessório, sendo lançado este ano (sabe-se lá se o teremos de volta algum dia).

Deixando o recorte em modelos mais “acessíveis” no segmento premium, como os da linha S, os recursos de câmera incríveis, exaltados na propaganda da TV como “o futuro que chegou”, ainda ficam apenas para quem pode pagar (muito) mais.

Tudo bem. Voltando ao Z Fold 3: talvez não seja mesmo um celular pra muitos, e essa pode ser uma estratégia da marca. Porém, enquanto esse tudo isso é exaltado pela fabricante, as novidades para o consumidor médio, e até para os entusiastas do segmento premium que não têm um poder aquisitivo tão alto, estão mais escassas e empolgando menos de geração para geração — seria um problema de toda a indústria? Talvez.

No fim das contas, está ficando cansativo esperar por inovações que eu realmente poderei usar no dia a dia.

E você, o que acha disso tudo?

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Ana Marques

Ana Marques

Gerente de Conteúdo

Ana Marques é jornalista e cobre o universo de eletrônicos de consumo desde 2016. Já participou de eventos nacionais e internacionais da indústria de tecnologia a convite de empresas como Samsung, Motorola, LG e Xiaomi. Analisou celulares, tablets, fones de ouvido, notebooks e wearables, entre outros dispositivos. Ana entrou no Tecnoblog em 2020, como repórter, foi editora-assistente de Notícias e, em 2022, passou a integrar o time de estratégia do site, como Gerente de Conteúdo. Escreveu a coluna "Vida Digital" no site da revista Seleções (Reader's Digest). Trabalhou no TechTudo e no hub de conteúdo do Zoom/Buscapé.

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